Portal e-Cidadania
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O e-Cidadania é um portal criado em 2012 pelo Senado Federal com o objetivo de estimular e possibilitar maior participação dos cidadãos, nas atividades legislativas, orçamentárias, de fiscalização e de representação do Senado.[1][2]
Portal e-Cidadania | |
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Senado Federal | |
Logo do Portal e-Cidadania | |
Informações Gerais | |
Portal do Senado Federal para participação do cidadão | |
Gênero/Tipo | Governamental |
País | Brasil |
Fundação | Fevereiro de 2012 |
Pertence a | Senado Federal |
Cidade | Brasília, DF |
Canais de acesso | |
Internet | http://www12.senado.leg.br/ecidadania |
Site Senado Federal |
É uma ferramenta isenta de qualquer ligação com partidos políticos, que tem como objetivo a participação cidadã de forma mais direta e efetiva do processo legislativo. Entre 2013 e 2015, registrou 454,6 mil opiniões de internautas sobre as 1,8 mil propostas em tramitação na Casa. Em 26 de julho de 2016, o site contabilizou participação recorde da população, com mais de 300 mil votos no projeto ''Escola Sem Partido", onde houveram 183 mil participações contrárias ao projeto e 173 mil a favor.[3][4][5][6]
Quase todas as páginas do site são responsivas (se adaptando a dispositivos móveis) e aproximadamente 80% dos usuários acessam através de celulares.[7]
Histórico
O programa e-Cidadania foi instituído no dia 13 de fevereiro de 2012[8]. Em maio de 2012, foi estruturada a primeira versão em funcionamento do portal. A segunda versão veio em novembro do mesmo ano.[9]
A ideia veio de um grupo de funcionários do Senado Federal que apresentaram a proposta para o então Presidente da Casa, Senador José Sarney.
O gerenciamento ficou a cargo de um grupo multidisciplinar, com representantes da Secretária-Geral da Mesa; da Diretoria-Geral; da Secretaria de Comunicação Social; da Consultoria Legislativa; da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle; e da Secretaria Especial de Informática do Senado Federal.
O parágrafo 1º do artigo 4º do Ato[8], instituía as ferramentas:
- e-Legislação: espaço destinado ao debate e à proposição de novas leis e alteração da legislação vigente ou projetos em tramitação;
- e-Fiscalização: espaço destinado ao acompanhamento do orçamento brasileiro e das ações administrativas do Senado Federal;
- e-Representação: espaço destinado à expressão da opinião e manifestações do cidadão sobre temas de interesse da sociedade e projetos em tramitação.
Em 10 de Julho de 2013, sob a presidência senador Renan Calheiros, o Senado determinou a criação do mecanismo conhecido como Consulta Pública, que permite a participação popular na tramitação das proposições legislativas no Senado Federal.[10][11]
Em 27 de Novembro de 2015, por iniciativa da Comissão Senado do Futuro, foi regulamentado o Programa e-Cidadania, conferindo-lhe segurança jurídica.[12]
Participação popular
Atualmente o portal conta com três ferramentas de participação popular: Ideia Legislativa, Evento Interativo e Consulta Pública.
Ideia Legislativa
Foi criada com o intuito de estabelecer conexão entre o povo e a casa legislativa, dando ao cidadão um meio de sugerir novas propostas de leis, altere as que já existem ou aperfeiçoe a Constituição. As sugestões ficam disponíveis para votação popular durante quatro meses e as ideias que recebem 20 mil apoios são encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde são formalizadas como Sugestões Legislativas para serem debatidas pelos senadores e receberem parecer.[13][14][15]
De maio de 2012 até julho de 2016, mais de 6 mil ideias legislativas foram cadastradas no site, sendo que algumas receberam mais de 20 mil apoios populares.[16] A sugestão nº 8 de 2014[17], que regulamenta o uso recreativo, medicinal e industrial da maconha, incitou o debate com a população em seis audiências públicas[18][19][20][21][22][23][24] interativas e obteve parecer da CDH concluindo pela criação de uma subcomissão temporária sobre o tema. A sugestão nº 15 de 2014[25], que legaliza o aborto nas doze primeiras semanas de gravidez, foi tema de cinco audiências realizadas[26][27][28][29][30][31]. Apenas essas duas sugestões tiveram mais de oito mil comentários em suas audiências, correspondendo a quase metade de todos os comentários feitos nas audiências realizadas até julho de 2016.[32]
Outra ideia que chamou a atenção do poder público foi a sugestão nº 7 de 2016[33], sobre a proibição do corte ou diminuição da velocidade de dados nos serviços de internet, enviado após a polêmica decisão da Anatel se eximir de qualquer tipo de regulamentação ou controle sobre os planos das operadoras de internet banda larga fixa no Brasil. A proposta atingiu o número necessário de apoios em apenas cinco dias, reforçando o anseio da população.[34][35]
Evento Interativo
Criado para que o público possa participar dos debates nas audiências públicas, sabatinas e outros eventos, por meio de comentários e perguntas. O usuário pode ligar gratuitamente, disponível também por aparelhos celulares, para o Alô Senado no telefone 0800 61 22 11, que recebe as perguntas e comentários e registra no portal. Todas as manifestações são entregues aos Senadores durante as reuniões.[36][37]
Desde de 2015, todas as audiências públicas realizadas pelas comissões do Senado passaram a ser abertas à participação popular por meio do Portal e-Cidadania. Entre 2012 e 2015 apenas algumas audiências foram realizadas em caráter interativo. Atualmente, todas as sabatinas são abertas à participação popular. Os eventos para escolha do Procurador Geral da República, em agosto de 2015, e do Presidente do Banco Central, em maio de 2016, são exemplos de sabatinas em que as manifestações populares foram lidas durante as reuniões.[38][39][40]
De acordo com os relatórios disponíveis no Portal e-Cidadania, até o primeiro semestre de 2016, mais de 20 mil comentários foram feitos nos quase 700 eventos interativos realizados.[41]
Consulta Pública
O cidadão pode manifestar sua opinião a favor ou contra todas as proposições (projetos de lei, propostas de emenda à Constituição, medidas provisórias, etc.) desde o início até o fim de sua tramitação no Senado Federal. Entre janeiro de 2013 e julho de 2016, quase um milhão de pessoas opinaram sobre mais de 3.300 proposições do Senado Federal. [42][43]
Em 20 de abril de 2016 foi publicada a Proposta de Emenda à Constituição nº 20 de 2016[44], que prevê a realização de eleições presidenciais simultaneamente às eleições municipais de 2016, e foi automaticamente aberta sua Consulta Pública, assim como ocorre para todas as outras proposições que tramitam no Senado. Em maio de 2016, o Portal e-Cidadania chegou a ficar instável devido grande número[45] de acessos na PEC 20/2016[46].
De acordo com os relatórios disponíveis no Portal e-Cidadania, A Consulta Pública ajuda a nortear o trabalho do senador, ao indicar se os eleitores concordam ou não com as propostas em tramitação.
Entre os projetos mais votados[47], que somam juntos mais de 700 mil opiniões, estão: o projeto que inclui entre as diretrizes e bases da educação o "Programa Escola sem Partido"[48][49]; o projeto que altera a lei que dispõe sobre o exercício da Medicina, para modificar as atividades privativas de médico[50][51] e a proposta de emenda à Constituição que propõe reduzir o número de membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.[52]
Devido ao grande número contrário à PLS 350 de 2014[53], a Senadora Lúcia Vânia do PSB-GO retirou a proposta do Ato Médico da pauta do Senado Federal.[54]
Referências
- ↑ «Projeto busca participação cidadã nas decisões do Senado - Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito». 31 de outubro de 2015. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Senado Federal - Programa e-Cidadania». Portal e-Cidadania. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Projeto busca participação cidadã nas decisões do Senado - Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito». 31 de outubro de 2015. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Portal e-Cidadania registra 454,6 mil opiniões sobre projetos em análise no Senado». 7 de dezembro de 2015. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Em duas semanas, consulta sobre Escola sem Partido tem maioria contra - Notícias - UOL Educação». Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «O fracasso da 'Escola sem Partido' mostra que o brasileiro não é tão conservador assim». HuffPost Brasil. Consultado em 29 de julho de 2016
- ↑ «Número de ideias legislativas apresentadas pelos cidadãos quadruplicou». 16 de maio de 2016. Consultado em 29 de julho de 2016
- ↑ a b Federal, Senado (12 de fevereiro de 2012). «Ato da Mesa do Senado nº 3 de 2011». Ato da Mesa do Senado Federal n° 3 de 2011. Secretaria de Recursos Humanos - SERH. Consultado em 28 de julho de 2012
- ↑ «Aprovado projeto que regulamenta o Programa e-Cidadania». 26 de novembro de 2015. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Programa e-Cidadania do Senado vai aumentar interatividade com a população». 16 de fevereiro de 2012. Consultado em 28 de julho de 2016
- ↑ «RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL - 26 de 10/07/2013 - Publicação: Diário Oficial da União de 11/07/2013». legis.senado.leg.br. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL - 19 de 27/11/2015 - Publicação: Diário Oficial da União de 30/11/2015». legis.senado.leg.br. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ «Ideias de cidadãos podem virar projetos de lei». 29 de fevereiro de 2016. Consultado em 2 de agosto de 2016
- ↑ Federal, Senado (2 de fevereiro de 2015). «RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL - 93 de 27/11/1970». legis.senado.gov.br. Secretaria-Geral da Mesa do Senado Federal. Consultado em 29 de julho de 2016
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- ↑ Portela, Frederico (2 de agosto de 2016). «Lúcia Vânia retira o Ato Médico da pauta do Senado:'Vamos fazer as alterações. Tatuador é artista | Tattoo - O Globo». Tatto O Globo. O Globo. Consultado em 3 de agosto de 2016