Batalha de Mutá: diferenças entre revisões
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{{Info/Batalha
| nome = Batalha de Mutá
| data = Setembro de 629
| local = {{ilc|Mutá||Mu'tah}}, na [[Jordânia]]
| resultado = Vitória bizantina
| imagem = Mausoleum ,Jafer-ut-Tayyar,Jordan.JPG
| imagem_tamanho = 300px
| legenda = [[Mausoléu]] de Abedalá, Jafar e
| combatente1 = [[Árabes]] [[Islã|muçulmanos]]
| combatente2 = [[Império Bizantino]]
| comandante1 =
| comandante2 =
▲| for1 =<br>
ca. {{fmtn|3000}}{{sfn|Powers|2009|p=86}}
| for2 =
{{fmtn|100000}} ([[Uaquidi]]{{sfn|name=Gil|Gil|1997|p=23}}<
{{fmtn|200000}} ([[Ibne Ixaque]]){{ref label2|a}}{{sfn|
{{fmtn|10000}} ou menos{{sfn|name=Ka79|Kaegi|1992|p=79}}}}
A '''batalha de Mutá''' ({{langx|ar|مَعْرَكَة مُؤْتَة ou غَزْوَة مُؤْتَة}}, ''Maʿrakah Muʿtah'' ou ''Ghazwah Muʿtah'') foi travada em setembro de 629, {{sfn|Kaegi|1992|p=72}} perto de [[Mutá]], na atual [[Jordânia]], entre as forças do profeta [[Islã|islâmico]] [[Maomé]] {{nwrap||571|632}} e tropas do [[Império Bizantino]] e seus vassalos [[árabes]] [[cristianismo|cristãos]] do [[Reino Gassânida]].
Em fontes históricas islâmicas, é geralmente descrita como a tentativa dos muçulmanos de retaliar um chefe gassânida por tirar a vida de um emissário. De acordo com fontes bizantinas, os muçulmanos planejavam lançar seu ataque em um dia de festa. O [[vigário (Roma Antiga)|vigário]] bizantino local soube de seus planos e reuniu as guarnições das fortalezas. Vendo o grande número de forças inimigas, os muçulmanos retiraram-se para o sul, onde os combates começaram na aldeia de Mutá e foram derrotados.{{sfn|Kaegi|1992|p=67}} De acordo com fontes islâmicas, após três dos líderes serem mortos, o comando foi dado a [[Calide ibne Ualide]], que salvou os sobreviventes.{{sfn|name=Bu|Buhl|1993|p=756-757}}
== Antecedentes ==
Os bizantinos estavam em processo de reocupação da região após o [[Guerra bizantino-sassânida de 602–628|acordo de paz]] entre o [[imperador bizantino|imperador]] [[Heráclio]] {{nwrap|r.|610|641}} e o general [[Império Sassânida|sassânida]] [[Sarbaro]] em julho de 629.{{sfn|name=Ka73|Kaegi|1992|p=72-73}} O [[sacelário]] [[Teodoro Tritírio]]{{sfn|Kaegi|1992|p=35}} foi colocado no comando das tropas, enquanto que na área de Balca as tribos árabes foram empregadas.<ref name=Ka73 /> No interim, [[Maomé]] enviou seu emissário ao governante de [[Bostra]]. Em sua ida, foi executado na vila de Mutá por ordem do oficial gassânida {{ilc|Xurabil ibne Anre||Shurahbil ibn Amr}}. Então, Maomé enviou {{fmtn|3000}} tropas em setembro para uma expedição rápida para atacar e punir as tribos pelo assassinato de seu emissário.{{sfn|El Hareir|2011|p=142}}{{sfn|Canivet|1992|p=113}}
== Batalha e rescaldo ==
{{Referências|col=2}}▼
Os muçulmanos enfrentaram os bizantinos em seu acampamento em Balca, perto da vila de Muxarife, e então se retiraram para Mutá. Durante a batalha, todos os três líderes muçulmanos ([[Zaíde ibne Harita|Zaíde]], {{ilc|Jafar|Jafar ibne Abu Talibe||Jafar ibne Abi Talibe|Ja'far ibn Abi Talib|Ja'far ibn Abu Talib}} e {{ilc|Abedalá|Abedalá ibne Rauá||Abedulá ibne Rauá|Abdullah ibn Rawaha|Abdallah ibn Rawaha}}) caíram um após o outro. Os soldados queriam então nomear {{ilc|Tabite ibne Alarcã||Thabit ibn Al-Arqam}} comandante, mas este passou a função a [[Calide ibne Ualide]], que conseguiu salvar o restante das tropas.{{sfn|Buhl|1993|p=756}}
É relatado que quando a força muçulmana chegou a [[Medina]], foram repreendidos por se retirarem e acusados de fugir. Salama ibne Hixame, irmão de [[Anre ibne Hixame]], teria orado em casa em vez de ir à mesquita para evitar ter que se explicar. Maomé então ordenou que parassem, dizendo que voltariam para lutar contra os bizantinos novamente.{{Sfn|Powers|2009|p=81}} Aos mortos, que são vistos como mártires, um [[mausoléu]] foi erigido em Mutá.{{sfn|Buhl|1993|p=757}}
== Historiografia ==
[[Ficheiro:Battle of Mu'tah.jpg|miniaturadaimagem|Sítio arqueológico em Mutá.]]
De acordo com [[Uaquidi]] e [[ibne Ixaque]], os muçulmanos foram informados de que {{fmtn|100000}}<ref name=Gil /> ou {{fmtn|200000}}<ref name=IbIx /> tropas inimigas estavam acampadas em Balca.<ref name=Gil /> Consequentemente, os historiadores modernos refutam esta afirmação ao assumirem que se trata de um exagero.<ref name=Bu />{{sfn|Haldon|2010|p=188}}{{Sfn|Peters|1994|p=231}} Segundo Walter Emil Kaegi, professor de história bizantina na [[Universidade de Chicago]], o tamanho de todo o exército bizantino durante o {{séc|VII}} pode ter totalizado {{fmtn|100000}}, possivelmente até metade deste número.{{sfn|Kaegi|2010|p=99}} Enquanto isso, as forças bizantinas em Mutá provavelmente não somavam mais de {{fmtn|10000}}.<ref name=Ka79 />
Os relatos muçulmanos da batalha diferem quanto ao resultado. Nas primeiras fontes muçulmanas, a batalha é registrada como uma derrota humilhante. (hazīma). Mais tarde, os historiadores retrabalharam as primeiras fontes de material para refletir a visão islâmica do plano de Deus. Fontes subsequentes apresentam a batalha como uma vitória muçulmana, visto que a maioria dos soldados muçulmanos voltou com segurança.{{sfn|Powers|2009|p=80}}
== Bibliografia ==
{{InícioRef|2}}
* {{Citar livro|sobrenome=Buhl|nome=F.|capítulo=Muʾta|editor=Bosworth, C. E.; van Donzel, E.; Heinrichs, W. P. & Pellat, Ch.|título=The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume VII: Mif–Naz|ano=1993|local=Leida|editora=E. J. Brill|páginas=396|isbn=978-90-04-09419-2|ref= harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Canivet|nome=Pierre|coautor=Rey-Coquais, Jean-Paul|título=La Syrie de Byzance à l'Islam: VIIe-VIIIe siècles : actes du colloque international Lyon - Maison de l'Orient méditerranéen, Paris - Institut du monde arabe, 11-15 Septembre 1990|ano=1992|editora=Instituto Francês de Damas| local=Paris|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=El Hareir|nome=Idris|coautor=M'Baye, El Hadji Ravane|ano=2011|título=The Different Aspects of Islam Culture: Volume 3, The Spread of Islam throughout the World|local=Paris|editora=UNESCO|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Gil|nome=Moshe|autorlink=Moshe Gil|título=A History of Palestine, 634–1099|editora=Imprensa da Universidade de Cambrígia|isbn=0-521-59984-9|ano=1997|local=Cambrígia|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Haldon|nome=John|ano=2010|título=Money, Power and Politics in Early Islamic Syria|editora=Ashgate|local=Farnham|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=ibne Ixaque|ano=2004|título=The Life of Muhammad|tradutor=Guillaume, A.|local=Oxônia|editora=Imprensa da Universidade de Oxônia| isbn=0-19-636033-1|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Kaegi|nome=Walter E.|autorlink=Walter Kaegi|título=Byzantium and the Early Islamic Conquests|editora=Imprensa da Universidade de Cambrígia|local=Cambrígia|ano=1992|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Kaegi|nome=Walter E.|título=Muslim Expansion and Byzantine Collapse in North Africa|ano=2010|editora=Imprensa da Universidade de Cambrígia|local=Cambrígia|isbn=0521196779|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Peters|nome=Francis E.|título=Muhammad and the Origins of Islam|editora=Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque|ano= 1994|local=Nova Iorque|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Peterson|nome=Daniel C.|título=Muhammad, Prophet of God|editora=Wm. B. Eerdmans Publishing Co|local=Grand Rapids, Michigão|ano= 2007|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Powers|nome=David S.|título=Muhammad Is Not the Father of Any of Your Men: The Making of the Last Prophet|editora=Imprensa da Universidade da Pensilvânia|ano=2009|local=Filadélfia, Pensilvânia|ref=harv}}
* {{Citar livro|sobrenome=Tucker|nome=Spencer|ano=2010|título=A Global Chronology of Conflict. Vol. I|local=Santa Bárbara, Califórnia|editora=ABC-CLIO|ref =harv}}
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