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=== Revolta da Chibata ===
Em1910, uma grande parcela dos marinheiros da armada, que em sua grande maioria eram [[afrodescendentes]], estavam organizando um revolta contra seus superiores devido aos castigos físicos que sofriam. Os oficiais destinavam trabalhos rígidos e disciplinas cruéis. Os marinheiros eram disciplinados severamente por qualquer falta que cometiam. Não importava se aquele castigado tinha um bom comportamento anterior ou se fosse sabidamente indisciplinado. Os castigos físicos eram corriqueiros e se resumiam a [[Chibata|golpes de chibata]]. Há registros de marinheiros que recebiam quinhentas ou, até mesmo, oitocentas chibatadas em um mesmo dia. O limite preestabelecido de açoites era constantemente ignorado e ultrapassado, com pouca ou nenhuma consequência para o oficial que os aplicava. Em sua pesquisa, o escritor Álvaro Pereira do Nascimento registra apenas um processo penal contra um oficial por exagero nas chibatas. O oficial processado foi [[José Cândido Guillobel]], que recebeu como punição apenas uma advertência. Por isso, sob liderança de João Cândido, os marinheiros se rebelaram no episódio conhecido como [[Revolta da Chibata]].<ref>{{citar periódico |url=https://revistaperseu.fpabramo.org.br/index.php/revista-perseu/article/view/190/152 |título=A Revolta da Chibata e seu centenário |data=2010 |periódico=Perseu |número=5 |ultimo=Nascimento |primeiro=Álvaro Pereira do |paginas=16-21 |issn=2595-4008}}</ref>
Por ocasião da [[Revolta da Chibata]], em 1910, o ''Barroso'' esteve entre as embarcações que desafiaram os amotinados. No início da revolta, o cruzador encontrava-se fundeado junto com o cruzador ''[[Rio Grande do Sul (cruzador)|Rio Grande do Sul]]'' em um porto conhecido como "Poço". Com os movimentos rebeldes ocorrendo, as tripulações de ambas as embarcações ficaram alertas. Pouco se sabe sobre os pormenores dos acontecimentos com a guarnição do ''Rio Grande do Sul'', a não ser que se mantiveram fiéis ao governo brasileiro. No cruzador protegido ''Barroso'', há registros mais detalhados. No dia 23, o comandante Amintas José Jorge estava a bordo do navio e coordenava a prontidão de sua tripulação que se encontrava animada para o combate. Às cinco horas da manhã, o encouraçado ''[[São Paulo (couraçado)|São Paulo]]'' se aproximou e um marinheiro questionou: "Oh do Barroso! Iça o sinal da revolução. Joguem esses velhos [os oficiais] n'água!". Posteriormente, o encouraçado ''[[Minas Geraes (couraçado)|Minas Geraes]]'' também se aproximou e a guarnição repetiu a intimação com mensagens visuais e telégrafas. Em ambos os casos, nenhum tripulante do ''Barroso'' respondeu as indagações.<ref name=":3">{{Citar livro|título=A Revolta dos Marinheiros - 1910|ultimo=Martins|primeiro=Hélio Leôncio|editora=Serviço de Documentação Geral da Marinha|ano=1988|local=Rio de Janeiro|páginas=42-43|isbn=85-04-00218-7|oclc=21593461}}</ref>
 
Por ocasião da [[Revolta da Chibata]], em 1910revolta, o ''Barroso'' esteve entre as embarcações que desafiaram os amotinados. No início da revolta, o cruzador encontrava-se fundeado junto com o cruzador ''[[Rio Grande do Sul (cruzador)|Rio Grande do Sul]]'' em um porto conhecido como "Poço". Com os movimentos rebeldes ocorrendo, as tripulações de ambas as embarcações ficaram alertas. Pouco se sabe sobre os pormenores dos acontecimentos com a guarnição do ''Rio Grande do Sul'', a não ser que se mantiveram fiéis ao governo brasileiro. No cruzador protegido ''Barroso'', há registros mais detalhados. No dia 23, o comandante Amintas José Jorge estava a bordo do navio e coordenava a prontidão de sua tripulação que se encontrava animada para o combate. Às cinco horas da manhã, o encouraçado ''[[São Paulo (couraçado)|São Paulo]]'' se aproximou e um marinheiro questionou: "Oh do Barroso! Iça o sinal da revolução. Joguem esses velhos [os oficiais] n'água!". Posteriormente, o encouraçado ''[[Minas Geraes (couraçado)|Minas Geraes]]'' também se aproximou e a guarnição repetiu a intimação com mensagens visuais e telégrafas. Em ambos os casos, nenhum tripulante do ''Barroso'' respondeu as indagações.<ref name=":3">{{Citar livro|título=A Revolta dos Marinheiros - 1910|ultimo=Martins|primeiro=Hélio Leôncio|editora=Serviço de Documentação Geral da Marinha|ano=1988|local=Rio de Janeiro|páginas=42-43|isbn=85-04-00218-7|oclc=21593461}}</ref>
 
Frustrados, os rebeldes ordenaram que qualquer navio que não aderisse ao movimento fosse afundado. Essa mensagem havia sido interceptada pelo operador de rádio do ''Barroso'', fazendo com que o comandante ordenasse que o cruzador fosse posto em movimento na condição de combate, fundeando no porto de São Bento. Lá, o navio passou a ser alvo dos disparos do ''São Paulo'', e este rumou para a Ilha dos Ferreiros para se abrigar. Na ilha, formou-se uma divisão para enfrentar os rebeldes, composta pelo ''Barroso'', ''Rio Grande do Sul'' e ''Tamoyo''. No entanto, não se registrou combate, com a frota permanecendo estacionada na ilha até a anistia dos amotinados.<ref name=":3" />