Afasia
A afasia (do grego ἀφασία, a (não / ausência) + fasia (falar), "sem fala") é uma perturbação da formulação e compreensão da linguagem. Uma alteração da função da linguagem, depois de ter sido adquirida de maneira normal e não causada por dificuldade intelectual. Nem todas as afasias são não fluentes, ou seja, existem pacientes (por exemplo com afasia de Wernicke) que apresentam um discurso fluente, sem pausas nem alterações sintácticas mas com paragramatismo.
Afasia | |
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As causas mais comuns são AVC, tumor cerebral e traumatismo craniano.[1] | |
Especialidade | neurologia, neuropsicologia, patologias da fala, linguagem e auditivas |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F80.0,F80.2, G31.0 e R47.0 |
CID-9 | 315.31, 784.3, 438.11 |
CID-11 | 1167055901 |
DiseasesDB | 4024 |
MedlinePlus | 003204 |
eMedicine | neuro/437 |
MeSH | D001037 |
Leia o aviso médico |
Características
editarGeralmente está relacionado a uma lesão ao lado esquerdo do cérebro em destros em áreas responsáveis pela compreensão da linguagem como a Área de Broca, Área de Wernicke, Giro supramarginal e Giro angular.
Caracteriza-se por dificuldade em se expressar verbalmente e compreender o que está sendo dito. Podem levar a um discurso vago ou vazio caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de referências indefinidas como "coisa" ou "aquilo". Em alguns casos pode apresentar para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem.
Causas
editarExistem diversas possíveis causas para a afasia, dentre elas:
- Tumores cerebrais;
- Lesão no Corpo caloso;
- Acidente Vascular Cerebral AVC (ou derrame);
- Doenças infecciosas (como a meningite);
- Acidentes com traumatismo cranioencefálico;
- Epilepsia;
- Uso de anti-dopaminérgicos.
- Malária cerebral.
Classificação
editarHá vários tipos de afasia. A classificação das afasias faz-se através de provas de avaliação específica que avaliam normalmente a fluência do discurso, a capacidade de compreensão, repetição e nomeação. Estas alterações podem ocorrer ao nível fonético, sintático, semântico ou pragmático do processamento da linguagem. O clínico especialista na terapia com pacientes afásicos é o terapeuta da fala, ou fonoaudiólogo.
As afasias são estudadas tanto pela neuropsicologia, pela medicina e pela linguística sendo o tratamento interdisciplinar.
Segundo a neuropsicologia, distinguem-se dois grandes grupos de afasias, cada uma das suas variedades referindo-se a lesões cerebrais de localização precisa: o grupo das afasias de expressão e o grupo das afasias sensoriais ou de recepção. As afasias de expressão compreendem essencialmente:
- Afasia de Broca: descoberta por Paul Broca (1861), que se caracteriza por uma perturbação da expressão oral e escrita (dificuldade ou incapacidade de articular um discurso, de produzir linguagem eficientemente) e por uma alteração ligeira a moderada da compreensão que tende a melhorar. A característica marcante dessa afasia é discurso hesitante, tendência a repetir frases ou palavras, sintaxe e gramática desordenadas e estrutura desordenada de palavras individuais.
- Afasia de Condução: Grande espectro de lesões que acometem as áreas subcorticais, principalmente o fascículo arqueado, que conecta as áreas de Broca (áreas 44 e 45 de Brodmann) e de Wernicke (Área 22). Causa dificuldade de propor respostas adequadas, embora a compreensão esteja pouco alterada. O sintoma principal é uma alteração do sistema fonológico que se exprime com prejuízo da repetição, da escrita quando ditada e da leitura em voz alta, da reprodução de ritmos e pela presença de parafasias na linguagem espontânea.
- Afasia sensorial (receptiva) e Afasia de Wernicke: são afasias fluentes, caracterizam-se por uma perturbação da compreensão do discurso, embora a fala esteja fluente, com poucas repetições espontâneas, havendo porém um uso não adequado das palavras.
Segundo o linguista Roman Jakobson, os distúrbios da fala podem afetar em graus diversos a capacidade de combinar e selecionar as unidades linguísticas.
Tratamento
editarO paciente deverá consultar com um neurologista, que posteriormente indicará a melhor terapêutica. Quanto mais rápido entrar em processo terapêutico, melhor será sua capacidade de recuperação das habilidades linguísticas.