Kulturkampf: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Revisão
Etiquetas: Inserção de predefinição obsoleta Editor Visual: Trocado
Linha 1:
{{SemMais fontes}}
{{Expandir2}}
'''''Kulturkampf''''' ({{IPA-de|kʊlˈtuːɐ̯kampf|lang|De-Kulturkampf.ogg}}, "luta pela cultura") é um termo alemão que se refere a lutas de poder entre Estados-nação democráticos constitucionais emergentes e a Igreja Católica Romana sobre o lugar e o papel da religião na política moderna, geralmente em conexão com campanhas de secularização. No ancien régime (antigo regime), os Estados eram confessionais, a religião governava a vida privada e pública, e a Igreja Católica estava intimamente associada a governos reacionários e conservadorismo ideológico.<ref>Grew, Raymond in: "Liberty and the Catholic Church in 19th. century Europe", Freedom and Religion in the 19th. Century, edited by Richard Helmstadter, Stanford University Press, 1997, {{ISBN|9780804730877}}, p. 201</ref> Assim, "a luta contra o ancien régime, seus remanescentes ou sua restauração era necessariamente uma luta contra a igreja" e tais conflitos eram um tema central da história da Europa Ocidental desde meados do século XIX até 1914.<ref>[[Iván T. Berend]] in: An Economic History of 19th-century Europe, Cambridge University Press, {{ISBN|978-1-107-03070-1}}, p. 93-94</ref><ref>Olsen, Glenn in: The Turn to Transcendence. The Role of Religion in the 21st. Century, The Catholic University of America Press, 2010, {{ISBN|9780813217406}}, p. 81</ref><ref>Bedouelle, Guy in: An Illustrated History of the Church: The Great Challenges, Archdiocese of Chicago Liturgy Training Publications, p. 195, {{ISBN|9781568545165}}</ref>
[[Imagem:Leo XIII.gif|200px|direita|thumbnail|Border|O papa [[Leão XIII]] e o chanceler [[Bismarck]], em charge de época intitulada ''Modus vivendi'']]
 
No sentido histórico, Kulturkampf refere-se a tais lutas de poder e campanhas legislativas em vários países, por exemplo. na Suíça (veja [[:de:Kulturkampf in der Schweiz]]), que assumiu um papel de liderança na década de 1840 (veja [[Guerra de Sonderbund]]), na Alemanha, começando por volta de 1860 e, especialmente, sua culminação entre 1871 e 1876, na [[França]], [[Bélgica]], Holanda, Grã-Bretanha,<ref>Josef L. Altholz, "The Vatican Decrees Controversy, 1874-1875." ''Catholic Historical Review'' (1972): 593-605. [https://www.jstor.org/stable/25018950 in JSTOR]</ref> Espanha,<ref>{{cite book|author=Enrique Sanabria|title=Republicanism and Anticlerical Nationalism in Spain|url=https://books.google.com/books?id=DWLIAAAAQBAJ&pg=PP1|year=2009|publisher=Palgrave Macmillan|page=1}}</ref> Itália, Áustria-Hungria (veja [[:de:Maigesetze (Österreich-Ungarn)]]), Hungria (1890-1895)<ref>Ramet, Sabrina in: Obstat, Nihil. Religion, Politics, and Social Change in East-Central Europe and Russia, Duke University Press, 1998, {{ISBN|978-0-8223-2070-8}}, p 107</ref> bem como nos Estados Unidos e na América Latina, e.g. [[México]]<ref>Borst, William in: "The Mexican Kulturkampf. The Christeros and the Crusade for the greater Glory of God", ''Mindszenty Report'' 54#8 August 2012:</ref> ou Brasil.<ref>Martin, Percy in: ''Causes of the Collapse of the Brazilian Empire'', The Hispanic American Historical Review, Duke University Press, 1921, Vol. 4, No. 1, pp. 4-48</ref>
'''Kulturkampf''' ({{IPA-de|kʊlˈtuːɐ̯kampf|lang|De-Kulturkampf.ogg}}, "luta pela cultura") foi um movimento [[anticlerical]] alemão do [[século XIX]], iniciado por [[Otto von Bismarck]], [[Chanceler]] do [[Império Alemão]] em [[1872]], como consequência do processo de unificação alemã. A época, o clero católico romano opôs-se à unificação sob a liderança do reino protestante da Prússia.
 
Com este significado, o termo Kulturkampf entrou em muitas línguas, por exemplo: francês: le Kulturkampf, espanhol: el Kulturkampf, italiano: il Kulturkampf.<ref>Dittrich, Lisa in: Antiklerikalismuns in Europa: Öffentlichkeit und Säkularisierung in Frankreich, Spanien und Deutschland (1848-1914), Vandenhoek & Ruprecht, Göttingen, 1914, {{ISBN|9783525310236}}</ref> Apareceu pela primeira vez c. 1840 em uma resenha anônima de uma publicação do liberal suíço-alemão Ludwig Snell sobre "A Importância da Luta da Suíça Católica Liberal com a Cúria Romana". Mas só ganhou mais amplitude depois que o membro liberal do parlamento da Prússia, Rudolph Virchow, usou-o em 1873.<ref>Ruppert, Stefan in: Kirchenkampf und Kulturkampf: Historische Legitimation, politische Mitwirkung und wissenschaftliche Begleitung durch die Schule Emil Ludwig Richter, Mohr Siebeck, Tübingen, 2002, {{ISBN|978-3-16-147868-0}}, p. 1-2</ref><ref name="Borutta 2011, p. 11">Borutta, Manuel in: Antikatholizismus. Deutschland und Italien im Zeitalter der europäischen Kulturkämpfe, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen, 2011, p. 11, {{ISBN|978-3-525-36849-7}}</ref>
Foi também causa de preocupação uma má compreensão do dogma da [[infalibilidade papal]] promulgado em [[1870]]. Bismarck buscava, também, obter apoio dos "nacional-liberais" para as bases do novo império recentemente nascido.
 
Na discussão sociopolítica contemporânea, o termo Kulturkampf (ver também [[guerra cultural]]) é frequentemente usado para descrever qualquer conflito entre autoridades seculares e religiosas ou valores profundamente opostos, crenças entre facções consideráveis dentro de uma nação, comunidade ou outro grupo.<ref>{{cite web|url=http://www.collinsdictionary.com/dictionary/american/kulturkampf|title=Kulturkampf - Definition, meaning & more - Collins Dictionary|publisher=|accessdate=21 de Dezembro de 2016|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
== Antecedentes ==
Sob a influência de novas filosofias e ideologias ascendentes como o [[iluminismo]], [[realismo]], [[positivismo]], [[materialismo]], [[nacionalismo]], [[secularismo]] e [[liberalismo]], o papel da religião na sociedade e a relação entre sociedade e igreja sofreram profundas mudanças nos séculos XVIII e XIX. Muitos países se esforçaram para tirar a igreja de poderes mundanos, reduzir os deveres da igreja aos assuntos espirituais, secularizando a esfera pública e [[Separação da Igreja e do Estado|separando a igreja do Estado]] e afirmando a supremacia do Estado, especialmente na educação.<ref>Christopher Clark, ''Iron Kingdom'' (2006) pp 412-19</ref> Róisín Healy argumenta que, em toda a Europa, a Kulturkampf operava principalmente em nível estadual e era encontrada "especialmente nas fortalezas do liberalismo, do anticlericalismo e do anticatolicismo".<ref>{{cite book|author=Róisín Healy|title=The Jesuit Specter in Imperial Germany|url=https://books.google.com/books?id=om6MiDM8sNQC&pg=PA57|year=2003|publisher=BRILL|page=57}}</ref>
 
 
[[Ficheiro:IX. Piusz pápa.jpg|miniatura|200px|Papa Pio IX (ca. 1878)]]
 
A Igreja Católica resistiu a esse desenvolvimento que retratou como um ataque à religião e procurou manter e até fortalecer seu forte papel no Estado e na sociedade.<ref>Nicholas Atkin and Frank Tallett, ''Priests, Prelates and People: A History of European Catholicism since 1750'' (Oxford UP, 2003) pp 128, 193</ref> Com a crescente influência do iluminismo e depois de ter perdido muito de sua riqueza, poder e influência na [[mediação]] e [[secularização]] do início do século 19, a igreja estava em declínio.<ref>Franz, Georg in: Kulturkampf. Staat und katholische Kirche in Mitteleuropa von der Säkularisation bis zum Abschluss des preußischen Kulturkampfes, Munich 1954, ASIN: B0027NO7I4 , p. 16</ref><ref>Robbins, Keith in: The Dynamics of Political Reform in Northern Europe 1780-1920, Political and Legal Perspectives, Leuven University Press, {{ISBN|9789058678256}}, p.154</ref> O papado neste momento estava em um ponto fraco de sua história, tendo acabado de perder todos os seus territórios para a Itália, com o papa como [[Prisioneiro no Vaticano|"prisioneiro" no Vaticano]].<ref>{{cite book|author=Roland Sarti|title=Italy: A Reference Guide from the Renaissance to the Present|url=https://books.google.com/books?id=xhoLorFC1iwC&pg=PA462|year=2009|publisher=Infobase Publishing|page=462}}</ref> A igreja esforçou-se para reverter sua influência decrescente e para manter a influência em assuntos como e. g. casamento, família e educação e iniciou um renascimento católico fundando associações, documentos, escolas, estabelecimentos sociais ou novas ordens e encorajando práticas religiosas como [[Peregrinação|peregrinações]], assembleias de massas, a devoção da Virgem Maria ou o sagrado coração de Jesus e a veneração de [[Relíquia|relíquias]];<ref>Knight, Frances in : History of the Christian Church, Vol. 6: The Church in the 19th. Century, I.B.Tauris, London, 2008, {{ISBN|9781850438991}}</ref> o papa se tornou um objeto de devoção.<ref>Dittrich, Lisa in: Antiklerikalismuns in Europa: Öffentlichkeit und Säkularisierung in Frankreich, Spanien und Deutschland (1848-1914), Vandenhoek & Ruprecht, Göttingen, 1914, {{ISBN|9783525310236}}, p. 58</ref> Além da extraordinária proliferação de ordens religiosas, o século 19 também testemunhou o surgimento de inúmeras associações e organizações católicas, especialmente na Alemanha e na França.<ref name="Dittrich 1914 p. 55">Dittrich, Lisa in: Antiklerikalismuns in Europa: Öffentlichkeit und Säkularisierung in Frankreich, Spanien und Deutschland (1848-1914), Vandenhoek & Ruprecht, Göttingen, 1914, {{ISBN|9783525310236}}, p. 55</ref> A [[propaganda]] católica, incluindo a interpretação dos acontecimentos diários, foi espalhada por jornais católicos locais e nacionais, proeminentes em todas as nações da Europa Ocidental, bem como através de missões organizadas e grupos dedicados à literatura piedosa.<ref>Ruppert, Stefan in: Kirchenkampf und Kulturkampf: Historische Legitimation, politische Mitwirkung und wissenschaftliche Begleitung durch die Schule Emil Ludwig Richter, Mohr Siebeck, Tübingen, 2002, {{ISBN|978-3-16-147868-0}}, p.6-8</ref>
 
No século 19, a Igreja Católica promulgou uma série de dogmas e encíclicas contenciosos: Em
 
*1832, na [[encíclica]] [[Mirari vos]], o papa [[Papa Gregório XVI|Gregório XVI]] condenou o liberalismo, a imprensa livre e o [[livre pensamento]].
 
Sob a liderança de seu sucessor, Papa [[Papa Pio IX|Pio IX]], em
*1854, a igreja proclamou a [[Imaculada Conceição|imaculada]] [[Imaculada Conceição|conceição]] de Maria. Em
*1864,o Vaticano publicou a encíclica Quanta cura e Syllabus de Erros; em
*1870, o [[Primeiro concílio do vaticano|Primeiro Concílio do Vaticano]] declarou o dogma da [[infalibilidade papal]].
 
With its "Syllabus of Errors" of 1864, the Catholic Church launched an assault on the new ideologies condemning 80 philosophical and political statements, mainly the foundations of the modern nation state, as false. It outright rejected such concepts as [[freedom of religion]], [[free thought]], [[separation of church and state]], [[civil marriage]], [[Popular sovereignty|sovereignty of the people]], [[democracy]], [[liberalism]] and [[socialism]], [[reason]] as the sole base of human action and in general condemned the idea of conciliation with [[progress (history)|progress]]. The announcements included an index of forbidden books.<ref>Nicholas Atkin, and Frank Tallett. ''Priests, Prelates and People: A History of European Catholicism, 1750 to the Present'' (2003). pp 104-6</ref>
 
Uma mudança profunda foi a gradual reorganização da Igreja Católica e seu uso expansivo da mídia. Os papas trabalharam para aumentar o controle da Igreja. Fortemente criticado pelos governos europeus, era centralizado e simplificado com uma hierarquia rígida, os bispos buscavam a direção do Vaticano e as necessidades e pontos de vista da igreja internacional receberam prioridade sobre os locais os mesmos. Os oponentes da nova organização hierárquica da igreja pejorativamente chamavam-a de [[ultramontanismo]].<ref>Healy, Roisin in: The Jesuit Spectre in Imperial Germany, Brill Academic Publishers, Boston, 2003, {{ISBN|0391041940}}, p. 42</ref><ref>Grew, Raymond in: "Liberty and the Catholic Church in 19th. century Europe", Freedom and Religion in the 19th. Century, edited by Richard Helmstadter, Stanford University Press, 1997, {{ISBN|9780804730877}}, p. 198-200</ref>
 
A visão de oposição da igreja ao iluminismo, às reformas liberais e às revoluções dos séculos XVIII/XIX, esses dogmas e a insistência expressa da Igreja na primazia papal enfureceram os liberais por toda a Europa, mesmo entre alguns católicos, acrescentando combustível para debates acalorados.<ref name="Robbins 1920, p. 178"/><ref>Dittrich, Lisa in: Antiklerikalismuns in Europa: Öffentlichkeit und Säkularisierung in Frankreich, Spanien und Deutschland (1848-1914), Vandenhoek & Ruprecht, Göttingen, 1914, {{ISBN|9783525310236}}, p. 182</ref>
 
Os dogmas representavam uma ameaça ao Estado secularizado, pois reafirmavam que a lealdade fundamental dos católicos não era ao Estado-nação, mas ao Evangelho e à Igreja, e que o ensinamento do papa era absolutamente autoritário e obrigatório para todos os fiéis. Políticos seculares chegaram a questionar se "o catolicismo e a lealdade ao Estado liberal moderno não eram mutuamente exclusivos". O primeiro-ministro britânico [[William Gladstone|Gladstone]] escreveu em 1874 que o ensino sobre a infalibilidade papal comprometia a fidelidade dos fiéis católicos ingleses. Para o liberalismo europeu, os dogmas eram uma declaração de guerra contra o Estado moderno, a ciência e a liberdade espiritual.<ref>Bucheim, Karl in: Geschichte der christlichen Parteien in Deutschland. Kösel, Munich, 1953, ASIN B0000BGX87, p. 197</ref><ref name="unamsanctamcatholicam.com"/>
 
O papa esteve lidando com a discordância dos dogmas, e. g. por excomunhão de críticos ou exigindo a sua remoção de escolas e universidades, foi considerado como "epítome do autoritarismo papal".<ref>Healy, Roisin in: ''The Jesuit Spectre'' in Imperial Germany, Brill Academic Publishers, Boston, 2003, {{ISBN|0391041940}}, p. 55</ref> Em resposta direta aos anúncios do Vaticano, a Áustria aprovou as chamadas Leis de Maio para a [[Cisleitânia]] em 1868, restringindo a Concordata de 1855, e então cancelou a concordata em 1870. Saxônia e a Bavária retiveram a aprovação para publicar a infalibilidade papal; Hesse e Baden até negaram qualquer validade legal. A França recusou-se a publicar as doutrinas por completo; Espanha proibiu a publicação do Syllabus de Erros em 1864.<ref>Dittrich, Lisa in: Antiklerikalismuns in Europa: Öffentlichkeit und Säkularisierung in Frankreich, Spanien und Deutschland (1848-1914), Vandenhoek & Ruprecht, Göttingen, 1914, {{ISBN|9783525310236}}, p. 95</ref>
 
== Kulturkampf na Alemanha ==
 
=== Antecedentes ===
[[Imagem:PortretOttovonBismarck.jpg|150px|esquerda|thumbnail|[[Bismarck]], 1877, idealizador da ''Kulturkampf'']]
 
Linha 11 ⟶ 45:
[[Imagem:Wilhelm Emmanuel von Ketteler 1865.jpg|150px|thumbnail|direita|[[von Ketteler]], 1865, adversário de Bismarck e da Kulturkampf]]
 
Não obstante isto, a campanha resultou em fracasso. Pois o [[Partido do Centro Alemão|Partido do Centro]] ''(Deutsche Zentrumspartei)'', de orientação claramente católica, tomou posição firme e decidida em favor dos clérigos perseguidos e, seguindo a [[orientação social da Igreja]] que já se vislumbrava nas encíclicas ''[[Quanta cura]]'' e ''[[Qui pluribus]]'', adotou um programa econômico tão avançado para a época que fez com que se tornasse em pouco tempo a maior força político-partidária da Alemanha. Um dos líderes deste partido foi o [[padre|barão]], bispo e político [[von Ketteler]], conhecido como o "''Bispo dos Trabalhadores''" (''Arbeiterbischof'') um dos precursores da [[Doutrina Social da Igreja]], que se notabilizou pela sua atuação em favor dos trabalhadores e pelas minorias discriminadas e exploradas pelo [[capitalismo]] [[liberal]]-[[burguês]].
 
Em [[1874]] o Centro católico obteve perto da quarta parte das cadeiras no [[Parlamento]] ([[Reichstag]]) e celebrou uma aliança com os "Social-Democratas" de oposição ao governo, se os dois partidos continuassem a crescer no mesmo ritmo em que vinham crescendo em pouco tempo se tornariam a maioria. Por esta época o [[socialismo]] se desenvolvia na Alemanha o que também era motivo de grande preocupação para Bismarck.
Linha 33 ⟶ 67:
== Bibliografia ==
BURNS, Edward McNall. ''História da Civilização Ocidental''. Tradução de Lourival Gomes Machado, Lourdes Santos Machado e Leonel Vallandro - Porto Alegre: Editora Globo, 1972 (2a. edição).
 
===Historiografia===
* Anderson, Margaret Lavinia. "Confessions of a Fellow Traveler," ''Catholic Historical Review'' (2013) 99#4 pp 623–648.{{en}}
* Heilbronner, Oded. "From Ghetto to Ghetto: The Place of German Catholic Society in Recent Historiography" ''Journal of Modern History'' (2000) 72#2 pp.&nbsp;453–495. [https://www.jstor.org/stable/10.1086/315995 in JSTOR]{{en}}
 
{{Referências}}
 
== Ligações externas ==