Tuskegee Airmen: diferenças entre revisões
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O '''Tuskegee Airmen''' é o nome popular de um grupo de [[piloto (aviação)|pilotos]] militares de [[aviação de caça|caça]] [[afro-americano]]s que lutaram durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Eles fizeram parte do 332º Grupo de Caça e do 447º Grupo de Bombardeiros da [[Força Aérea dos Estados Unidos]]. Também faziam uso do nome todos os navegadores, bombardeiros, mecânicos, instrutores, chefes de tripulações, enfermeiros, cozinheiros e todo o restante do pessoal de suporte. Quando o nome se refere exclusivamente aos pilotos, do grupo, é comum a utilização do termo '''Pilotos Tuskegee'''<ref>[https://en.wikipedia.org/wiki/afro_Airmen].</ref><ref>[[George Patton| PATTON JR, George S.]] '''A Guerra Que Eu Vi''' Tradução: Cel. Álvaro Galvão. [[Rio de Janeiro]]: Biblioteca do Exército Editora, [[1979]]</ref><ref>AMBROSE, Stephen E. '''Azul Sem Fim:''' Os homens e rapazes que conduziram os B-24 aos céus da Alemanha Nazista. Tradução: Pedro Jorgensen Jr. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, [[2005]]</ref><ref>RODRIGUES, José Sinésio. '''O Céu É Para Todos''': análise da participação de afro-descendentes nas atividades aeroespaciais. Universidade Estadual de Londrina (UEL). – CCE – Centro de Ciências Exatas; Departamento de [[Geografia]]. Trabalho Acadêmico, [[Londrina]], [[2016]].</ref>▼
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▲O '''Tuskegee Airmen''' é o nome popular de um grupo de [[piloto (aviação)|pilotos]] militares de [[aviação de caça|caça]] [[afro-americano]]s que lutaram durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. Eles fizeram parte do 332.º Grupo de Caça e do 447.º Grupo de Bombardeiros da [[Força Aérea dos Estados Unidos]]. Também faziam uso do nome todos os navegadores, bombardeiros, mecânicos, instrutores, chefes de tripulações, enfermeiros, cozinheiros e todo o restante do pessoal de suporte. Quando o nome se refere exclusivamente aos pilotos, do grupo, é comum a utilização do termo '''Pilotos Tuskegee'''<ref>[https://en.wikipedia.org/wiki/afro_Airmen].</ref><ref>[[George Patton| PATTON JR, George S.]] '''A Guerra Que Eu Vi''' Tradução: Cel. Álvaro Galvão. [[Rio de Janeiro]]: Biblioteca do Exército Editora,
Todos os pilotos militares afro-americanos que lutaram pelos [[Estados Unidos]] treinaram em
==Origens==
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[[File:P51 Mustang Red Tail.jpg|thumb|Um [[North American P-51 Mustang|P-51C Mustang]] utilizado em evento comemorativo, com as cores e insígnias do tenente-coronel Lee Archer]]
[[Imagem:Tuskegee Airman P-51 Mustang taken at Airventure.JPG|thumb| P-51 Mustang utilizado pelos Tuskegee Airmen. Este P-51C é parte do Projeto Rad Tail]]
Em
==Na cultura popular==
No filme [[Hart's War]] um integrante do Tuskegee Airmen é tema de história que se passa em um campo de prisioneiros. No filme [[Uma Noite no Museu 2]], pilotos Tuskegee se encontram com Larry ([[Ben Stiller]]) e [[Amelia Earhart]].
A história dessa esquadrilha também é retratada no Filme Red Tails onde pilotos negros lutam na 2ª Guerra Mundial. O Tuskegee Airmen também é mostrado no filme [[The Tuskegee Airmen]] (lançado no [[Brasil]] com o título "Prova de Fogo"), de
▲O Tuskegee Airmen também é mostrado no filme [[The Tuskegee Airmen]] (lançado no [[Brasil]] com o título "Prova de Fogo"), de [[1995]], estrelado por [[Laurence Fishburne]].<ref name="players">[http://www.cineplayers.com/filme/prova-de-fogo/12973 ''Prova de Fogo''] no CinePlayers (Brasil)</ref><ref>{{Citar web |url=http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/os-pilotos-negros-de-tuskegee_455.html |título=EUA já tiveram um grupo de caça só com pilotos negros |publicado=Aero Magazine |acessadoem=18 de novembro de 2016}}</ref>
A rejeição por causas raciais motivou ações na justiça, por parte de afro-americanos que desejavam se alistar e treinar como aviadores militares; tais causas se arrastaram por anos. Os esforços no sentido de invalidar leis que impediam a participação de negros no [[serviço militar]] foram liderados por importantes nomes que trabalhavam em prol dos [[direitos civis]], como [[Walter Francis White|Walter White]], da [[Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor]], como consequência dos esforços dos líderes
Finalmente, em
A tradição e a política do Departamento de Guerra determinavam a segregação de afro-americanos,
Devido à natureza restritiva da política de seleção, a situação não se mostrava promissora para os afro-americanos desde 1941. Foi divulgado que apenas 124 pilotos afro-americanos no país, no ano anterior, haviam se interessado em se tornar pilotos de caça.<ref>Moye 2010, p. 25.</ref> As políticas de exclusão falharam drasticamente quando o Corpo Aéreo recebeu vários pedidos de homens qualificados, mas sob restrições, devido à política racial.<ref>Benton 1999, p. 43.</ref>
===Teste===
As Forças Armadas dos Estados Unidos tinham estabelecido uma lista de pesquisas sobre perfis psicológicos, que incluía o
===O voo da primeira-dama===
O programa dos Tuskegee recebeu um incentivo público quando a primeira-dama [[Eleanor Roosevelt]] realizou uma visita aos pilotos afro-americanos e voou com o instrutor C. Alfred "Chief" Anderson. Anderson, que voava desde
==Formação==
Em
Um grupo de 271 homens alistados treinaram, inicialmente, em tarefas de suporte em
Oficialmente, o programa Tuskegee teve início em
Contudo, pela metade de 1942, apenas dois esquadrões foram treinados ali.<ref>Homan and Reilly, p. 68.</ref>
[[File:tuskegee airman poster.jpg|thumb|left
O Campo Aéreo Tuskegee era similar aos já existentes para treinamentos de pilotos brancos, como o [[Campo Maxwell]], não muito distante.<ref name="Francis p. 233">Francis and Caso 1997, p. 233.</ref> Esta instalação havia sido erguida em apenas seis meses, empregando cerca de 2
Seu sucessor, Coronel [[Frederick von Kimble]], então inspecionou as operações no campo aéreo Tuskegee. Contrário aos novos regulamentos das forças armadas, Kimble manteve a segregação na base, em defesa dos costumes locais no estado do [[Alabama]], uma política que despertou ressentimentos nos pilotos do esquadrão Tuskegee. Posteriormente, no mesmo ano, Kimble foi substituído pelo major [[Noel Parrish|Noel F. Parrish]]<ref name=amhert>Smith, Gene. [http://www.americanheritage.com/content/colonel-parrish%E2%80%99s-orders?page=show "Colonel Parrish’s Orders."] ''American History,'' Volume 46, Issue 3, May/June 1995.</ref> Foi ele quem, finalmente, solicitou a Washington que os pilotos Tuskegee fossem, o quanto antes, enviados para o combate.<ref>Francis and Caso 1997, p. 258.</ref>
[[Imagem: A segregação racial nas forças armadas dos Estados Unidos continuava a imperar, contudo, de modo que até mesmo os cirurgiões voltados ao trabalho com os pilotos Tuskegee eram impedidos de realizar trabalho com pilotos brancos<ref name=FlightSurgeon>Jones, D.R., L.P. Gross and R. Marchbanks-Robinson. [http://archive.rubicon-foundation.org/7973 "United States Army Aeromedical Support to African Fliers, 1941–1949: The Tuskegee Flight Surgeons"], ''SAM-FE-BR-TR-2007-0001: US Air Force School of Aerospace Medicine'' (2007); retrieved 20 March 2010.</ref> Antes do desenvolvimento desta unidade, nenhum cirurgião negro havia trabalhado nas Forças Armadas dos Estados Unidos.<ref>LIMA, Rui Moreira. '''Senta a Pua!'''. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1980</ref><ref>SILVEIRA, Joel; MITKE, Thassilo. '''A Luta dos Pracinhas:''' A Feb 50 anos depois – uma visão crítica. Rio de Janeiro: Record, 1983</ref><ref
O treinamento de afro-americanos como médicos da aviação foi conduzido por meio de cursos por correspondência até
O acúmulo de cadetes reprovados entre os Tuskegee e a propensão de outros comandos para evitar os afro-americanos aumentou as dificuldades administrativas dos pilotos Tuskegee. Uma diminuição das tarefas para eles fez com que muitos pilotos do grupo fossem lançados em atividades nada relacionadas à aviação, como administração de alojamentos e até departamentos [[Culinária|culinários]].<ref name="Francis 1997, p. 214">Francis and Caso 1997, p. 214.</ref>
Oficiais treinados também eram mantidos sem ocupação, sem exercer qualquer cargo de comando. A este respeito, o [[General]] [[Henry Arnold]] afirmou: “Pilotos negros não podem ser utilizados em nossos grupos aéreos, pois isto resultaria em oficiais negros comandando homens brancos alistados, criando uma situação social impossível”.<ref>Moye 2010, pp. 93–95
==Incumbência em combate==
[[File:Tuskegee Airmen - Circa May 1942 to Aug 1943.jpg|thumb|left|Oito Tuskegee Airmen em frente a um avião [[Curtiss P-40|P-40]]]]
O 99º foi, finalmente, considerado pronto para atividades de combate em
O 99.º se mudou então para a [[Sicília]] e recebeu uma [[menção honrosa]] por sua performance em combate.
[[File:Col Benjamin Oliver Davis, Jr.jpg|thumb|right|Coronel [[Benjamin Davis]], comandante do 332.º Grupo de Caça Tuskegee, diante de seu [[P-47 Thunderbolt]], na Sicília]]
Em fins de
Sob o comando do Coronel Davis, os esquadrões foram movidos para a
==Caças de escolta==
Os pilotos Tuskegee, particularmente os homens do 332.º, enfrentaram alguns episódios de [[racismo]], mesmo por parte daqueles pilotos que eles próprios protegiam. Contudo, com o tempo e graças à sua atuação, gradativamente ganharam o respeito de outros pilotos. Os aliados passaram a chamá-los de "Red Tails" (Caudas Vermelhas) ou "Red-Tail Angels” (Anjos de Cauda Vermelha), devido à cor predominantemente vermelha sobre a seção da cauda de suas aeronaves.<ref name="Rice">Rice, Markus. [http://logicalthinker2.tripod.com/Tuskegeeaircraft.html "The Men and Their Airplanes: The Fighters"], ''Tuskegee Airmen'' via logicalthinker2.tripod.com, 1 March 2000.</ref><ref
===Unidades aéreas===
As únicas unidades aéreas que estiveram em combate durante a guerra foram o 99.º Esquadrão de Caça e o 332.º Grupo de Caça. Particularmente os pilotos sob o comando do Tenente-Coronel Davis tiveram grandes sucessos em suas missões.<ref name=shsu>[http://www.shsu.edu/~his_ncp/AfrAmer.html "Black Americans in Defense of Our Nation."] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110607225702/http://www.shsu.edu/~his_ncp/AfrAmer.html |date=7 de Junho de 2018 }} ''Sam Houston State University''; retrieved 7 de junho de 2018.</ref><ref name=sd>[http://www.sandiegoairandspace.org/exhibits/african_american_exhibit/military-inspirations.php "Celebrating African Americans in Aviation"], ''San Diego Air & Space Museum''; retrieved 12 de junho de 2011.</ref> Ao longo de sua atuação na [[Europa]], o 99º Esquadrão de Caça seria agraciado com medalhas e honrarias, devido à sua participação em combates diversos, inclusive atuando contra jatos alemães [[Messerschmitt Me 262]], em 24 de março de 1945. A missão foi a mais longa realizada por caças de escolta da Décima Quinta Força Aérea em toda a guerra.<ref>[https://web.archive.org/web/20110722181355/http://www.randolph.af.mil/library/factsheets/factsheet.asp?id=5896 "99th Flying Training Squadron History."] ''United States Air Force''; retrieved 12 de junho de 2018.</ref><ref name=jet>[http://www.nationalmuseum.af.mil/factsheets/factsheet_print.asp?fsID=15471&page=2 "Escort Excellence"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20131203141314/http://www.nationalmuseum.af.mil/factsheets/factsheet_print.asp?fsID=15471&page=2 |date=12 de junho de 2018}}, nationalmuseum.af.mil; retrieved 12 de junho de 2018.</ref> O 332.º Grupo de Caça participou de missões na Sicília, [[Anzio]], [[Normandia]], no [[Vale do Reno]], no [[Vale do Pó]] e no trajeto [[Roma]]-[[Arno]], entre outros locais. Pilotos do 99º chegaram a estabelecer um recorde, ao destruir cinco aeronaves inimigas em apenas quatro minutos.<ref name=shsu/> Os Tuskegee Airmen se distinguiram também por conseguir a façanha de abater três jatos [[Me 262]] em um único dia.<ref>[http://www.nationalmuseum.af.mil/factsheets/factsheet.asp?id=15471 "Escort Excellence"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120309081737/http://www.nationalmuseum.af.mil/factsheets/factsheet.asp?id=15471 |date=27 de julho de 2012 }}, nationalmuseum.af.mil; retrieved 27 July 2012.</ref> Em 24 de março de 1945, 43 [[P-51 Mustang]]s liderados pelo Cel. Benjamin O. Davis escoltaram bombardeiros [[B-17]] sobre 1600 [[quilômetro]]s, para dentro do território alemão, e retornaram. Na ocasião, antes mesmo do ataque, um caça não conseguiu realizar sua missão, pois devido a um defeito técnico, realizou um pouso forçado no território neutro da [[Suíça]]. Nesta missão, o alvo principal era um complexo industrial da [[Daimler-Benz]], que produzia [[trator]]es, em [[Berlim]], complexo este que era defendido pela [[Luftwaffe]], inclusive com aviões [[Focke-Wulf Fw 190|Fw 190s]] e [[Messerschmitt Me 163|Me 163 "Komet"]], propelidos por foguetes, os primeiros jatos operacionais produzidos em série da História. Os pilotos Charles Brantley, Earl Lane e Roscoe Brown foram abatidos por jatos, sobre Berlim, naquele dia. Por esta missão, o 332º Grupo de Caça foi agraciado com uma Citação por Distinção em Combate.<ref name="332d">[http://www.everworld.com/tuskegee/332d_fighter_squadron.htm "332d Fighter Squadron"], everworld.com; retrieved 9 July 2012.</ref> Pilotos do 332º Grupo de Caças conquistariam, ao todo, 96 medalhas por distinção em combate. Tais missões aconteceram sobre a Itália e áreas ocupadas por inimigos, na [[Europa Central]] e áreas ao sul do continente europeu. Os aviões operacionais utilizados foram, em sucessão: [[Curtiss P-40 Warhawk]], [[Bell P-39 Airacobra]], [[Republic P-47 Thunderbolt]] e [[North American P-51 Mustang]].<ref name=shsu/>
==Unidades de Bombardeiro Tuskegee Airmen==
===Formação===
Com pilotos de caça afro-americanos sendo treinados com sucesso, as forças armadas estadunidenses passaram a viver sob pressão da [[NAACP]] e outras organizações de [[direitos civis]] para organizar uma unidade de bombardeiros. Dificilmente haveria algum argumento contrário válido, sobretudo quando havia uma quota de apenas 100 pilotos afro-americanos em treinamento, podendo chegar a 200, dentro de um total de 60
Em
O 447º conteria quatro esquadrões de bombardeiros. O número de candidatos, nesta época, chegava a 1200 oficiais e homens alistados, unidades que operariam 60 bombardeiros [[North American B-25 Mitchell]]. O 447.º seria, posteriormente, agraciado com a inclusão de outros esquadrões de bombardeiros: o 617.º, o 618º e o 619º.<ref>Francis and Caso 1997, p. 457.</ref><ref>Homan and Reilly 2001, p. 186.</ref>
O campo base para o 447º era
===Dificuldades de comando===
O comandante do primeiro grupo foi o Cel.
Posteriormente, o Cel. Boyd confirmou que afro-americanos não teriam o direito de usarem clubes militares, apesar de o General Hunter haver prometido instalações separadas, mas iguais, a serem construídas para aviadores negros.<ref>Moye 2010, pp. 126–27.</ref> O 447º foi transferido para [[Goldman Field]], no [[Kentucky]], antes que o clube fosse construído. Para eles foi cedido um clube para oficiais afro-americanos. Os oficiais brancos, por sua vez, utilizavam instalações apenas para brancos, perto de [[Fort Knox]], para descontentamento dos oficiais negros.<ref>Moye 2010, pp. 128–29.</ref>
Outro fato irritante para os pilotos Tuskegee era não haver um único afro-americano entre os oficiais de alta patente.<ref name="Não_nomeado-yKLH-3">[[George Patton| PATTON JR, George S.]]
Fora da base, as coisas não eram melhores para os avidores Tuskegee. Muitos comércios locais simplesmente se negavam a atender afro-americanos. Uma lavanderia local se negava a lavar suas roupas, mas estavam prontas para lavar as roupas até de soldados alemães capturados.<ref>
No início de
Como um dos resultados deste episódio, em
A guerra terminaria antes que o 447º grupo tivesse a chance de entrar em combate. O 618º Esquadrão de Bombardeiros foi desfeito em
==Realizações em combate==
[[
Ao todo, 992 pilotos foram treinados em Tuskegee, de 1941 até
Aos Tuskegee Airmen foram creditadas grandes realizações, como:
*mais de 8.000 missões de combate<ref>{{
*179 missões de escolta de bombardeiros,<ref name="Francis p. 394"/>
* 112 aviões inimigos destruídos no ar, outros 150 no solo e 148 danificados. Estes incluem três caças alemães [[Messerschmitt Me 262|Me-262 jet fighters]] abatidos.
* 950 veículos militares, incluindo trens, caminhões e outros veículos motorizados destruídos (mais de 600 trens)
* Um navio posto fora de ação. Tratava-se de um [[destroyer]] (de nome ''Giuseppe Missori'') da Marinha Italiana, que havia sido capturado pelos alemães e reclassificado como torpedeiro ''TA22''. Ele foi atacado em
*40 barcos destruídos.
Linha 112 ⟶ 122:
*Três citações honrosas por distinção
*Uma [[Estrela de Prata]]
*96 Cruzes Por Distinção em Combate Aéreo (o número de aviadores premiados era de 95, mas o capitão
*14 [[Estrela de Bronze|Estrelas de Bronze]];
*744 [[Medalha do Ar|Medalhas do Ar]];
Linha 118 ⟶ 128:
===Controvérsia===
[[File:Tuskegee Airmen 332nd Fighter Group pilots ppmsca13245u.jpg|thumb|left|Homens do 332o Grupo de Caça atentos a explicações de um instrutor, na
Em
Tal afirmação foi repetida por muitos anos e nunca confrontada publicamente. Em
Contudo, Alan Gropman, um professor universitário, afirmou que pesquisou mais de 200 relatórios de missões dos pilotos Tuskegee e não encontrou informações sobre a perda de nenhum bombardeiro sob fogo inimigo.<ref name="An uneasy question."/> Daniel Haulman, da Agência de Pesquisa Histórica da Força Aérea, conduziu um estudo e concluiu que 25 bombardeiros haviam sido perdidos sob fogo inimigo, mesmo escoltados pelos Tuskegee Airmen.
Em um artigo posterior, "The Tuskegee Airmen and the Never Lost a Bomber Myth," publicado no ''
Nas 179 missões de escolta de bombardeiros, o 332º Grupo de Caças voou pela 15ª Força Aérea. Em 35 destas missões, o grupo encontrou aeronaves hostis e perderam bombardeiros atingidos por caças inimigos em apenas sete, e o número total de bombardeiros perdidos chegou a 27. Por comparação, o número total de bombardeiros perdidos que eram escoltados por outros aviões P-51, no mesmo período, ascendeu a 46.<ref>Haulman, Dr. Daniel L. (2013). [http://www.afhra.af.mil/shared/media/document/AFD-130905-006.pdf "Misconceptions About the Tuskegee Airmen"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20131029192052/http://www.afhra.af.mil/shared/media/document/AFD-130905-006.pdf |date=29 de outubro de 2013 }}, afhra.af.mil; retrieved 29 de outubro de 2013.</ref>
[[
Um exemplo do número de perdas do grupo de caças dos Tuskegee existe em diversos documentos históricos. Em
==Pós-guerra==
[[
Apesar de alguns pilotos Tuskegee terem sido abatidos em combate, eles figuravam entre alguns dos melhores pilotos da [[Força Aérea dos Estados Unidos]], devido à combinação de experiência pré-guerra e reflexos rápidos.<ref
Contudo, os Tuskegee Airmen tiveram de continuar a combater o racismo que insistia em importuná-los, dentro e fora do universo militar.<ref name="Tuskegee Airmen Combat record">[http://www.tuskegeeairmen.org/Tuskegee_Airmen_History.html "Tuskegee Airmen History"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20101130165710/http://tuskegeeairmen.org/Tuskegee_Airmen_History.html |date=30 de novembro de 2017 }}, tuskegeeairmen.org; retrieved 30 de novembro de 2017.</ref> Em Após o término da segregação oficial entre militares, em
Os Tuskegee Airmen foram de grande importância, no período pós-guerra, para fins de propaganda. Edward Gibbs foi um instrutor civil durante este período.<ref>Gubert et al. 2002, p. 130.</ref> Ele, mais tarde, se tornou o fundador do
Em
Willie Rogers, o último membro sobrevivente dos Tuskegee originais, morreu aos 101 anos de idade, em
O Capt. Lawrence E. Dickson, então com 24 anos, tinha participado de missões de escolta, pilotando um
==Legado e honrarias==
[[File:Tuskegee Airmen + US Congressional Gold Medals, 2007March29.jpg|thumb|right|A [[Congressional Gold Medal]] foi coletivamente concedida a aproximadamente 300 antigos aviadores Tuskegee ou a suas viúvas, no
[[File:T-1A 3.jpg|''Red Tails'' continuam em voo, na 99º Flying Training Squadron, na [[Randolph Air Force Base]] em honra aos Tuskegee Airmen|left|thumb]]
[[File:P-51C-18.jpg|thumb|Pintura mostra um restaurado P-51 Mustang associado com o Tuskegee Airmen, agora em uso pelo
[[
Em
O 447º Grupo de Bombardeiros foi formado em
Outros membros dos Tuskegee Airmen deram contribuições no âmbito do mundo dos negócios. Eugene Winslow fundou a Afro-Am Publishing, em [[Chicago]], [[Illinois]], uma editora que publicou o livro ''Great Negroes Past and Present'', em
James foi um dos três Tuskegee que se tornaram generais. Pela manutenção da base americana na [[Líbia]], mesmo diante das tropas de [[Muammar al-Gaddafi]], James foi elevado ao posto de brigadeiro general pelo presidente [[Richard Nixon]]. Anteriormente, James havia comandado o 332º Grupo de Caça e foi o primeiro negro a se tornar general na [[Força Aérea dos Estados Unidos]]. Outro aviador Tuskegee, Lucius Theus, se retirou do serviço militar como major general após dedicar 36 anos na Força Aérea e serviços militares burocráticos.<ref name="Facts"/> Em 2006, o congressista da [[Califórnia]] Adam Schiff e o congressista do [[Missouri]] William Lacy Clay, Jr., levaram adiante a iniciativa de criar um [[selo]] comemorativo para honrar os Tuskegee Airmen.<ref>Oblack, Sean. [http://schiff.house.gov/HoR/CA29/Newsroom/Press+Releases/2006/Schiff+Votes+to+Honor+Tuskegee+Airmen.htm "Schiff Votes to Honor Tuskegee Airmen"] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20070726004155/http://schiff.house.gov/HoR/CA29/Newsroom/Press+Releases/2006/Schiff+Votes+to+Honor+Tuskegee+Airmen.htm |date=26 de Julho de 2007 }}, schiff.house.gov;, retrieved 20 de Março de 2010.</ref> O [[astronauta]] estadunidense [[Robert Curbeam]] levou ao espaço, a bordo do [[ônibus espacial]] [[Discovery (ônibus espacial)|Discovery]], missão [[STS-116]], uma flâmula que homenageava os Tuskegee Airmen. A flâmula foi fixada no interior da [[Estação Espacial Internacional]], lá sendo mantida por anos
O 99º Esquadrão Aéreo de Treinamento, voando a bordo de aviões [[Raytheon T-1 Jayhawk]], em honra aos Tuskegee Airmen, pintaram as caudas de suas aeronaves de vermelho. Em
O [[Heinz History Center]], em [[Pittsburgh]], criou o prêmio Western Pennsylvania, para os veteranos Tuskegee.<ref>Majors, Dan. [http://www.postgazette.com/pg/12021/1205112-455-0.stm "Real Tuskegee airman approves of new film about their service in WW II: One good tale"], ''Pittsburgh Post-Gazette'', 5 de fevereiro de 2015.</ref><ref>Ove, Torsten. [http://www.post-gazette.com/local/region/2013/09/13/Airport-exhibit-kicks-off-honors-for-Pittsburgh-s-Tuskegee-Airmen/stories/201309130161 "Tuskegee Airmen exhibit opens at airport"], post-gazette.com, 13 de setembro de 2013; accessed 5 de Janeiro de 2017.</ref>
Em
Em
Em janeiro de
==Representações artísticas dos Tuskegee Airmen==
* ''Red Tails Escorting the B17s'', uma [[aquarela]] produzida por Kay Smith, encontra-se na coleção da [[livraria]]
==Na cultura popular==
[[File:Wings for this Man.ogv|thumb|thumbtime=02:00|Tuskegee Airmen sendo apresentados no filme ''[[Wings for This Man]]'' (1945)]]
* ''[[Wings for This Man]]'' (1945), uma curta propaganda sobre os Tuskegee Airmen foi produzida pelas Forças Armadas dos Estados Unidos. O filme foi narrado por [[Ronald Reagan]].<ref>{{IMDb title|id=0816708|title=Wings for This Man}}</ref>
* "Graveyard", um episódio da série Twelve O'Clock High (
* ''[[The Tuskegee Airmen]]'' (1995), (lançado no Brasil com o nome Prova de Fogo), um filme estrelado por [[Laurence Fishburne]], foi produzido e levado ao ar pela [[HBO]].<ref>{{IMDb title|id=0114745|title=The Tuskegee Airmen}}</ref>
* "The Tuskegee Airmen", um episódio da série Dogfights, foi originalmente levado ao ar pelo canal [[History Channel]], em
* Os Tuskegee Airmen (1997) foram representados na série [[G.I. Joe]]<ref>[http://www.mastercollector.com/neat/gijoe/hasbro/1997joes.html "1997 G.I. Joe Classic Collection"], em
* ''The Wild Blue: The Men and Boys who Flew the B-24s over Germany'' (2001), um livro de [[Stephen Ambrose]], descreve os Tuskegee Airmen em um tributo por seus esforços.<ref>Ambrose 2001, p. 27</ref>
* ''
* ''
* ''[[Red Tails]]'' é um filme a respeito dos Tuskegee Airmen que foi produzido pela [[Lucasfilm]] e lançado em
* ''[[Night at the Museum: Battle of the Smithsonian]]'' (de 2009; lançado no [[Brasil]] sob o título ''Uma Noite no Museu'' e em [[Portugal]] como ''À Noite, no Museu'') é um filme que apresenta os Tuskegee Airmen. Um dos Airmen, interpretado por [[Keith Powell]], anuncia, com voz estentórea: "Os Tuskegee Airmen estão em marcha novamente!". Outro Tuskegee Airmen (interpretado por [[Craig Robinson]]) diz a [[Amelia Earhart]] ([[Amy Adams]]), "Várias pessoas achavam que nós não poderíamos voar...; Obrigado por abrir o caminho a nós
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==Imagens ==
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</gallery>
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* [[92.ª Divisão de Infantaria
* [[Bessie Coleman]] – primeira aviadora civil estadunidense
* [[Red Ball Express]]
* [[Bombardeios estratégicos durante a Segunda Guerra Mundial]]
* [[Rebelião Racial de Omaha em 1919]]
* [[Rosa Parks]]
* [[Robert Henry Lawrence]]
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* [[Kimberly Anyadike]]
* [[Harriet Quimby]]
{{Referências}}
==Bibliografia==
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* Broadnax, Samuel L. ''Blue Skies, Black Wings: African-American Pioneers of Aviation''. Westport, Connecticut: Praeger Publishers, 2007; {{ISBN|0-275-99195-4}}.
* Bucholtz, Chris and Jim Laurier. ''332nd Fighter Group – Tuskegee Airmen''. Oxford, UK: Osprey Publishing, 2007; {{ISBN|1-84603-044-7}}.
* {{
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|authorlink2=Richard R. Muller
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|isbn=978-1-85367-712-0
}}
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* Haulman, Daniel L. "The Tuskegee Airmen and the Never Lost a Bomber Myth", ''The Alabama Review'', Vol. 64, No. 1, Janeiro de 2011.
* Haulman, Daniel L. [https://web.archive.org/web/20131029192052/http://www.afhra.af.mil/shared/media/document/AFD-130905-006.pdf Misconceptions About the Tuskegee Airmen], Air Force Historical Research Agency (USAF), 24 de Julho de 2013.
* Haulman, Daniel L. [http://newpreview.afnews.af.mil/shared/media/document/AFD-101222-041.pdf Tuskegee Airmen Chronology]{{
* Homan, Lynn M. and Thomas Reilly. ''Black Knights: The Story of the Tuskegee Airmen.'' Gretna, Louisiana: Pelican Publishing, 2001; {{ISBN|978-1-56554-828-2}}.
* Leuthner, Stuart and Olivier Jensen. ''High Honor: Recollections by Men and Women of World War II Aviation''. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1989; {{ISBN|0-87474-650-7}}.
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* Woodward, C. Vann and William S. McFeely. ''The Strange Career of Jim Crow.'' New York: Oxford University Press (USA), 2001; {{ISBN|978-0-19-514690-5}}.
== Ligações externas ==
{{Commons category}}
{{Refbegin}}
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* [https://library.ucr.edu/collections/tuskegee-airmen-collections Tuskegee Airmen Collections] [[University of California, Riverside]]
* [https://www.tuskegee.edu/Content/Uploads/Tuskegee/files/Nine_Myths_About_the_Tuskegee_Airmen.pdf Nine Myths About the Tuskegee Airmen]
{{portal3|Segunda Guerra Mundial}}
{{Controle de autoridade}}
[[Categoria:Grupos da Força Aérea dos Estados Unidos]]
[[Categoria:Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial]]
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