Tangará da Serra

município brasileiro do estado de Mato Grosso

Tangará da Serra é um município brasileiro do estado de Mato Grosso. Localiza-se a uma latitude 14º37'10" sul e a uma longitude 57º29'09" oeste, estando a uma altitude de 387 metros. Sua população estimada em 2005 era de 70.259 habitantes.

Tangará da Serra
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Tangará da Serra
Bandeira
Brasão de armas de Tangará da Serra
Brasão de armas
Hino
Gentílico tangaraense
Localização
Localização de Tangará da Serra em Mato Grosso
Localização de Tangará da Serra em Mato Grosso
Localização de Tangará da Serra em Mato Grosso
Tangará da Serra está localizado em: Brasil
Tangará da Serra
Localização de Tangará da Serra no Brasil
Mapa
Mapa de Tangará da Serra
Coordenadas 14° 37′ 08″ S, 57° 29′ 09″ O
País Brasil
Unidade federativa Mato Grosso
Municípios limítrofes Cuiabá, Campo Novo do Parecis, Pontes e Lacerda, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Santo Afonso, Nova Marilândia, Sapezal, Campos de Júlio, Denise, Diamantino, Reserva do Cabaçal e Conquista d' Oeste
Distância até a capital 300 km
História
Fundação 19 de maio de 1976
Administração
Prefeito(a) Júlio Cesar Ladeia (PFL)
Características geográficas
Área total 11,565,976 km²
População total (est. 2006) 72,311 hab.
Densidade 6,3 hab./km²
Clima Tropical úmido
Altitude 387 m
Fuso horário Hora do Amazonas (UTC−4)
Indicadores
IDH (PNUD/2000) 0,780 Erro de expressão: caractere "," não reconhecido
PIB (IBGE/2003) R$ 446.992.292,00
PIB per capita (IBGE/2003) R$ 6 758,99

Possui uma área de 11770,3 km².

Economia

Revolução 1991-2000

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Tangará da Serra cresceu 14,87%, passando de 0,679 em 1991 para 0,780 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 41,3%, seguida pela Longevidade, com 34,7% e pela Renda, com 24,1%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 31,5%.

Se mantivesse esta taxa de crescimento do IDH-M, o município levaria 10,2 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), o município com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 3,4 anos para alcançar Sorriso (MT), o município com o melhor IDH-M do estado (0,824).

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Tangará da Serra é 0,780. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Tangará da Serra apresenta uma situação boa: ocupa a 1040ª posição, sendo que 1039 municípios (18,9%) estão em situação melhor e 4467 municípios (81,1%) estão em situação pior ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Tangará da Serra apresenta uma situação boa: ocupa a 23ª posição, sendo que 22 municípios (17,5%) estão em situação melhor e 103 municípios (82,5%) estão em situação pior ou igual.

Em termos industriais, Tangará da Serra conta com um Plano de Incentivo a novas empresas, que tem atraído alguns investimentos importantes (Lei nº 2168/2004 de 23 de junho de 2004, alterada pelas leis nº 2371/2005 e nº 2424/2005). O Plano oferece incentivo para a instalação de Indústrias no município como a doação de terreno, a terraplanagem, energia elétrica no local (no padrão), isenção dos impostos municipais, e o PRODEI (através do Governo do estado - isenção de ICMS).

Ressaltamos a Anhambi Agroindustrial Norte Ltda., que conta com 165 aviários em sistema de integração e abate 80 mil aves/dia, com potencial de ampliação para 120 mil aves/dia, e possui, também, de 07 à 10 postos de trabalho com 950 funcionários.

O Marfrig Ltda abate hoje 1.100 bovinos/dia, com capacidade instalada de 1.500 cabeças/dia, abastecendo, também o comércio exterior. A empresa possui 21 postos de trabalho com 1.050 funcionários.

História

Na década de 60: os caminhos eram íngremes, obstáculos de difícil travessia, animais ferozes espreitando junto às picadas abertas por pioneiros para ligar suas terras ao povoado. Chegavam caravanas de toda parte, trazendo consigo famílias inteiras, a maioria procedente do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Desembarcavam, abriam uma clareira e erguiam um rancho, plantavam o essencial à subsistência e iniciavam a derrubada da mata para o cultivo do milho, auxiliar indispensável na criação de suínos.

Agrimensores embrenhados nas matas com os demais funcionários da Companhia de Terras descobriram, a cada dia, um novo riacho, aos quais lhes davam nomes; localidades que até hoje mantém as mesmas designações daquele tempo.

A tarefa era difícil, mas havia alegria no semblante de todos. Trabalho árduo que sempre culminava com algum tipo de festa, pois estavam eles construindo o futuro sem saber iam deixando, oralmente, narrativas como foram os primeiros anos de Tangará da Serra e quais eram os precursores. Tangará da Serra, como outras cidades da região, viveu alguns ciclos importantes da economia nacional, e a lavoura cafeeira teve sua importância no seu desenvolvimento, além do milho, arroz e depois da soja, à qual se proliferou pela região e acabou se tornando, anos mais tarde parte do mundo que mais produz esse cereal. Décadas de 70 e 80: época da criação da maioria dos municípios mato-grossenses e abertura de vastas fazendas que impulsionaram o progresso e a ocupação definitiva das terra dos Parecis.

Desde o primeiro pioneiro até os acontecimentos mais recentes, Tangará da Serra preza-se por ter sua trajetória traçada por homens que souberam valorizar sua terra e sua gente, não esquecendo jamais os valores humanos e sem deixar de contar sempre com a disposição de seus moradores. Tanto na vida política como religiosa a cidade teve inúmeras celebridades. Homens simples tinham censo aguçado de responsabilidade, que ergueram sua comunidade e levantaram monumentos que hoje a enobrecem.

Além disso, o maior patrimônio tangaraense é seu próprio povo: um legado de famílias que, ao longo dos anos, desde 1959, quando Joaquim Aderaldo de Souza iniciou a colonização das terras adquiridas pela SITA, até o último ato, que continua acontecendo em todo momento. È com homens e muito trabalho que se constrói uma cidade.

O Município de Tangará da Serra, no exuberante divisor das águas das bacias Amazônica e do Prata, originou-se em 1959, emergente do antigo povoado surgido pelo loteamento das glebas Santa Fé, Esmeralda e Juntinho, localizadas no município de Barra do Bugres.

Os senhores Júlio Martinez, Dr. Fábio Licere e Joaquim Oléa findaram a SITA- Sociedade Imobiliária Tupã para a agricultura que, atraídos pela excelente condição de clima e solo fértil, implantaram o loteamento Tangará da Serra.

Antes, porém, o Marechal Cândido Rondon já havia palmilhado a região em 1913, auxiliado pelos índios Parecis e Nhambiquaras, quando implantou o telégrafo, estudou a Flora e a Fauna presentes, para fornecer subsídios que seriam utilizados no futuro. Rondon abriu a rodovia que sobe os chapadões dos Parecis, cujas marcas ainda estão presentes: a exemplo de sua casa e uma ponte construída sobre o Rio Sepotuba, no interior do Município de Tangará da Serra, ainda preservadas.

Depois chegaram os extrativistas, atraídos pela Mata de Poaia: planta com propriedades medicinais, que cobria as encostas da Chapada dos Parecis; onde os tributários do Rio Paraguai têm suas nascentes.

Logo após chegaram os madeireiros, devastando a região para ceder lugar aos colonos que derrubaram o cerrado e se iniciaram na agropecuária, atividade ainda tão presente no município: base forte da economia tangaraense.

Inspirados pelo canto macio, cheio, vivo e sonoro do pássaro Tangará ( uma das aves brasileiras mais famosas) foi que os primeiros visitantes da região aliaram o nome do gracioso pássaro à majestosa Serra de Itapirapuã e batizaram a localidade como Tangará da Serra.

Em 1878, Pedro Torquato Leite e sua família, vindos de Cuiabá, fixaram-se junto à barra do Rio Bugres. Ali começou a explorar economicamente uma variedade de planta por nome poaia, cujas raízes possuem alto valor medicinal.

O lugar era ocupado pela tribo indígena Bororó Umutína, atualmente em extinção. Como a investigação pelas cercanias foi satisfatória, ergueu o primeiro rancho e, nas imediações, iniciou o cultivo de lavouras de subsistência. No ano seguinte, assim como Torquato, instalou-se no local junto com a família e alguns camaradas poaeiros, outros aventureiros como Nicolau Gomes da Cruz, Major José Cassiano Corrêa, Capitão Tibúrcio Valeriano de Figueiredo (ex-combatente da Guerra do Paraguai), além de Manoel de Campos Borges e muitos outros.

A partir de então, seguiram-se is ciclos normais de uma localidade, assim como acontece em quase toda colonização. As instituições foram surgindo, como Paróquia local, criada pela Lei nº 145, de 8 de abril de 1896, e ainda as edificações mais apropriadas conforme aumentava o contigente de moradores.

O extrativismo da poaia, borracha e madeira eram a base econômica de Barra do Bugres até então, atividade que exigia a abertura de picadões pela floresta, que fez surgir várias estradas pelo interior.

Diz-se que, em 1908, já havia muitos moradores na localidade, todas empenhadas em iniciar seus próprios negócios, diversificando as atividades econômicas, mesmo antes do Marechal Cândido Rondon instalar uma linha do telégrafo, a qual possibilitou comunicação com o resto do país.

Em 20 de novembro de 1926, passava por Barra do Bugres a Coluna Prestes, quando os moradores resolveram enfrentar os soldados, mas sem armas e adestramento, sucumbiram.

A exploração da madeira e outras riquezas naturais da região estendia-se até a Serra de Itapirapuã, que além dos poaeiros, poucos se arriscavam em concentrar seus afazeres além dela. E assim, Nova Olímpia era localidade derradeira antes da Serra, mas não prosperava devida a falta de infra-estrutura adequada.

Por ocasião da imigração japonesa ao Brasil, através de um acordo Brasil- Japão, uma vasta área de terras foi requerida por Kimoto Fugissawa e outros, que compreendia entre o Rio Sepotuba e a Serra de Itapirapuã ou Bocaiuval, no município de Barra do Bugres, território esse que consta como a planta inicial do Município de Tangará da Serra. Tal área era dividida em 25 glebas, cada uma destinada a uma família japonesa, com exceção de alguns brasileiros.

Ocorreu que, por ocasião da Segunda Guerra, ficando o Brasil e Japão em situações adversas, o projeto de colonização da referida área fora desativada com o requerimento indeferido para os japoneses, ficando apenas os brasileiros credenciados a prosseguiram com suas terras, sendo dessas glebas que se originou a colonização do território tangaraense, a partir de 1954.

Após a corrida pioneira, que se deu entre 1959 e 1963, a região que compreendia as glebas: Juntinho, Santa Fé e Santa Cândida começou a experimentar o sabor do progresso através da convergência de inúmeras famílias para a região continuou fluindo em bom ritmo.

As primeiras rodovias foram abertas manualmente, pois não havia tratores de nenhuma ordem. No cerrado, os próprios pneus dos pequenos carros se encarregaram de demarcar estradas e, com o fluxo constante de veículos no mesmo lugar, estradas acabaram sendo abertas. Tais caminhos interligavam Tangará, Progresso e Afonso, descendo a Serra de Itapirapuã até Nova Olímpia.

A liderança política era exercida por militantes de Nova Olímpia e Barra do Bugres, tendo como líder maior o então Prefeito Wilson de Almeida, residente no Distrito de Nova Olímpia.

Ligações externas

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