Jane Austen: diferenças entre revisões
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{{Info/Biografia
|nome = Jane Austen
|imagem = CassandraAusten-JaneAusten(c.1810).jpg
|imagem_tamanho = 250px
|legenda = Único retrato oficial de Jane Austen, aos trinta e cinco anos em 1810; [[aquarela]] feita por sua irmã [[Cassandra Austen]].
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|Cassandra Austen <small>([[1739]]-[[1825]]; mãe)</small>
|Cassandra Austen <small>([[1773]]-[[1845]]; irmã)</small>
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|James Austen <small>([[1765]]-[[1819]]; irmão)</small>
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|religião = [[Igreja Anglicana|Cristianismo anglicano]]
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'''Jane Austen''' (Steventon, [[Inglaterra]], [[16 de dezembro]] de [[1775]] — [[Winchester]], Inglaterra, [[18 de julho]] de [[1817]]) foi uma
Nascida em Steventon, [[Hampshire]], de uma família pertencente à nobreza agrária, sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras, cujo tema gira em torno do casamento da protagonista. A inocência das obras de Austen é apenas aparente, e pode ser interpretada de várias maneiras.
==Biografia==
Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em
Em 1783, Jane e Cassandra foram para a casa da Sra. Cawley, em [[Southampton]], para prosseguir a educação sob sua tutela; porém tiveram que regressar para casa, devido a uma enfermidade infecciosa em Southampton. Entre 1785 e 1786, ambas foram alunas de um internato em [[Reading]], lugar que pode ter inspirado Jane para descrever o internato da Sra. Goddard, que aparece no romance ''Emma''. A educação que Austen recebeu ali foi a única recebida fora do âmbito familiar. Por outro lado, sabe-se que o reverendo Austen tinha uma ampla [[biblioteca]] e, segundo ela mesma conta em suas cartas, tanto ela quanto sua família eram "ávidos leitores de romances, e não se envergonhavam disso". Assim como lia romances de [[Fielding]] e de [[Richardson]], lia também
Entre [[1782]] e [[1784]], os Austen fizeram representações teatrais na reitoria de Steventon, que entre 1787-1788 foram mais elaboradas graças à colaboração de sua prima, Eliza de Feuillide, (a quem dedicou ''Love and Friendship''). Nos anos posteriores a 1787, Jane Austen escreveu, para o divertimento de sua família, ''Juvenilia'', que inclui diversas paródias da literatura da época. Entre 1795 e 1799 começou a redigir as primeiras versões dos romances que se publicariam sob os nomes ''[[Sense and Sensibility]]'', ''[[Pride and Prejudice]]'' e ''[[Northanger Abbey]]'' (que antes se intitulavam ''Elinor and Marianne'', ''First Impressions'', e ''Susan'', respectivamente). Provavelmente, também escreveu ''Lady Susan'' nesta época. Em [[1797]], seu pai quis publicar ''Orgulho e Preconceito'', mas o editor recusou.
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Em 1803, Jane Austen conseguiu vender seu romance ''[[Northanger Abbey]]'' (então intitulado ''Susan'') por 10 libras esterlinas, apesar de o livro ter sido publicado somente 14 anos depois. É possível, também, que nessa ocasião tenha começado a escrever ''The Watsons'', logo abandonando a ideia.
Em janeiro de 1805,
Em 1806, os Austen se mudaram para [[Southampton]], perto da marina de [[Portsmouth]], o que permitia a eles visitar frequentemente seus irmãos Frank e Charles, que serviam na marinha, chegando a almirantes.
Em [[1809]], se mudaram para Chawton, perto de [[Alton]] e [[Winchester]], onde seu irmão Edward podia abrigá-las em uma pequena casa dentro de uma de suas propriedades. Esta casa tinha a vantagem de ser em [[Hampshire]], o mesmo condado de sua infância. Uma vez instaladas, Jane retomou suas atividades literárias revisando ''Sense and Sensibility'', que foi aceita por um editor em 1810 ou 1811, apesar de a autora assumir os riscos da publicação. Foi publicado de forma anônima, em outubro, como pseudônimo: "By a Lady". Segundo o diário de Fanny Knight, sobrinha de Austen, esta recebeu uma "carta da tia Cass pedindo que não fosse mencionado que a tia Jane era a autora de ''Sense and Sensibility''".<ref>{{Citar web |autor= |url=http://www.pemberley.com/janeinfo/brablt11.html#sep281811 |título=Cartas de Jane Austen, edição de Brabourne em |língua= |obra= |data= |acessodata=}}</ref> Teve algumas críticas favoráveis, e se sabe que os lucros para Austen foram de 140 libras esterlinas.
== Carreira literária ==
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== Morte ==
Austen começou ''Persuasion'' em agosto de 1815, mas um ano depois começou a se sentir mal. No início de 1817, começou ''Sanditon'', porém teve que abandonar a obra por seu estado de saúde. Para receber tratamento médico foi levada a Winchester, onde faleceu em 18 de julho
Suas últimas palavras foram: "''Não quero nada mais que a morte''".<ref>''Biography of Jane Austen'' (1818), escrita por seu irmão Henry Austen. John Murray. Londres. Reimpressa em 1833.</ref> tinha 41 anos de idade.
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== Legado ==
Seus romances ''Persuasion'' e ''[[Northanger Abbey]]'' foram preparados para publicação por Henry Austen, e foram publicadas em 1817, em uma edição combinada de quatro volumes. Da mesma forma que nas obras anteriores, seu nome não consta, mas é citado apenas que se trata da mesma autora das outras obras, e traz uma "nota biográfica sobre o autor", anunciando sua morte.
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O tratado de educação mais relevante para a época era o ''[[Emílio, ou Da Educação|Emilio]]'' de [[Jean-Jacques Rousseau|Rousseau]], que tem suas bases no [[Iluminismo]]. Rousseau propunha que todos os males de sua época se originavam na própria [[sociedade]], e que a única alternativa era provocar uma transformação no homem através da [[educação]]; uma educação que o permitisse libertar-se da corrupção que provoca a sociedade. A influência do Iluminismo fez com que se começasse a criar um sistema educativo fundamentado na [[razão]]. Sem dúvida, tanto em Rousseau, como em muitos outros pensadores do Iluminismo, a mulher estava excluída dessa necessidade educativa. Como exemplo, em ''Emilio'' se faz referência à educação da mulher através da sugestão para Sofía, a mulher destinada a casar-se com Emilio: a mulher deve ser educada para cumprir suas funções de esposa e mãe, e obedecer a seu marido.<ref>Emilio, ou Da Educação. Jean-Jacques Rousseau, Alianza editorial, ISBN 84-206-3504-9</ref> Sendo assim, não é de se estranhar que numerosos tratados de conduta para mulheres jovens se popularizaram no [[século XVIII]], ensinando doutrinas morais e enfocando a educação em aspectos domésticos, [[religião]] e "[[talento]]s", e separando-as de outros conhecimentos, que a tornariam pouco desejável aos olhos masculinos.
Há muitas passagens na obra de Jane Austen dedicadas aos "talentos", porém se há algo que todas as obras têm em comum é que nenhuma de suas heroínas está muito interessada por eles. Por talentos, então, se pode entender as diferentes habilidades que uma mulher que busca marido deve cultivar para atrair a atenção dele.<ref>
{{Cita| "Acho incrível", diz Bingley, "como todas as jovens têm tanta paciência para cultivar todos esses talentos". (…) "Todas pintam, forram biombos e fazem bolsas. Não conheci uma que não saiba fazer tudo isso, e estou seguro de que jamais me falaram de uma jovem pela primeira vez sem referir-se a quão talentosa ela era". (…) "Uma mulher deve ter um amplo conhecimento de música, canto, desenho, dança, e línguas modernas para merecer essa palavra (talentosa); e, aparte de tudo isso, deve haver algo em seu ar e em sua maneira de andar, no tom de sua voz, em sua forma de relacionar-se com as pessoas, e em sua expressão que, se não for assim, não merecerá completamente a palavra".|Jane Austen, ''[[Pride and Prejudice]]''}}
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Sendo de uma família que promovia a aprendizagem, a leitura e as letras, Austen desenvolveu um talento especial que a levou ao desejo de compor textos, sempre representando neles os valores familiares que ela achava importantes.
Em sua concepção de [[educação]], tal como expressou em seus romances, o modelo dos pais exemplares era suficiente para moldar a boa conduta dos filhos. Não acreditava estritamente na figura de tutor, tão comum na época, para criar as crianças, e assim o manifestou nas palavras de Elizabeth, a protagonista de ''Pride and Prejudice'': "Não temos tutor, fazemos tudo por nós mesmos" (comentário dirigido à Lady Catherine de Bourgh, que reage surpresa). É evidente que Austen, apesar de seu isolamento literário, não era alheia às tendências de seu tempo, e assim o revela em suas obras, sobretudo com relação à figura feminina. Também em ''Pride and Prejudice'', surge um debate entre os personagens, quando Elizabeth discute com Mr Darcy, Mr e Miss Bingley, e Mrs Hurst em
== Obras de Jane Austen ==
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*[https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2012v17n1p59/22482 Oliveira, Carmen Irene Correa de; Ribeiro, Leila Beatriz; Wilke, Valéria Cristina Lopes. "O livro e a leitura no espaço da performance: o caso de ''O clube de leitura de Jane Austen''". ''Anuário de Literatura''. 2012, vol. 17, n. 1, pp. 56-76.]
*[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1983-68212014000200010&lng=pt&nrm=iso Vasconcelos, Sandra Guardini. "O gume da ironia em Machado de Assis e Jane Austen". ''Machado Assis em Linha''. 2014, vol.7, n.14, pp.145-162].
*[http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/emtese/article/view/3731/3695Zardini, Zardini, Adriana Sales. "O universo feminino nas obras de Jane Austen". Em Tese, Vol. 17, n. 02.]
==Ligações externas==
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*{{Link||2=http://www.gutenberg.org/etext/17797 |3=''Memoir of Jane Austen'' |4=Memórias de Jane Austen, por seu sobrinho James Edward Austen-Leigh. Edição de 1871 no Projeto Gutenberg.}}
*{{Link||2=http://www.bl.uk/onlinegallery/themes/englishlit/janeausten.html |3=Biblioteca Britânica, onde se pode ver o manuscrito da ''História de Inglaterra'' segundo Jane Austen.}}
*{{Link|en|2=http://www.the-ledge.com/flash/ledge.php?prsn=48&lan=UK |3=Jane Austen 'Bookweb' on literary website The Ledge, with suggestions for further reading.}}
*{{Link|pt|2=http://www.
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