Victor Meirelles: diferenças entre revisões

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'''Victor Meirelles de Lima''' ([[Florianópolis|Nossa Senhora do Desterro]], [[18 de agosto]] de [[1832]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[22 de fevereiro]] de [[1903]]) foi um [[Pintura|pintor]] e [[professor]] [[brasil]]eiro.
 
De origens humildes, cedo seu talento foi reconhecido, sendo admitido como aluno da [[Academia Imperial de Belas Artes]]. Especializou-se no gênero da pintura histórica, e ao ganhar o Prêmio de Viagem ao Exterior da Academia, passou vários anos em aperfeiçoamento na [[Europa]]. Lá pintou sua obra mais conhecida, ''[[A Primeira Missa no Brasil]]''. Voltando ao Brasil tornou-se um dos pintores preferidos de D. [[Pedro II do Brasil|Pedro II]], inserindo-se no programa de [[mecenato]] do monarca e alinhando-se à sua proposta de renovação da imagem do Brasil através da criação de símbolos visuais de sua história.
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Seus anos iniciais são obscuros e as poucas fontes trazem informações conflitantes.<ref name="Moreno"/> Victor Meirelles de Lima era filho dos imigrantes [[Portugal|portugueses]] Antônio Meirelles de Lima e Maria da Conceição dos Prazeres, comerciantes que viviam com limitados recursos econômicos na cidade de Nossa Senhora do Desterro (hoje [[Florianópolis]]).<ref name="Rubens">Rubens, Carlos. [http://www.brasiliana.com.br/obras/pequena-historia-das-artes-plasticas-no-brasil/pagina/123/ "Victor Meirelles"]. In: ''Pequena História das Artes Plásticas no Brasil'' [1941]. Edição Brasiliana online, pp. 123-131</ref> Teve um irmão, Virgílio.<ref name="Moreno"/> Segundo se registra, com cinco anos começou a ser educado em latim, português e aritmética, mas o menino Victor passava seu tempo livre desenhando bonecos e paisagens de sua [[Ilha de Santa Catarina]] e copiando imagens alheias que encontrava em gravuras e folhetos.<ref name="Moreno"/> Segundo o testemunho de José Arthur Boiteux,
 
::"Aos cinco anos mandaram-o os pais à Escola Régia e tão pequeno era que o professor para melhor dar-lhe as lições sentava-o aos joelhos. Quando voltava à casa o seu passatempo era o velho Cosmorama que Antonio Meirelles comprara por muito barato e ótimo curioso que era, concertava sempre que o filho quebrava, o que era comum, algumas das peças. Aos dez anos não escapava a Victor estampa litografada: quantas lhes chegassem às mãos, copiava-as todas. E quem pela loja de Antonio Meirelles sita à Rua da Pedreira, antiga dos Quartéis Velhos, esquina da Rua da Conceição passasse, pela tardinha, invariavelmente veria o pequeno debruçado sobre o balcão a fazer garatujas, quando não as caricaturas dos próprios fregueses que àquela hora lá se reuniam para os idefectíveis dois dedos de prosa".<ref name="Moreno">Franz, Teresinha Sueli. [http://www.dezenovevinte.net/artistas/vm_mmoreno.htm "Mariano Moreno e a primeira formação artística de Victor Meirelles"]. In: ''19&20 - A revista eletrônica de DezenoveVinte'', 2011; VI (1)</ref>
 
Em 1843, quando tinha entre 10 e 11 anos, começou a receber instrução do padre Joaquim Gomes d’Oliveira e Paiva, que lhe ensinou francês e filosofia e aprofundou seu conhecimento de latim. O seu talento precoce foi notado e incentivado pela família e por autoridades locais, e em 1845 começou a ter aulas regulares com um professor de [[desenho geométrico]], o engenheiro argentino [[Mariano Moreno]], que era doutor em direito e em teologia, além de jornalista, político e ex-secretário da primeira Junta de Governo das [[Províncias Unidas do Rio da Prata]], desempenhando, segundo Teresinha Franz, "um papel importante na construção da identidade argentina". Ao mesmo tempo, provavelmente completou seus estudos gerais no Colégio dos Jesuítas, que ministrava aulas de latim, francês, filosofia, história elementar, geografia, retórica e geometria, e é possível que tenha entrado em contato com artistas viajantes que documentavam a natureza e o povo local.<ref name="Moreno"/>
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[[File:Victor Meirelles - O NAUFRÁGIO DA MEDUSA, circa 1857-1858 - cópia de T. Gericault.jpg|thumb|''O Naufrágio da Medusa'', c. 1857-1858, cópia de original de [[Théodore Géricault]]. Museu Victor Meirelles.]]
 
Aos 21 anos incompletos, Victor Meirelles desembarcou em [[Le Havre|Havre]], na [[França]], em junho de 1853. Passou brevemente por [[Paris]] e em seguida estabeleceu-se em [[Roma]], seu destino original. Lá conheceu dois outros alunos da Academia que também fazia seu aperfeiçoamento, [[Agostinho da Motta]] e [[Paliére Grandjean Ferreira]], que o introduziram no ambiente artístico da cidade e o orientaram sobre quais mestres deveria procurar. A princípio entrou na classe de [[Tommaso Minardi]], que, a despeito de sua fama, seguia um método austero demais, onde os alunos permaneciam excessivamente subordinados aos preceitos, sem oportunidade de desenvolverem idéiasideias próprias. Então abandonou a classe e se matriculou no atelier de [[Nicola Consoni]], membro da [[Academia de São Lucas]]. Consoni também era rigoroso, mas Meirelles aproveitou bem as sessões de modelo vivo, imprescindíveis para o refinamento do desenho anatômico da figura humana, elemento essencial no gênero da pintura histórica, o mais prestigiado no sistema acadêmico. Paralelamente, exercitava-se na aquarela e entrava em contato com o vasto acervo de arte antiga da capital italiana. Numa segunda etapa, transferiu-se para [[Florença]], conhecendo os museus locais e sendo fortemente impressionado pela arte de [[Veronese]]. Como estudo copiou obras do mestre, bem como de outras figuras destacadas, como [[Ticiano]], [[Tintoretto]] e [[Lorenzo Lotto]]. Como era exigido pela Academia, regularmente enviava para o Brasil suas obras e cópias como prova de seu progresso. Seu rendimento era tão bom que o governo brasileiro decidiu renovar em 1856 sua bolsa de estudos por mais três anos, além de indicar ao artista uma lista de novos estudos específicos que ele deveria cumprir.<ref name="Makowiecky"/><ref name="Mallmann"/><ref name="FRANZ"/>
 
Desta forma, em 1856 seguiu para [[Milão]] e logo depois para Paris. Tentou, segundo recomendação de [[Araújo Porto-Alegre]], na época diretor da Academia e seu principal mentor, ser admitido como aluno de [[Paul Delaroche]], mas o mestre repentinamente faleceu. Assim precisou buscar outra orientação, encontrando-a em [[Léon Cogniet]], pintor [[Pintura do romantismo|romântico]] igualmente celebrado, membro da [[École des Beaux Arts|Escola de Belas Artes de Paris]] e uma referência para os estrangeiros que iam estudar na Europa.<ref name="Boppré">Boppré, Fernando C. [http://www.dezenovevinte.net/800/tomo2/files/oitocentos%20tomo%202.pdf "Victor Meirelles: quando ver é perder"]. In: Valle, Arthur & Dazzi, Camila (orgs.). ''Oitocentos - Arte Brasileira do Império à República - Tomo 2''. EDUR-UFRRJ / DezenoveVinte, 2010, pp. 251-266</ref> Em seguida estudou com [[André Gastaldi]], que possuía quase a mesma idade que Meirelles, mas que tinha uma visão mais avançada sobre a arte e lhe deu importante instrução sobre cores. Sua rotina, segundo relatos, era quase monástica, dedicando-se integralmente à arte, e novamente seus estudos foram considerados tão bons que sua bolsa de estudos foi prorrogada outra vez, por mais dois anos. Nesta época sua produção era numerosa, destacando-se entre todas suas obras ''[[A Primeira Missa no Brasil]]'', executada entre 1858 e 1861, que lhe valeu espaço e elogios no prestigioso [[Salão de Paris]] de 1861, um feito inédito para artistas brasileiros que repercutiu muito positivamente em sua terra.<ref name="Rubens"/><ref name="Mallmann"/><ref name="FRANZ"/>
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[[Ficheiro:Meirelles-primeiramissa2.jpg|thumb|600px|center|<center>''A Primeira Missa no Brasil'', 1861. Museu Nacional de Belas Artes.</center>]]
 
A composição se organiza em torno do altar, dominando por uma grande cruz de madeira tosca, onde o frei [[Henrique de Coimbra]] eleva o cálice para consagração. Em seu redor os portugueses se ajoelham, reverentes, enquanto que, um pouco mais afastada, uma multidão de índios assiste à cena com interesse. O pintor remete-se fortemente à descrição que consta na ''[[Carta de Pero Vaz de Caminha]]'', reproduzindo inclusive a figura de um índio mais idoso, que falando aos outros de sua tribo “acenou com o dedo para o altar, e depois mostrou o dedo para o céu, como quem dizia alguma coisa de bem, e nós assim o tomamos”.<ref name="Morethy"/><ref>Bispo, Antonio Alexandre. [http://www.revista.brasil-europa.eu/121/Victor-Meirelles.html "A Primeira Missa nas Américas e a Primeira Missa no Brasil. Pharamond Blanchard (1805-1873) e Victor Meirelles de Lima (1832-1903)"]. In: ''Revista Brasil-Europa - Correspondência Euro-Brasileira 121/17'', 2009; (5)</ref> [[Luiz Gonzaga Duque Estrada|Gonzaga Duque]], que foi um acerbo crítico de certos aspectos da obra de Meirelles, que considerava antiquados ou inadequados aos temas que representou, referiu-se a esta obra positivamente: "Produzindo a ''Primeira Missa'' Vítor alcançou um verdadeiro trunfo porque escolheu assunto simpático às suas idéiasideias e de acordo com as suas convicções íntimas". E fez uma observação que seria depois repetida por outros críticos, assinalando o seu sucesso na representação da cena de uma forma que se fixou como a imagem definitiva e verdadeira do evento: "A primeira missa não podia ser senão aquilo que ali está".<ref name="Morethy"/>
 
Para Coli (1998) e Paiva (2004), a composição retrata idealmente uma “verdade desejada", de acordo com o programa imperial, mostrando um pacífico encontro de duas culturas diferentes,<ref name="Ruschel"/> uma "verdade" que a História se encarregaria de contradizer, considerando o massacre a que os índios brasileiros foram submetidos pelos colonizadores nos séculos seguintes à conquista, fato que o Império e os românticos [[indianismo|indianistas]] da época ignoraram em sua tentativa de resgate artístico e literário da sua dignidade, buscando retratá-los como o "bom selvagem" da tradição [[iluminista]] e como um dos elementos formadores da nação, mais um dos vários mitos que foram cultivados naquela época de reconstrução da identidade do Estado e da nação, e que incluíam as ideias de "igualdade de todos os brasileiros, a benevolência, hospitalidade e grandeza do caráter do povo, a grande virtude dos costumes patriarcais, as invulgares qualidades afetivas e morais da mulher brasileira, o alto padrão da civilização brasileira e a privilegiada paz do país num mundo dominado pelas lutas políticas e sociais", como assinalou Antonio Soares Amora. Para Roberta Prestes, "nesta pintura não se encontra apenas um país católico, divino por natureza, mas também uma colonização harmônica, onde portugueses e índios convivem em paz, a mistura das raças é pacífica, sem violência física ou moral, apelando ainda para a fé. Desta forma, o Brasil era acima de tudo homogêneo, coeso, grandioso, católico e harmônico".<ref name="Roberta">Prestes, Roberta Ribeiro. "A Primeira Missa no Brasil em dois tempos". In: ''Oficina do Historiador'', 2011; 3 (2)</ref>
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Até então Moema fora uma figura da literatura, e Meirelles foi o primeiro a dar-lhe visualidade. Retratou-a nua, apenas com uma tanga de penas a cobrir-lhe o púbis, na tradição dos nus clássicos do [[nudez heroica|gênero heroico]], que no seu caso, segundo as intenções do autor, enfatizava o seu martírio por amor, seu heroísmo e sua espiritualidade, muito mais do que a sugestão de sensualidade que sua nudez poderia despertar. Seu corpo tem uma beleza idealizada e estatuesca, contrastando contra a paisagem marítima de fundo, que tem qualidades poéticas e evocativas mais típicas do romantismo. O episódio em si teve forte apelo entre os românticos brasileiros. A obra não parece ter sido fruto de alguma encomenda, e quando foi exposta pela primeira vez, ainda em 1866, embora o tema fosse muito popular, a pintura não teve comprador e chamou atenção apenas de especialistas, sem repercutir na imprensa.<ref name="Miyoshi"/> O barão [[Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo|Homem de Melo]], por exemplo, disse que "tudo neste quadro é claro, simples, sem embaraço. ]...] A tela que assim nos arrebata e seduz, resiste à análise crítica a mais exigente, considerando-se a execução artística e as exigências da composição". Gomes dos Santos foi ainda mais veemente e teceu-lhe grandes elogios:
 
::"Obra de maior valor, pois que reúne em grau muito subido todas as qualidades da grande pintura, é a ''Moema'' do Sr. Vctor Meirelles de Lima. Desenho, colorido, transparência aérea, efeitos de luz, perspectiva, exata imitação da natureza em seus mais belos aspectos, elevam esta composição magistral à categoria de um original de grande preço. O assunto, todo nacional, é uma das nossas lendas mais tocantes. Diogo, o Caramuru, regressa à Europa em uma nau francesa, levando em sua companhia a esposa mais amada, a formosa [[Catarina Paraguaçu|Paraguaçu]] e abandonando a outra, que talvez o amasse mais, a bela Moema. [...] O painel do Sr. Meirelles de Lima representa o final deste drama tão patético, omitido pelo poeta: as ondas restituem à terra o corpo gentil da afortunada [sic] Moema, que repousa sobre a areia de uma praia erma e silenciosa. Tudo neste painel respira melancolia, mas tudo é suave e calmo; o céu límpido e sereno, sereno como o rosto da mulher que sofreu muito, e já se não queixa. Na superfície do mar apenas se entrevê brando movimento, leves crespos de água vêm lentamente, como que receosos, beijar a vítima de tão malfadado amor, que não se atrevem, porém, a fazê-lo, e recuam sem tocá-la; à direita e não longe vê-se um bosquezinho de arbustos com mui pouca espessura, cujos últimos ramos com dificuldade se deixam mover pelo sopro do terral; à esquerda e defronte, o mar tranquilo: a cena é iluminada pela claridade da manhã, tão branda e suave, que se harmoniza com a melancolia geral da composição, e a torna mais sentida. ''Moema'' sela a reputação do mestre, que despontara brilhante à sua estréia, na segunda missa celebrada no Brasil".<ref>Miyoshi, pp. 22-23</ref>
[[File:Victor Meirelles - Desenho preparatório para a Moema.JPG|thumb|Estudo para ''Moema''. Este estudo foi a primeira concepção da obra, e diverge bastante da pintura final. Museu Nacional de Belas Artes.]]
 
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A tela foi apresentada primeiramente na 22ª Exposição Geral da Academia Imperial, iniciada em 15 de junho de 1872, ao lado da ''Batalha do Campo Grande'', de Pedro Américo. Mais uma vez estabeleceu-se uma polêmica entre a crítica e o público sobre os méritos das duas composições. Moreira de Azevedo, por exemplo, disse que “este painel de Victor Meirelles é de admirável produção de um gênio artístico, brilhante concepção de uma alma patriótica de um artista inspirado pela poesia das artes, pelas auras da pátria e pela luz do gênio". Em 1876 foi remetida junto com a ''Primeira Missa'' e a ''Passagem de Humaitá'' para a Exposição Universal da Filadélfia, e na volta acabou sendo estragada, perdendo-se irremediavelmente. Uma cópia, com a dimensão de 4,2 × 8,2 metros, foi providenciada pelo autor entre 1882 e 1883, quando estava em Paris, pertencendo desde 1926 ao acervo do [[Museu Histórico Nacional]].<ref name="Graziely"/> O pintor justificou a cópia dizendo: "Aquele quadro perdido era uma lacuna em minha vida artística. A minha obra sem ele ficara incompleta, embora viesse a compor, como espero, muitos outros quadros novos. Depois é a comemoração da glória mais brilhante da marinha americana".<ref>Araújo, Aline Praxedes de. [http://tede.biblioteca.ufpb.br/bitstream/tede/8075/2/arquivototal.pdf ''Há tantas formas de se ver o mesmo quadro: uma leitura de O Combate Naval do Riachuelo de Victor Meirelles (1872/1883)'']. Universidade Federal da Paraíba, 2015, p. 84</ref> Esta segunda versão, que alguns críticos da época disseram ser melhor que a original,<ref name="Museu Histórico Nacional"/> foi exposta no Salão de Paris de 1883 recebendo muitas apreciações positivas, e o autor foi homenageado com um banquete. Carlos Rubens recolheu alguns comentários da imprensa francesa:
 
::"No ''Patriote Franc-Comtois'', A. de Sancy dizia: 'Um grande combate naval de Meireles, episódio da guerra do Brasil, merecia uma medalha; obra conscienciosa e estudada, muitas minudências e interesse'. ''Le Moniteur de l'Armée'' elogiava o movimento, o desenho e o colorido do quadro; ''Le Courrier International'' salientava ser Victor Meirelles o único representante da pintura histórica no Salão e que 'levantou a arte brasileira ao nível de altitude da arte da Europa, trabalhando assim mais para o seu país do que para a glória própria'; também ''The Continental Gazzete'' elogiava o Combate, enquanto havia quem igualmente escrevesse: 'Seu trabalho, no entanto, foi um dos que atraíram a atenção, um dos poucos citados nas críticas rápidas das gazetas de Paris'.” <ref>Araújo, p. 82</ref>
 
Voltando ao Brasil, foi exposta no Largo de São Francisco em 1884 e em seguida numa outra Exposição Geral da Academia Imperial, reacendendo a polêmica.<ref name="Graziely"/> Gonzaga Duque, o porta-voz dos modernistas, criticou a obra nas mesmas linhas em que falara da ''Batalha dos Guararapes'', reconhecendo-lhe alguns méritos mas condenando-a como inverossímil: