Carbonífero

era geologica de 359 milhões a 298 milhões de anos atrás
Período Carbonífero
358.9–298.9 milhões de anos


Teor médio de o2 atmosférico durante o período ca. 32.5 Vol %[1]
(163 % do nível atual)
Teor médio do CO2 atmosférico durante o período ca. 800 ppm[2]
(3 vezes o nível pré-industrial)
Temperatura média da superfície durante o período ca. 14 °C[3]
(0 °C acima do nível atual)
Nível do mar (acima dos dias de hoje) Diminuição de 120 m até ao nível atual ao longo do Mississipiano seguido de incremento paulatino até aos 80 m no final do período[4]


Na escala de tempo geológico, o Carbonífero ou Carbónico é o período da era Paleozoica do éon Fanerozoico, compreendido entre há 359 milhões e 299 milhões de anos, aproximadamente.[5] O período Carbonífero sucede o período Devoniano e precede o período Permiano, ambos de sua era. Na América do Norte o período é dividido em dois, o Mississippiano (entre cerca de 360 milhões e 318 milhões de anos atrás) e o Pennsylvaniano (entre cerca de 318 milhões e 299 milhões de anos atrás), sendo que em alguns outros locais estes "períodos" são considerados como épocas e consequentes subdivisões do período Carbonífero.

O Carbonífero tem este nome devido às grandes quantidades de carvão mineral encontradas em formações rochosas da época na Inglaterra, onde foram datadas pela primeira vez rochas deste período. Estas grandes formações de carvão têm origem, segundo creem os especialistas, nas grandes florestas e pântanos que cobriam a maior parte das terras emersas do período. Apesar disto, na América do Norte, a maioria das jazidas de carvão são datadas do Pennsylvaniano, enquanto as formações do Mississippiano são formadas principalmente de rochas calcárias.

Acontecimentos

O início do Carbonífero foi marcado por um aumento do nível dos oceanos, que alagou muitas terras baixas criando mares litorâneos rasos. Porém tal efeito se reverteu em meados do período (há cerca de 318 milhões de anos). A mudança nos níveis dos oceanos causou considerável extinção na fauna marinha, principalmente entre crinoides (40% das espécies extintas) e ammonoides (80% das espécies extintas). [6]

Gondwana, o supercontinente do hemisfério sul, sofreu uma grande glaciação neste período chamada Glaciação Karoo, porém isto parece não ter causado diferença no clima equatorial do período, que se manteve tropical e propiciou o desenvolvimento de exuberantes florestas e pântanos.

Também foi ao longo deste período que as massas de terra se uniram para formar o supercontinente Pangeia, que resistiu como único continente mundial até a era dos dinossauros.

Flora

 
Fóssil de Lepidodendron lycopodioides

Um dos aspectos marcantes do Carbonífero foi a proliferação das florestas e de novas formas de vida vegetal, apesar de licopódios e samambaias ainda predominarem (embora com uma diversidade incomparavelmente maior do que nos períodos anteriores), merecendo destaque para as chamadas "samambaias com sementes", hoje extintas. Também merece ressaltar que fora neste período que ocorreu o desenvolvimento das cicadáceas. Algumas das árvores desse período poderiam alcançar uma altura próxima aos 40 metros.

Entre os principais gêneros fósseis botânicos do Carbonífero podemos destacar Calamites, Lepidodendron e Sigillaria.

Fauna

 
Aviculopecten, Syringothyris.

Dentre os animais, se destaca a extinção total dos graptólitos e dos peixes mais primitivos (como os placodermos, por exemplo). O período também merece destaque pela proliferação dos animais terrestres, com grande variedade de artrópodes e anfíbios, sendo que estes últimos se diversificam e dominam o período, que poderia ser considerado uma Era dos Anfíbios; além disso ocorre o surgimento dos primeiros répteis (os primeiros vertebrados totalmente terrestres a surgir em nosso planeta) e dos primeiros animais com a capacidade de voar (insetos, muitos deles semelhantes a libélulas). Ainda falando de artrópodes, merece destacar o grande tamanho de alguns (como, por exemplo, Arthropleura e Archimylacris) comparado com os atuais, segundo creem os cientistas, tal gigantismo destas criaturas seria consequência de uma maior porcentagem de oxigênio na atmosfera do período (sendo que se considera que os níveis de oxigênio na atmosfera naquele período superava os 35%, contra cerca de 21% da atualidade).

Galerias

Ver também

Referências

  1. Imagem:Sauerstoffgehalt-1000mj.svg
  2. Imagem:Phanerozoic Carbon Dioxide.png
  3. Imagem:All palaeotemps.png
  4. Haq, B. U.; Schutter, SR (2008). «A Chronology of Paleozoic Sea-Level Changes». Science. 322 (5898): 64–68. PMID 18832639. doi:10.1126/science.1161648 
  5. «Tabela Cronoestratigráfica Internacional» (PDF). Comissão Internacional de Estratigrafia 
  6. Lula jurássica desenhada com a própria tinta - texto de Ricardo Costa sobre o património jurássico de Peniche

Ligações externas

  • Museu da UNESP
  • 2006: Série de televisão da emissora ITV Prehistoric Park, episodio 5.
  • Revista DINOSSAUROS!, 1996, Editora Globo, Fascículo 68, páginas 1614-1617
 
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Carbonífero
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