Fernando Collor: diferenças entre revisões
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|imagem-tamanho = 220px
|legenda = {{small|Fotografia oficial como presidente do Brasil.}}
|nome = Fernando Affonso Collor de Mello
|nome_alt = Fernando Collor
|título1 = [[Lista de senadores do Brasil|Senador]] por [[Alagoas]]
|mandato1 = [[1º de fevereiro]] de [[2007]]<br> até [[1º de fevereiro]] de [[2023]]<br>''(2 mandatos consecutivos)''
|título2 = [[Lista de presidentes do Brasil|32.º Presidente]] do [[Brasil]]
|mandato2 = [[15 de março]] de [[1990]]<br> até [[29 de dezembro]] de [[1992]] {{nota de rodapé|Afastado da presidência da República a partir da abertura de seu [[Impeachment de Fernando Collor|processo de ''impeachment'']] no Senado Federal em 2 de outubro de 1992. Renunciou ao cargo em 29 de dezembro de 1992. Apesar da renúncia, o processo foi julgado na mesma data, resultando na condenação por crime de responsabilidade.}}
|
|vice_título2 = Vice-presidente
|antes2 = [[José Sarney]]
|depois2 = [[Itamar Franco]]
|título3 = [[Lista de governadores de Alagoas|55.º Governador]] de [[Alagoas]] |mandato3 =
|vice_título3 = Vice-governador
|vice3 = [[Moacir Lopes de Andrade]]
|antes3 = [[José de Medeiros Tavares]]
|depois3 = [[Moacir Lopes de Andrade]]
|título4 = [[Câmara dos Deputados do Brasil|Deputado
|mandato4 =
|título5 = [[Lista de prefeitos de Maceió|57.º Prefeito]] de [[Maceió]]
|mandato5 =
|antes5 = Dilton Simões
|depois5 = Corinto Campelo da Paz
|nascimento_data = {{dni|lang=br|12|8|1949}}
|nacionalidade = {{BRAn|o}}
|nascimento_local = [[Rio de Janeiro]], [[
|cônjuge = [[Lilibeth Monteiro de Carvalho]] {{pequeno|({{tooltip|c.|casamento}} 1975; {{abbr|div.|divórcio}} 1981)}}<br/>[[Rosane Malta]] {{pequeno|({{tooltip|c.|casamento}} 1984; {{abbr|div.|divórcio}} 2005)}}<br/>Caroline Medeiros {{pequeno|({{tooltip|c.|casamento}} 2006)}}
|nome_mãe = Leda Collor de Mello
|nome_pai = [[Arnon Affonso de Farias Mello]]
|Filhos = Arnon {{·}} Joaquim {{·}} Fernando {{·}} Cecile {{·}} Celine
|partido = [[Aliança Renovadora Nacional|ARENA]] {{Pequeno|(
|religião = [[Católico]]
|profissão =
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Collor de Mello presidential signature.svg
}}
'''Fernando Affonso Collor de Mello''' <small>[[Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito|GCTE]] • [[Ordem de Isabel a Católica|ColIC]]</small> ([[Rio de Janeiro]], [[12 de agosto]] de [[1949]]) é um [[economista]] e [[político]] [[
Foi também [[Lista de prefeitos de Maceió|prefeito de Maceió]] de 1979 a 1982, [[deputado federal]] de 1982 a 1986 e [[Lista de governadores de Alagoas|governador de Alagoas]] de 1987 a 1989. Foi o presidente mais jovem da [[história do Brasil|história do país]], eleito aos quarenta anos de idade, pelo [[Partido da Reconstrução Nacional]] (PRN), sendo o primeiro eleito por voto direto do povo após o [[Ditadura militar no Brasil (1964-1985)|Regime Militar]] (1964-1985) e o primeiro a ser afastado temporariamente por um processo de ''
Seu [[Governo Collor|governo]] foi marcado pela implementação do [[Plano Collor]], pelo início de um programa nacional de desestatização e a abertura do mercado nacional às importações, o que teve incisivo reflexo no aumento do mercado consumidor de carros.<ref name=":2" /> O plano, que no início teve uma boa aceitação, acabou por aprofundar a recessão econômica, colaborada pela extinção, em 1990, de mais de 920 mil postos de trabalho; junto a isso, denúncias de [[corrupção política]] envolvendo o [[Tesouraria|tesoureiro]] de Collor, [[Paulo César Farias]], feitas por seu irmão [[Pedro Collor de Mello]], culminaram com um processo de impugnação de mandato (''impeachment''). O processo, antes de aprovado, fez com que o presidente renunciasse ao cargo em 29 de dezembro de 1992, deixando-o para seu vice [[Itamar Franco]],<ref>{{Citar web|url=http://brasilescola.uol.com.br/historiab/itamar-franco.htm|titulo=Itamar Franco - História do Governo Itamar Franco|data=|acessodata=2017-1-29|publicado=Brasil Escola|ultimo=|primeiro=}}</ref> horas antes de ser condenado pelo
Nas [[Eleições estaduais em Alagoas em 2022|eleições de 2022]], candidatou-se ao cargo de governador de Alagoas, ficando em terceiro lugar, com 14,71% dos votos válidos.<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/al/alagoas/eleicoes/2022/noticia/2022/10/03/fernando-collor-ptb-agradece-pela-votacao-para-governador-de-alagoas.ghtml|titulo=Fernando Collor (PTB) agradece pela votação para governador de Alagoas|data=3-10-22|acessodata=31-5-23|publicado=G1}}</ref> Em maio de 2023, foi condenado pelo [[Supremo Tribunal Federal]] (STF) à pena de 8 anos e 10 meses de prisão por [[corrupção passiva]] e [[lavagem de dinheiro]].<ref name=":3">{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/25/stf-condenacao-fernando-collor-julgamento-pena.htm|titulo=STF condena ex-presidente Fernando Collor por esquema de corrupção|data=2023-05-25|acessodata=2023-06-01|website=UOL|lingua=pt-br}}</ref><ref name=":4">{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/05/31/collor-pena-stf-julgamento.htm|titulo=STF fixa pena de 8 anos e 10 meses de prisão a Collor por caso de corrupção|data=31-5-23|acessodata=31-5-23|publicado=UOL}}</ref>
== Biografia ==
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Seu irmão caçula,<ref>{{Citar web |url=https://folhapress.folha.com.br/foto/571703 |titulo=Folhapress - Fotos - Pedro Collor, irmão caçula do |acessodata=2021-06-10 |website=folhapress.folha.com.br}}</ref> o empresário [[Pedro Collor de Mello|Pedro Affonso Collor de Mello]] (1952-1994) é o coautor do livro ''Passando a limpo - A trajetória de um farsante'', que retrata os bastidores do [[Governo Collor|governo de Fernando Collor de Mello]]. Além de Pedro, são irmãos Leopoldo Collor de Mello,<ref>{{Citar web |ultimo=G1 |primeiro=Do |ultimo2=Paulo |primeiro2=em São |url=http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/leopoldo-collor-de-mello-irmao-do-ex-presidente-morre-em-sao-paulo.html |titulo=Leopoldo Collor de Mello, irmão do ex-presidente, morre em São Paulo |data=2013-03-12 |acessodata=2021-06-10 |website=São Paulo |lingua=pt-br}}</ref> Ledinha Collor de Mello e Ana Luiza Collor de Mello.<ref>{{Citar web |ultimo=AL |primeiro=Natália SouzaDo G1 |url=http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/10/irma-do-ex-presidente-fernando-collor-de-mello-e-enterrada-em-maceio.html |titulo=Irmã do ex-presidente Fernando Collor de Mello é enterrada em Maceió |data=2013-10-13 |acessodata=2021-06-10 |website=Alagoas |lingua=pt-br}}</ref>
O avô materno, [[Lindolfo Leopoldo Boekel Collor|Lindolfo Collor]] (1890-1942), era descendente dos primeiros [[Imigração alemã no Brasil|colonos alemães]] chegados ao
É primo do [[Ministro]] do [[STF]], [[Marco Aurélio de Mello]], a quem indicou ao cargo em 1990.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/09/barbosa-sugere-que-marco-aurelio-entrou-no-stf-por-ser-primo-de-collor.html|título=Barbosa critica Mello e diz que nunca se aproveitou de parentesco|data=28 de setembro de 2012|acessodata=8 de outubro de 2013|obra=Globo|publicado=G1|ultimo=Costa|primeiro=Fabiano}}</ref> Sua prima, [[Zélia Cardoso de Mello]], foi [[Lista de ministros da Fazenda do Brasil|Ministra da Fazenda]] entre 1990 e 1991.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL753348-9356,00.html|título=Zélia Cardoso ressurge e diz que 'pragmatismo' guiou Plano Collor|data=9 de setembro de 2008|acessodata=8 de outubro de 2009|obra=Globo|publicado=G1|ultimo=Martello|primeiro=Alexandro}}</ref>
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=== Vida pessoal e familiar ===
{{Sem fontes|Esta seção|data=maio de 2024}}[[Ficheiro:Fernando Collor, e sua esposa Rosane, no parlatório do Palácio do Planalto.jpg|thumb|Fernando Collor e a segunda esposa, [[Rosane Collor|Rosane Brandão Malta]].]]
Em 1975, Fernando Collor casou-se com [[Lilibeth Monteiro de Carvalho|Celi Elizabeth Júlia Monteiro de Carvalho]], também conhecida como Lilibeth Monteiro de Carvalho, filha de Joaquim Monteiro de Carvalho e herdeira do [[Grupo Monteiro Aranha]], com quem teve dois filhos: Arnon Afonso de Melo Neto (nascido em 1976) e Joaquim Pedro Monteiro de Carvalho Collor de Mello (nascido em 1978).
Em 1980, teve um filho com a ex-amante Jucineide Brás da Silva, Fernando, que se tornou [[vereador]] de [[Rio Largo]], município da [[Região Metropolitana de Maceió]].
Casou-se pela segunda vez em 1984 com [[Rosane Collor|Rosane Brandão Malta]], filha de políticos alagoanos. Rosane foi a [[primeira-dama]] brasileira enquanto o então marido estava no poder. Eles não tiveram filhos.
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=== Casa da Dinda ===
[[Ficheiro:Collor corre nas proximidades da casa da Dinda.jpg|thumb
A mansão da família Collor de Mello em
Anteriormente chamada de Casa Pirangi, quando o ex-governador do [[Rio Grande do Norte]] [[Sílvio Pedrosa|Sílvio Pizza Pedrosa]] passou a exercer o cargo de subchefe da Casa Civil nos governos [[Juscelino Kubitschek]] e [[João Goulart]], construindo a residência no setor de mansões do Lago Norte, a mansão foi comprada por Arnon Afonso de Farias Mello, em 1964.
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== Carreira política ==
[[Ficheiro:CEDI- Collor stf EBF ab 88 (44275393610).jpg|miniaturadaimagem|Collor em 1988.]]
Fernando Collor iniciou a carreira política na [[Aliança Renovadora Nacional|ARENA]] e foi nomeado [[Prefeitura (Brasil)|prefeito]] de Maceió em 1979 pelo então governador [[Guilherme Palmeira]], cargo ao qual renunciou em 1982, ano em que foi eleito deputado federal pelo [[Partido Democrático Social|PDS]].<ref name="Veja" />
Votou a favor das [[Diretas Já]] em 25 de abril de 1984 e com a derrota dessa proposição, votou em [[Paulo Maluf]] no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985 para a [[Eleição presidencial no Brasil em 1985|eleição presidencial brasileira de 1985]].<ref name="Veja" />
Filiou-se posteriormente ao [[Partido do Movimento Democrático Brasileiro|PMDB]] e foi eleito [[Lista de governadores de Alagoas|governador de Alagoas]] em 1986, na esteira do sucesso do [[Plano Cruzado]], quando os candidatos apoiados pelo então presidente [[José Sarney]] venceram em 22 dos 23 estados do
=== "Caçador de Marajás" ===
Durante a gestão empreendeu estrategicamente um combate a alguns [[Servidor público|funcionários públicos]] que recebiam salários altos e desproporcionais. Com vistas a angariar apoios na campanha presidencial que estava por vir, a imprensa o tornou conhecido nacionalmente como "Caçador de Marajás".<ref name="Veja">{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_23031988.shtml|título=A guerra ao turbante|data=23 de março de 1988|acessodata=24 de julho de 2012|obra=Abril|publicado=Veja.com|ultimo=|primeiro=|wayb=20090317181339|citação=No seu papel de caçador de marajás, o alagoano Fernando Collor de Mello torna-se um dos governadores mais populares do país|urlmorta=yes}}</ref> Orientado por profissionais de marketing, anunciou com estardalhaço a cobrança de 140 milhões de dólares dos usineiros do estado para com o Banco do Estado de Alagoas, havendo diversas repercussões positivas na imprensa. Entre uma disputa e outra teve o mandato ameaçado ora por uma ameaça de [[Intervenção federal no Brasil|intervenção federal]] no estado (fruto da recusa em pagar os altos salários aos "marajás" após a vitória destes em julgamento do
=== Campanha presidencial ===
{{Sem fontes|Esta seção|data=maio de 2024}}
Graças a essa postura de "guardião da moral", Collor fez uso de uma elaborada estratégia de [[marketing]] focada nos temas que mais preocupavam a população. Segundo os jornalistas [[Mário Sérgio Conti]] e [[Cláudio Humberto]], o discurso reproduzia o que diziam os institutos de pesquisa variando conforme a necessidade momentânea, fosse o combate à corrupção ou a vertiginosa taxa de [[inflação]], por exemplo.
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==== O papel da televisão em sua campanha ====
O sucesso eleitoral de Collor se deve em grande parte à elaborada estratégia de marketing e ao fundamental papel da televisão. Alguns comentaristas argumentam, como por exemplo professor Peter Flynn, da [[Universidade de Glasgow]], que a vitória de Collor nas urnas não seria possível sem a interferência da Rede Globo,<ref>{{Citar web |url=https://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/11/apos-22-anos-boni-admite-que-globo.html |titulo=Após 22 anos, Boni admite que Globo armou contra Lula para eleger Collor |data=2011-11-29 |acessodata=2021-09-29 |website=Pragmatismo Político |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://recordtv.r7.com/domingo-espetacular/videos/executivo-da-globo-afirma-que-ajudou-collor-nas-eleicoes-de-1989-15092018 |titulo=Executivo da Globo afirma que ajudou Collor nas eleições de 1989 |data=2011-12-04 |acessodata=2021-09-29 |website=R7.com |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/story/2003/08/printable/030807_doutorrobertoebc |titulo=BBC Brasil |acessodata=2021-09-29 |website=www.bbc.com}}</ref> com destaque para uma edição do principal debate entre Collor e Lula, veiculado no [[Jornal Nacional]], cuja edição beneficiou Collor. A influência da TV Globo nas eleições de 1989 foi tema do documentário ''[[Beyond Citizen Kane]]'' ("Muito Além do Cidadão Kane"), produzido por [[Simon Hartog]], em 1993 e tratada na biografia do jornalista [[Roberto Marinho]], escrita por [[Pedro Bial]], em que o autor relata que o patriarca das [[Organizações Globo]] fixou-se inicialmente em [[Jânio Quadros]] como o candidato a presidente. Contudo, como o veterano político [[Mato Grosso do Sul|sul-mato-grossense]] radicado no estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] vivia o ocaso de sua carreira política, Marinho fez nova opção pelo então governador paulista [[Orestes Quércia]], considerado um nome mais palatável que os de [[Mário Covas|Covas]] e de [[Ulysses Guimarães]]. Entretanto, como as articulações em torno de Quércia malograram, e tanto Covas quanto Guimarães lançaram suas candidaturas em um cenário já favorável a Lula (uma ameaça socialista aos interesses da sociedade) e Brizola (rejeitado por Marinho devido a possibilidade de revogar sua concessão de TV caso eleito), a alternativa de Marinho foi apoiar Fernando Collor – opção que, com o concurso de funcionários do canal, teria resultado na edição tendenciosa do último debate presidencial na TV Globo, de acordo com o Diretor de Jornalismo à época, [[Armando Nogueira]], embora a emissora e o próprio Collor neguem que tenha havido má-fé no caso.<ref>{{citar web|url=http://noticias.uol.com.br/especiais/eleicoes-1989/ultnot/2009/11/15/ult9005u10.jhtm|título=Relação com a Globo 'ajudou bastante', lembra Collor; senador diz ter pensado, na véspera, que perderia a eleição|data=15/11/2009|acessodata=|obra=Noticias.uol.com.br|publicado=UOL|ultimo=Haroldo Ceravolo|primeiro=Sereza}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://memoriaglobo.globo.com/erros/debate-collor-x-lula.htm|titulo=Debate Collor x Lula|data=|acessodata=2017-1-29|obra=memoriaglobo.globo.com|publicado=Memória Globo|ultimo=|primeiro=}}</ref>
=== Eleição presidencial de 1989 ===
{{Artigo principal|[[Eleição presidencial brasileira de 1989]]}}
[[Imagem:Fernando Collor e Itamar Franco.jpg|miniatura|O presidente Fernando Collor acompanhado do vice-presidente [[Itamar Franco]], chegando ao [[Palácio do Planalto]].]]
Renunciou ao governo do estado de Alagoas em 14 de maio de 1989, transferindo o cargo a [[Moacir Andrade]]. Em seguida, iniciou as articulações para a formação de uma chapa viável de modo a compensar a debilidade de sua origem política em um dos menores estados da federação e, nesse contexto, fixou-se na escolha de um candidato a [[Lista de vice-presidentes do Brasil|vice-presidente]] oriundo do segundo maior colégio eleitoral do país, o estado de [[Minas Gerais]], escolha que recaiu sobre o senador [[Itamar Franco]] após as recusas de políticos como [[Hélio Garcia]] e [[Júnia Marise]].<ref name="UOL - 2Educação">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/governo-collor-de-mello-1990-1992-presidente-renuncia.jhtm|título=Governo Collor de Mello (1990-1992)|data=2/11/2006|acessodata=24 de julho de 2012|obra=|publicado=UOL - Educação|ultimo=|primeiro=|autor=Renato Cancian}}</ref>
Discreto ao longo de toda a campanha, seu candidato a vice-presidente ameaçaria renunciar à candidatura por mais de uma vez mesmo após a sanção da chapa na convenção nacional do PRN, fato que não chegou a ocorrer. Durante a campanha, cerrou seu discurso no combate à corrupção e aos altos índices de inflação, apontando ainda o [[governo Sarney]] como inepto e chegando a classificar o então [[Presidente do Brasil|presidente]] como alguém "corrupto, incompetente e safado", o que lhe custou um direito de resposta no horário eleitoral e um processo por calúnia, injúria e difamação, mas nada que impedisse sua ascensão ao primeiro lugar nas pesquisas de opinião, embora Fernando Collor não tenha comparecido a nenhum debate promovido pelos meios de comunicação durante o primeiro turno da eleição.<ref name="UOL - 2Educação" />
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A sociedade civil também se manifestou: o candidato do [[Partido dos Trabalhadores|PT]] recebeu o apoio majoritário da classe artística e intelectual, dos sindicatos, e dos movimentos sociais organizados (como o [[Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra|MST]]), o candidato do PRN foi apoiado pela classe de empresários, dos meios de comunicação e dos grandes latifundiários, enquanto a [[Igreja Católica]] se dividiu entre os candidatos. Com o decorrer da campanha, as pesquisas de opinião mostravam uma diferença cada vez menor entre os concorrentes e com isso a postura de Collor recrudesceu e atingiu seu ponto crítico quando o programa eleitoral do PRN exibiu um depoimento de Míriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, que acusava o petista de ter planejado o aborto de Lurian, filha do casal.
Paralelo a isso, associou o adversário ao comunismo ao tempo em que a [[Cortina de Ferro]] ruía no leste europeu e a [[União Soviética]] dava os primeiros sinais de exaustão. A retórica de Collor ganhou consistência quando houve a queda do [[Muro de Berlim]] em 9 de novembro de 1989. Em meio a essa efervescência, o candidato do PRN repetia à exaustão seu plano de governar para os "[[descamisados]]" e os "pés descalços" (numa alusão ao eleitorado mais humilde) de modo a fugir do estigma de "candidato da elite".
Politicamente, o fiel da balança foi [[São Paulo (estado)|São Paulo]] pelo tamanho do eleitorado, e onde se esperava que Lula saísse com forte votação. Mas, com uma forte estratégia de marketing apoiada pela Globo, o resultado da TV sobre os paulistas foi fundamental para que Collor prevalecesse. Collor não teve em São Paulo um desempenho tão expressivo quanto o que aconteceu em outros estados, como o [[Paraná]], onde teve 90% dos votos. Nesse estado, há quem atribua o seu excelente desempenho ao apoio do empresário [[José Carlos Martinez]].
Em retribuição a esse apoio, Collor teria
Outro estado a votar maciçamente em Collor foi [[Goiás]], que era reduto de outro candidato, [[Ronaldo Caiado]], (então no [[Partido Social Democrático (
Em uma eleição disputada, com a opinião pública dividida principalmente entre Collor, [[Leonel Brizola]], [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]], [[Mário Covas]], [[
Collor assumiu a presidência aos quarenta anos e sete meses de idade, o mais jovem político a assumir esse cargo na história das Américas. Antes de sua posse, viajou aos [[Estados Unidos]] e à [[Europa]] buscando o apoio dos organismos financeiros internacionais à sua proposta de renegociação da [[Dívida externa do Brasil|dívida externa brasileira]], aproveitando também para expor seus planos para a economia. Visando a integração do Brasil aos seus vizinhos sul-americanos, viajou também para a [[Argentina]] e o [[Uruguai]].
== Presidência (1990-1992) ==
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=== Neoliberalismo no Brasil ===
[[Imagem:Fernando Collor no Palácio do Planalto.jpg
[[Ficheiro:Menem and Collor.jpg|miniaturadaimagem|O presidente Fernando Collor encontra-se com o presidente da [[Argentina]] [[Carlos Menem]].]]
No governo Collor, os produtos importados passaram a entrar no mercado brasileiro, com a redução dos impostos de [[importação]]. A oferta de produtos cresceu e os preços de algumas mercadorias caíram ou se estabilizaram. Os efeitos iniciais destas medidas indicavam que o governo estava no caminho certo, ao debelar a inflação que havia atingido patamares elevados no final da [[década de 1980]] e início da [[década de 1990]], mas isso durou pouco tempo.<ref name="Brasil Escola">{{citar web |url=http://www.brasilescola.com/historiab/fernando-collor.htm|título=Fernando Collor |acessodata=24 de julho de 2012 |data= |obra=R7 |publicado=Brasil Escola }}</ref> Ao mesmo tempo, o governo passou a incentivar os investimentos externos no
Portanto, foi em seu governo que o país se abriu para o mercado externo, tendo havido esforços para eliminação ou redução de barreiras anti-importação, adotando-se medidas de liberalização econômica em prol da inserção do Brasil no cenário de globalização.<ref>{{Citar web|url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2007/03/15/plano-collor-abertura-de-mercados-e-impeachment-marcaram-primeiro-governo-eleito-apos-o-regime-militar|titulo=Plano Collor, abertura de mercados e impeachment marcaram primeiro governo eleito após o Regime Militar|acessodata=2023-02-25|website=Senado Federal|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/76016 |título=A abertura comercial do Brasil nos anos
=== O processo de privatização ===
No Brasil, a [[concessão]] para exploração do sistema de transportes, o fim da proibição da participação estrangeira nos setores de comunicação, o fim do monopólio da [[Petrobras]] para a exploração de [[petróleo]] e a privatização de setores estratégicos ligados à energia e à mineração foram medidas adotadas em curto espaço de tempo<ref name="Brasil Escola" /> no contexto da aplicação do [[neoliberalismo]].<ref>{{citar web|url=http://anaisdosead.com.br/2SEAD/SIMPOSIOS/GustavoBiasoliAlves.pdf|titulo=Discurso, Reforma do Estado e Ideologia Neoliberal no Governo Collor|data=|acessodata=29 de janeiro de 2017|publicado=Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)|ultimo=Alves|primeiro=Gustavo Biasoli}}</ref>
O argumento favorável a essas políticas era que as estatais eram improdutivas, davam prejuízo, estavam endividadas, eram cabides de emprego, um canal propício à [[corrupção política|corrupção]] e sobreviviam somente devido aos subsídios governamentais, enquanto as principais empresas privatizadas, como são os casos da [[Vale S.A.|Companhia Vale do Rio Doce]] e da [[Companhia Siderúrgica Nacional]] (CSN), eram empresas lucrativas e competitivas.[[Ficheiro:Fernando Collor fala aos ministros e líderes do governo.jpg|thumb|O presidente Fernando Collor fala aos ministros e líderes do governo durante reunião no Palácio do Planalto]]Não eram poucas as críticas à venda do patrimônio público. Uma delas apontava o fato de que o dinheiro arrecadado pelo Estado brasileiro, através da privatização, havia sido emprestado pelo [[BNDES]] ([[Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]]).<ref name="Brasil Escola" /> Isto é, o governo financiou a juros baixos as empresas que ele próprio vendeu.<ref name="InfoEscola1" />
Os recursos captados com o processo de privatização deveriam servir para diminuir a dívida pública – todas as dívidas do setor público, incluindo governo (federal, estadual e municipal) e empresas estatais, com empréstimos e emissões de títulos de dívida negociados a prazo e juros definidos. No entanto, seu objetivo foi inviabilizado em pouco tempo. A política de juros altos para conter a [[inflação]] e atrair investimentos externos levou a uma elevação da dívida em valores superiores aos conseguidos com a venda das empresas estatais.<ref name="UOL - 2Educação" />
=== Principais leis sancionadas ===
Dentre as principais leis sancionadas, podem ser citadas: [[Código de Defesa do Consumidor]] (1990), [[Estatuto da Criança e do Adolescente]] (1990), [[Regime jurídico dos servidores públicos|Lei do Regime jurídico dos servidores públicos]] (1990),
=== Economia ===
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==== Plano Brasil Novo/Plano Collor ====
[[Ficheiro:Anúncio do confisco das poupanças pelo governo Collor.webm|miniaturadaimagem|Ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, anuncia o confisco da poupança em março de 1990]]
No ano anterior ao início de seu governo a inflação oficial medida pelo [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE) alcançou 1 764%. Em razão desse flagelo, o presidente Collor elegeu como sua prioridade a luta contra a espiral inflacionária através do chamado Plano Brasil Novo, popularmente denominado de [[Plano Collor]].<ref name="Brasil Escola" /> Ousado em sua concepção, o referido plano era a quarta tentativa empreendida pelo governo federal visando o combate à hiperinflação, três das quais empreendidas ao longo do governo Sarney. A situação econômica do país era de tal modo periclitante que a discussão não girava em torno da adoção de medidas na seara econômica e sim quando (e como) tais medidas seriam implementadas. Disso surge a primeira surpresa: na véspera de sua posse, Fernando Collor fez uma solicitação ao governo Sarney para que fosse decretado [[feriado bancário]], o que só aumentou as especulações a respeito das medidas que seriam anunciadas.<ref name="InfoEscola1" />
Empossado numa quinta-feira, o governo Collor anunciou seu plano econômico no dia seguinte à posse: anunciou o retorno do [[cruzeiro (moeda)|cruzeiro]] como unidade monetária em substituição ao [[cruzado novo]], vigente desde 15 de janeiro de 1989 quando houve o último choque econômico patrocinado por seu antecessor.<ref name="InfoEscola1" /> O cruzeiro voltaria a circular em 19 de março de 1990 em sua terceira, e última, incursão como moeda corrente nacional, visto que seria substituída pelo [[cruzeiro real (moeda)|cruzeiro real]] em 1993. Além disso, as medidas de Collor para a economia incluíram ainda ações de impacto como: redução da máquina administrativa com a extinção ou fusão de ministérios e órgãos públicos, demissão de funcionários públicos e o congelamento de preços e salários.
[[Imagem:Zélia Cardoso de Melo.jpg|miniatura
O plano foi anunciado em 16 de março de 1990, um dia após a posse de Collor. As medidas do Plano Collor incluíam:<ref name=":1">{{citar web|url=http://www.ipea.gov.br/pub/livros/anibal/Parte%202/12_The%20Collor%20Plan.pdf|titulo=The Collor Plan and the Industrial and Foreign Trade Policy|data=1997|acessodata=10/2/2018|publicado=Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada|ultimo=Villela|primeiro=Anibal|wayb=20110519222600|urlmorta=yes}}</ref>
* 80% de todos os depósitos do ''[[Taxa overnight|overnight]]'', das contas correntes ou das cadernetas de poupança que excedessem a NCz$ 50 mil ([[Cruzado novo]]) foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente a taxa de inflação mais 6% ao ano;
* Substituição da moeda corrente, o [[Cruzado Novo]], pelo [[Cruzeiro (BRE)|Cruzeiro]] à razão de NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00;
* Alargamento da base de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras [[IOF]], recaindo sobre todos os ativos financeiros disponíveis, transações com ouro e ações e sobre todas as retiradas das contas de poupança;<ref>{{Citar web|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/L8033.htm|titulo=L8033|data=12 de abril de 1990|acessodata=2018-02-10|obra=www.planalto.gov.br|publicado=Presidência da República - Casa Civil|ultimo=|primeiro=}}</ref>
* Foram congelados preços e salários, sendo determinado pelo governo, posteriormente, ajustes que eram baseados na inflação esperada;
* Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais: para importações, exportações, agricultura, os incentivos fiscais das regiões Norte e Nordeste, da indústria de computadores e a criação de um imposto sobre as grandes fortunas;
* Indexação imediata
* Aumento de preços dos serviços públicos, como gás, energia elétrica, serviços postais, etc.;
* Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na economia brasileira em relação à concorrência externa;
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O segundo Plano Collor iniciou-se em janeiro de 1991.<ref name=":0" /> Ele incluiu novos congelamentos de preços e a substituição das taxas de ''overnight'' com novas ferramentas fiscais que incluíam no seu cálculo as taxas de produção antecipada de papéis privados e federais.<ref name=":1" />
O plano conseguiu produzir apenas um curto prazo de queda na inflação, volta a subir novamente em maio de 1991, atingindo 20%.<ref name="Noticias">{{citar web|url=http://www.senado.gov.br/noticias/Especiais/mercosul20anos/jornais-mostram-grandes-mudancas-em-duas-decadas.htm|título=Jornais mostram grandes mudanças em duas decadas"|data=|acessodata=4 de Março de 2014|publicado=
==== Plano Marcílio ====
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Segundo um artigo<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-63512006000100003&lng=en&nrm=iso#_edn1|título=As origens e a gênese do Plano Collor|data=2006|acessodata=3 de maio de 2011|publicado=[[Scielo]]|ultimo=Carvalho|primeiro=Carlos Eduardo}}</ref> do acadêmico Carlos Eduardo Carvalho, Professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenador do Programa de Governo da candidatura do PT à Presidência da República em 1989, a medida política executada pelo Governo Collor, que ficou conhecida como confisco, não fazia parte, originalmente, do [[Plano Collor]] e foi gestada quase às vésperas de sua implementação. O confisco já era um tema em debate entre os candidatos à eleição presidencial: "A gênese do Plano Collor, ou seja, como e quando foi formatado o programa propriamente dito, desenvolveu-se na assessoria de Collor a partir do final de dezembro de 1989, depois da vitória no segundo turno. O desenho final foi provavelmente muito influenciado por um documento de [[Luiz Gonzaga Belluzzo]] e Júlio Gomes de Almeida discutido na assessoria do candidato do PMDB, Ulysses Guimarães, e depois na assessoria do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, entre o primeiro turno e o segundo. Apesar das diferenças nas estratégias econômicas gerais, as candidaturas que se enfrentavam em meio à forte aceleração da alta dos preços, submetidas aos riscos de hiperinflação aberta no segundo semestre de 1989, não tinham políticas de estabilização próprias. A proposta de bloqueio teve origem no debate acadêmico e se impôs às principais candidaturas presidenciais [...] Quando ficou claro o esvaziamento da campanha de Ulysses, a proposta foi levada para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, obteve grande apoio por parte de sua assessoria econômica e chegou à equipe de Zélia depois do segundo turno, realizado em 17 de dezembro".
O raciocínio era reduzir a quantidade de dinheiro disponível na economia, para que as pessoas não tivessem como comprar, controlando
"Para as pessoas envolvidas, a coisa foi dura, como para uma pessoa que vendeu uma residência, colocou o dinheiro no banco, e não pôde comprar outra", avalia Heron do Carmo, professor da faculdade de Economia da USP.<ref name="Economia"/>
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{{Artigo principal|Impeachment de Fernando Collor}}
{{VT|Esquema PC|Fora Collor|Caras-pintadas}}
[[Ficheiro:Fernando Collor deixa a presidência.jpg|thumb
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira-dama [[Rosane Collor]].<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/politica/governo-collor/|título=Governo Collor|data=|acessodata=26 de janeiro de 2011|publicado=Info Escola|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em entrevista à [[Revista Veja]] em maio de 1992, [[Pedro Collor de Mello]], irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha [[Paulo César Farias]],<ref name="R7 - Brasil Escola" /> entre outros fatos comprometedores para o presidente. Em meio à forte comoção popular, é instalada em 27 de maio uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito]] para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Em 1° de junho, a CPI começa seus trabalhos com forte cobertura dos meios de comunicação. A [[Revista IstoÉ]] publica em 1° de julho uma matéria, confirmada na edição seguinte da revista (8 de julho), na qual Eriberto França, motorista da secretária de Collor, revela que ele próprio pagava as despesas pessoais do presidente com dinheiro de uma conta fantasma mantida por [[Paulo César Farias]], reforçando a tese do irmão do presidente.<ref>{{citar web|url=http://www.istoe.com.br/reportagens/161904_DEPOIMENTO+DE+MOTORISTA+LEVA+AO+IMPEACHMENT+DO+PRESIDENTE|título=Depoimento de motorista leva ao impeachment do presidente|data=23.9.11|acessodata=|obra=www.istoe.com.br|publicado=Istoé|ultimo=|primeiro=}}</ref> Em 2 de setembro é aberto o processo de impeachment na [[Câmara dos Deputados]] proposto por Barbosa Lima Sobrinho e Marcello Lavenére Machado, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos [[Caras-pintadas]].<ref name="R7 - Brasil Escola" /><ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/808182-relembre-o-impeachment-e-o-governo-collor.shtml|título=Relembre o impeachment e o Governo Collor|data=3/7/2011|publicado=Folha de S. Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url = http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD03SET1992SUP.pdf|título = Documento da denúncia de Impeachment de Collor|data = 3 de setembro de 1992|acessadoem = 2 de abril de 2015|autor = Câmara dos Deputados|publicado = Câmara dos Deputados}}</ref>
Em 29 de setembro, por 441 a 38 votos,<ref>{{citar web|url=http://stephanemonclaire.com/Anexo-9-de-O-Impeachment-Revisitado-Stephane-Monclaire.pdf|título=O Impeachment revisitado, Anexos 8 e 9, o que votaram e disseram os deputados e outras pessoas do Plenário durante esta votação|data=|acessodata=27 de setembro de 2012|publicado=stephanemonclaire.com|ultimo=|primeiro=|autor=Stéphane Monclaire e Câmara dos Deputados|wayb=20140504210247|urlmorta=yes}}</ref> a Câmara vota pelo impeachment do presidente, que é afastado do cargo. A presidência é assumida no dia 2 de outubro pelo então vice-presidente, [[Itamar Franco]]. Em 29 de dezembro de 1992, Collor renunciou à [[presidência da República]], horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, tendo seus direitos políticos suspensos por oito anos.<ref>{{citar web|url=http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/impeachment-collor-435681.shtml|título=O impeachment de Collor|data=1/12/2007|acessodata=26 de janeiro de 2011|publicado=Guia do Estudante|autor=Maria Fernanda Ziegler|wayb=20111018192638|urlmorta=yes}}</ref>
Foi a primeira vez na história republicana do
=== Popularidade ===
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* 06 a 11.06.1990 - Viagem à [[Itália]].
* 05 e 06.07.1990 - Visita à [[Argentina]].
* 22.09 a 02.10.1990 - Participação da abertura da XLV Sessão da [[Assembleia Geral das Nações Unidas]], em [[Nova Iorque]] e da Cúpula Mundial pela Criança; visita à
* 11 a 13.10.1990 - Participação em [[Caracas]], [[Venezuela]], da IV Reunião de Presidentes do Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política — [[Grupo do Rio]], criado em 1986.
* 21 a 26.10.1990 - Visita a [[Portugal]].
* 08 a 15.11.1990 - Participação em [[Tóquio]] - [[Japão]], da entronização do imperador [[Akihito]].
* 19 a 21.02.1991 - Visita à Estação Antártica brasileira "[[Estação Antártica Comandante Ferraz|Comandante Ferraz]]" na [[Ilha Rei George]].
* 26 e 27.03.1991 - Participação em Assunção, República do Paraguai, da cerimônia de assinatura do Tratado para a Constituição do Mercado Comum do Sul — [[Mercosul]].
* 14 a 19.05.1991 - Visita de Estado ao [[Espanha|Reino da Espanha]].
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* 20 a 23.09.1991 - Viagem a [[Nova Iorque]].
* 01 a 03.12.1991 - Participação em [[Cartagena das Índias]], [[Colômbia]], na V Reunião de Presidentes do Mecanismo Permanente de Consulta e Concentração Política, mais conhecido como [[Grupo do Rio]].
* 10 a 13.12.1991 - Visita à [[Itália]] e participação em [[Viena]], capital da [[Áustria]], de cerimônia de assinatura do histórico Acordo Quadripartite de Salvaguardas entre o
* 25 a 28.06.1992 - Participação na 2ª Reunião do Conselho do Mercado Comum do Sul, na cidade de [[Las Leñas]], Argentina.
* 22 a 26.07.1992 - Visita à Espanha.
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Collor foi sucedido pelo [[Lista de vice-presidentes do Brasil|vice-presidente]] [[Itamar Franco]] que exercia o cargo interinamente desde o afastamento provisório do então presidente, em 2 de outubro. Em entrevista coletiva, Collor declarou que a tentativa de renúncia se devia ao apreço pela democracia, ameaçada, segundo ele, por uma "elite política avessa à necessidade de modernização do país" e de poderio tão avassalador que teria levado [[Getúlio Vargas]] ao suicídio em 1954 e Jânio Quadros à renúncia em 1961.
Depois ingressou no [[Superior Tribunal de Justiça]] (STJ) visando reaver o direito de exercer cargo público, preservado, conforme disse, pelo fato de que sua renúncia ocorreu antes de aberta a sessão que decidiu pela condenação, mas em dezembro de 1993 o
Seis meses depois, Collor mudou-se para [[Miami]], onde permaneceu até 1998 quando retornou ao Brasil. Nesse ínterim, um outro episódio rumoroso envolveu outro personagem do governo: em 23 de junho de 1996, o ex-tesoureiro de campanha, [[Paulo César Farias]], foi encontrado morto em Maceió ao lado da então namorada Susana Marcolino. O caso foi cercado de controvérsias e recebeu maciça cobertura midiática. Apesar das dúvidas, inconsistências e teorias conspiratórias, o laudo pericial divulgado pelas autoridades locais o declarou vítima de crime passional cometido pela namorada, que a seguir teria cometido suicídio.
Mesmo após ter sido negado pelo STF um novo recurso no qual pleiteava a recuperação dos direitos políticos, Collor retornou ao Brasil e, após algum tempo ensaiando um retorno à política, escolheu a cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] como domicílio eleitoral e filiou-se ao inexpressivo [[Partido Renovador Trabalhista Brasileiro]] (PRTB), pelo qual tentou uma candidatura a prefeito, pretensão infrutífera devido ao fato de que a suspensão dos direitos políticos perduraria até depois da eleição.<ref>{{Citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc14089917.htm |titulo=Folha de S.Paulo - Collor pode se filiar ao PRTB - 14/08/99 |acessodata=2021-01-28 |website=www1.folha.uol.com.br}}</ref>
=== Eleições 2002 ===
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=== Eleições 2006 ===
[[Imagem:Fernandocollor2006.jpg|miniatura
[[Imagem:Collor01022007.jpg|miniatura|Fernando Collor em sua posse no [[Senado Federal do Brasil|Senado]] (2007).]]
Em 2006, Fernando Collor foi eleito senador por Alagoas com 550 725 votos (44,04% dos válidos, à época)<ref>{{citar web |url=http://eleicoes.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/al1.html |publicado=[[Folha de S.Paulo]] |título=''Apuração - Alagoas'' |obra= |data=29 de outubro de 2006}}</ref> filiado então ao [[Partido Renovador Trabalhista Brasileiro]] (PRTB), porém migrando para o [[Partido Trabalhista Brasileiro (1981)|Partido Trabalhista Brasileiro]] (PTB) logo no primeiro dia no Senado, vindo, dois anos depois, a ser eleito membro da [[Academia Alagoana de Letras]] para ocupar a cadeira de número 20.
No dia seguinte à posse como senador, deixou o PRTB e ingressou no PTB a convite do ex-deputado federal [[Roberto Jefferson]] ([[Rio de Janeiro (estado)|RJ]]), o presidente da legenda e um dos poucos parlamentares que lhe haviam prestado em 1992 fidelidade durante o processo que redundou no seu afastamento da Presidência da República.
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No dia 8 de junho de 2007, recebeu o título de cidadão da [[Paraíba]], outorgado pela [[Assembleia Legislativa]] do Estado.
No dia 4 de março de 2009, tornou-se o presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. No dia 2 de setembro de 2009, foi eleito membro da [[Academia Alagoana de Letras]] para ocupar a cadeira de número 20, deixada pelo médico [[Ib Gatto Falcão]], falecido no ano anterior. Collor recebeu 22 dos 30 votos. A votação foi secreta. Oito acadêmicos votaram em branco.
Em 10 de maio de 2010, anunciou a sua pré-candidatura ao governo de Alagoas.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/05/10/fernando-collor-confirma-pre-candidatura-ao-governo-de-alagoas-916540689.asp|título=Fernando Collor confirma pré-candidatura ao governo de Alagoas|data=10/5/2010|acessodata=|obra=Oglobo.globo.com|publicado=O Globo|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,collor-confirma-pre-candidatura-ao-governo-de-alagoas,549615,0.htm&ei=_2IFTN-vDcT48Ab1vN36DQ&sa=X&oi=news_article&resnum=5&ct=result&cd=1&ved=0CFkQqQIoATAE&usg=AFQjCNEB4wzsfUWMH1BuX-vtNTaL9VzOwg|título=Collor confirma pré-candidatura ao governo de Alagoas|data=10/5/2010|acessodata=|obra=Estadão.com.br|publicado=Estadão|ultimo=Rodrigues|primeiro=Ricardo}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,collor-vai-concorrer-ao-governo-de-alagoas,549258,0.htm&ei=_2IFTN-vDcT48Ab1vN36DQ&sa=X&oi=news_article&resnum=5&ct=result&cd=1&ved=0CFwQqQIoAjAE&usg=AFQjCNGbFKXTupLkufXigStieZoYeNLvuA|título=Collor vai concorrer ao governo de Alagoas em 2010|data=9/5/2010|acessodata=|obra=Estadão.com.br|publicado=Estadão|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,collor-confirma-que-vai-concorrer-ao-governo-imp-,549983|título=Collor confirma que vai concorrer ao governo de Alagoas|data=11/5/2010|acessodata=|obra=Estadão.com.br|publicado=Estadão|ultimo=|primeiro=}}</ref> No fim do mês, é acusado de fazer campanha antecipada ao inaugurar 174 casas populares em [[Coruripe]], interior de Alagoas,<ref>{{citar web|url=http://www.ojornalweb.com/2010/06/01/collor-participa-de-entrega-de-174-casas-em-coruripe/|título=Collor participa de entrega de 174 casas em Coruripe|data=1/6/2010|acessodata=|obra=Ojornalweb.com|publicado=O Jornal Alagoas|ultimo=Ferro|primeiro=Iracema|wayb=20100606064956|urlmorta=yes}}</ref> apesar de ser feito exclusivamente por prefeitos, governador e presidente da República, configurando crime eleitoral.<ref>{{citar web|url=http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,collor-e-acusado-de-fazer-propaganda-antecipada-em-al,559588|título=Collor é acusado de fazer propaganda antecipada em Alagoas|data=31/5/2010|acessodata=|obra=Estadão.com.br|publicado=Estadão|ultimo=Rodrigues|primeiro=Ricardo}}</ref><ref>{{citar web|url=http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=361866&e=2|título=Fernando Collor destaca compromisso de Dilma com os alagoanos|data=18/2/2014|acessodata=|obra=Gazetaweb.globo.com|publicado=Gazeta Web|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.alagoas24horas.com.br/598301/acompanhado-da-familia-beltrao-collor-reune-multidao-em-coruripe/|título=Acompanhado da família Beltrão, Collor reúne multidão em Coruripe|data=31/5/2010|acessodata=|obra=Alagoas24horas.com.br|publicado=Alagoas 24 horas|ultimo=Alencar|primeiro=Vanessa}}</ref>
=== Eleições 2010 ===
[[Imagem:Fernando Collor sorrindo.JPG|miniatura
Em 2010, lançou-se ao governo de Alagoas pela terceira vez (a primeira vez em 1986, quando foi eleito, e a segunda em 2002, quando foi derrotado por [[Ronaldo Lessa]]) pelo PTB apoiado por cinco partidos ([[Republicanos (partido político)|PRB]], [[Partido Social Liberal|PSL]], [[Partido Humanista da Solidariedade|PHS]], [[Partido da Mobilização Nacional|PMN]] e [[Partido Trabalhista Cristão|PTC]]). Em sua campanha, declarou apoio a [[Dilma Rousseff]], dizendo ser apoiado também por ela e pelo então presidente Lula. Porém, seu [[jingle]], que possui o trecho "é Lula apoiando Dilma, é Dilma apoiando Collor" causou grande constrangimento na campanha do PT, que indicou o vice na chapa do ex-governador [[Ronaldo Lessa]] (PDT).<ref name="eband">{{citar web|url=http://www.band.com.br/jornalismo/eleicoes2010/conteudo.asp?ID=100000328864|título=Collor é proibido de citar Lula e Dilma em jingle|data=29 de julho de 2010|acessodata=|obra=eBand|publicado=Band.com.br|ultimo=Cavalcanti|primeiro=Martina|wayb=20100801000122}}</ref> A campanha de Lessa interpelou judicialmente a campanha de Collor para que esta retirasse os nomes de seus aliados do jingle.<ref name="eband" /> Em seguida, uma decisão do TRE-AL proibiu Collor de citar os nomes de Lula e de Dilma em suas propagandas eleitorais.<ref name="eband" /> Apesar de omitir ambos os nomes na nova versão, Collor deixou implícita a mensagem de que Dilma e Lula o apoiam em Alagoas. "Não adianta, o povo sabe quem tá apoiando quem. O povo tá decidido e vai apoiar também", dizia o novo trecho.<ref>{{citar web|url=http://www.odocumento.com.br/materia.php?id=341858|título=Lula dribla briga de Collor e Lessa e pede votos para Renan em Alagoas|data=24 de agosto de 2010|acessodata=|obra=O Documento|publicado=UOL|ultimo=|primeiro=|wayb=20110706153738}}</ref>
A campanha de Collor ao governo estadual foi intensa. Seus partidários organizaram o "Collor Já", movimento capitaneado pela Juventude do PTB e pelo prefeito da cidade de [[Traipu]], Marcos Santos.<ref name="Rios">{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4617354-EI15317,00-AL+Fora+Collor+e+Collor+Ja+causam+tensao+em+ruas+de+Maceio.html|título=AL: "Fora Collor" e "Collor Já" causam tensão em ruas de Maceió"|data=11 de agosto de 2010|acessodata=1 de abril de 2016|obra=Noticias.terra.com.br|publicado=Terra|ultimo=Rios|primeiro=Odilon|arquivourl=http://archive.is/ZVmH1|arquivodata=1/1/2013}}</ref> Por outro lado, também foi forte o movimento "[[Fora Collor]]", liderado por integrantes do [[Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral]] (MCCE) e dez sindicatos e entidades da sociedade civil organizada.<ref name="Rios" /> Ambos os movimentos se toparam na praça Sinimbú, no centro de Maceió, durante manifestações no dia 11 de agosto.<ref name="Rios" /> A Polícia Militar foi acionada para evitar um confronto entre os dois lados, que trocavam acusações.<ref name="Rios" /> A PM deteve duas pessoas por desordem, mas elas foram liberadas em seguida.<ref name="Rios" /> Durante o episódio, o "Fora Collor" denunciou que cada pessoa do "Collor Já" teria recebido R$ 50,00 para segurar faixas a favor do candidato.<ref name="Rios" /> Os dois indivíduos detidos pela PM admitiram ter recebido R$ 20,00 para ajudar a segurar faixas.<ref name="Rios" />
A primeira pesquisa do [[Ibope]] indicou Lessa 1% à frente de Collor e 5% à frente do governador [[Teotônio Vilela Filho]] (PSDB).<ref name="Est">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lessa-lidera-pesquisa-ibope-para-governo-de-alagoas,599803,0.htm|título=Lessa lidera pesquisa Ibope para governo de Alagoas|data=24 de agosto de 2010|acessodata=|obra=O Estado de S. Paulo|publicado=Estadão.com.br|ultimo=Rodrigues|primeiro=Ricardo}}</ref> Todos os três candidatos estavam empatados em primeiro lugar, uma vez que a margem de erro do levantamento era de 3% para mais ou para menos.<ref name="Est" /> O instituto Gape, pertencente às Organizações Arnon de Mello, também divulgou no mesmo dia uma pesquisa de intenção de voto para governador.<ref name="Est" /> Segundo essa sondagem, Collor liderava a corrida pelo governo com vantagem de 15% sobre Lessa, enquanto Teotônio conquistou a preferência de apenas 16% do eleitorado.<ref name="Est" /> A pesquisa foi contratada por outra empresa da família Collor, o jornal Gazeta de Alagoas.<ref name="Est" /> Após a divulgação das pesquisas, o coordenador do [[MCCE]], Adriano Argolo, entrou com representação na Justiça Eleitoral contra o Gape.<ref>{{citar web|url=http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/08/24/lessa-collor-estao-tecnicamente-empatados-na-disputa-pelo-governo-de-alagoas-aponta-ibope-917468435.asp|título=Lessa e Collor estão tecnicamente empatados na disputa pelo governo de Alagoas, aponta Ibope|data=24 de agosto de 2010|acessodata=|obra=O Globo|publicado=Oglobo.globo.com|ultimo=Rios|primeiro=Odilon}}</ref>
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=== Eleições 2014 ===
[[Ficheiro:Foto oficial de Fernando Collor.jpg|miniaturadaimagem|direita|Foto oficial de Fernando Collor como Senador da República por [[Alagoas]].]]
Em 2014, Fernando Collor foi reeleito senador por [[Alagoas]] com 689
Collor foi atacado por candidatos como Omar Coelho e Heloísa Helena, que relembraram acusações de peculato, corrupção e falsidade ideológica movidas pelo [[Ministério Público Federal]] em
===
No final de março de 2016, deixou o
Em
Em outubro de 2017 votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário [[Joesley Batista]].<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/veja-como-votou-cada-senador-na-sessao-que-derrubou-afastamento-de-aecio.ghtml|título=Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio|data=17/10/2017|acessodata=17 de Outubro de 2017|publicado=G1|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2017-06/janot-denuncia-aecio-neves-ao-stf-por-corrupcao-e-obstrucao-da-justica|título=Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça|data=2/6/2017|acessodata=17 de Outubro de 2017|publicado=EBC|ultimo=Richter|primeiro=André}}</ref> Em 16 de janeiro de 2019, deixou o PTC e se filiou ao [[Partido Republicano da Ordem Social
Durante 2017 e 2019, Collor presidiu a Comissão de Relações Exteriores do [[Senado Federal do Brasil|Senado Federal]]. Durante seu mandato, realizou visitas à líderes internacionais, como o [[presidente da Síria]] [[Bashar al-Assad]]<ref>{{Citar web|titulo=Collor se reúne com presidente Bashar al-Assad e defende soberania síria|url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/11/07/collor-se-reune-com-presidente-bashar-al-assad-e-defende-soberania-siria|obra=Senado Federal|acessodata=2019-08-31|lingua=pt-br}}</ref> e o presidente do [[Parlamento Iraniano|Parlamento iraniano]] [[Ali Larijani]].<ref>{{Citar web|titulo=ATUAÇÃO DE FERNANDO COLLOR NA POLÍTICA INTERNACIONAL|url=http://www.bomdiaminasgerais.com.br/2018/12/atuacao-de-fernando-collor-na-politica.html|acessodata=2019-08-31|primeiro=Postado por Walter|ultimo=Brito}}</ref>
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Em 2019, trocou o PTC pelo PROS. Em 2022, deixou o PROS e filiou mais uma vez ao PTB para disputar o governo de Alagoas com apoio de Jair Bolsonaro (PL), mas não conseguiu se eleger terminando em 3º lugar.
=== Denúncias de corrupção ===
Em março de 2015, durante o mandato como senador pelo PTB de Alagoas, foi incluído na lista de 47 políticos investigados no inquérito sobre a [[Operação Lava Jato]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=2015-3-6|titulo=Ministro do STF autoriza investigação de 47 políticos na Lava Jato|url=http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/03/ministro-do-stf-autoriza-investigacao-de-politicos-na-lava-jato.html|jornal=G1|lingua=pt-BR|acessodata=10/2/2018}}</ref>
Linha 301 ⟶ 307:
Em 24 de abril de 2017, a Polícia Federal concluiu um dos inquéritos contra o senador no âmbito da operação Lava Jato e o acusou de peculato – desvio de dinheiro público por meio de seu cargo – por ter interferido para que a [[BR Distribuidora]], subsidiária da Petrobras, contratasse uma empresa que, posteriormente, repassava recursos ao senador. O senador já é alvo de uma denúncia da Lava Jato no STF, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro relacionadas ao esquema de corrupção da Petrobras. Oferecida em agosto de 2015, no dia 15 de agosto de 2017, o STF aceitou a denúncia e o tornou réu pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa. Por unanimidade, os ministros da Segunda Turma acompanharam o voto do relator do caso, [[Edson Fachin]]. Votaram juntamente com ele [[Gilmar Mendes]], [[Dias Toffoli]], [[Ricardo Lewandowski]] e [[Celso de Mello]]. Porém os ministros descartaram várias acusações feitas no processo, a exemplo de peculato e obstrução de Justiça. A defesa do ex-presidente alegou que não há provas nem de contrapartida.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-vota-para-tornar-collor-reu-na-lava-jato-por-corrupcao-lavagem-de-dinheiro-e-organizacao-criminosa-na-lava-jato.ghtml|título=STF torna Collor réu na Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa|data=22 de agosto de 2017|acessodata=22 de agosto de 2017|publicado=G1|ultimo=Ramalho|primeiro=Renan}}</ref> Além dessa denúncia, o senador também responde atualmente a seis inquéritos relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras.<ref>{{citar web|url=http://epoca.globo.com/politica/noticia/2017/04/pf-acusa-collor-de-peculato-em-conclusao-de-inquerito-da-lava-jato.html|título=PF acusa Collor de peculato em conclusão de inquérito da Lava Jato|data=24 de abril de 2017|acessodata=25 de abril de 2017|publicado=Época online|ultimo=Lobato|primeiro=Barbara|ultimo2=Talento|primeiro2=Aguirre}}</ref>
Em maio de 2023, o caso foi novamente julgado pelo Supremo Tribunal Federal, e Collor foi condenado por 9 votos a 2, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e [[Quadrilha (crime)|associação criminosa]].<ref name=":3" /><ref name=":4" />
== Desempenho eleitoral ==
{| class="wikitable" style="text-align:center"
!Ano
!Eleição
!Partido
!Candidato a
!Votos
!%
!Resultado
|-
|1982
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 1982|Estaduais em Alagoas]]
|[[Partido Democrático Social|PDS]]
|Deputado federal
|55.124
|10,46%
| {{Yes2|Eleito}}
|-
|1986
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 1986|Estaduais em Alagoas]]
|[[Movimento Democrático Brasileiro (1980)|PMDB]]
|Governador
|400.246
|52,83%
| {{Yes2|Eleito}}
|-
| rowspan="2" |1989
| rowspan="2" |[[Eleição presidencial no Brasil em 1989|Presidencial no Brasil]]
| rowspan="2" |[[Agir (Brasil)|PRN]]
| rowspan="2" |Presidente
|20.611.030
|30,48%
''(1º Turno)''
|rowspan=2; {{Yes2|Eleito}}
|-
|35.090.206
|53,03%
''(2º Turno)''
|-
|2002
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 2002|Estaduais em Alagoas]]
| rowspan="2" |[[Partido Renovador Trabalhista Brasileiro|PRTB]]
|Governador
|419.741
|40,17%
| {{No2|Não eleito}}
|-
|2006
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 2006|Estaduais em Alagoas]]
|Senador
|550.725
|44,04%
| {{Yes2|Eleito}}
|-
|2010
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 2010|Estaduais em Alagoas]]
| rowspan="3" |[[Partido Trabalhista Brasileiro (1979)|PTB]]
|Governador
|389.337
|28,80%
| {{No2|Não eleito}}
|-
|2014
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 2014|Estaduais em Alagoas]]
|Senador
|689.266
|55,69%
| {{Yes2|Eleito}}
|-
|2022
|[[Eleições estaduais em Alagoas em 2022|Estaduais em Alagoas]]
|Governador
|223.585
|14,71%
| {{No2|Não eleito}}
|}
== Publicações ==
{{Sem fontes|Esta seção|data=maio de 2024}}
Desde 1996, Collor mantém uma página na [[internet]] em que é possível ler o primeiro capítulo de um livro de sua autoria intitulado Crônica de um Golpe - A versão de quem viveu o fato. Sobre seus dias como presidente, foram editados os livros Mil Dias de Solidão – Collor bateu e levou, do jornalista [[Cláudio Humberto Rosa e Silva]] (porta-voz quando presidente) e Passando a Limpo - A trajetória de um farsante, de autoria do irmão, Pedro Collor, com redação da jornalista [[Dora Kramer]]. Os bastidores do governo e do escândalo que derrubou Collor foram relatados no livro "Todos os sócios do presidente", dos jornalistas Gustavo Krieger, Luiz Antônio Novaes e Tales Faria.
Linha 325 ⟶ 411:
* ''Agenda 2009-2015: Desafios Estratégicos Setoriais, Infraestrutura para Inovação e Desenvolvimento'', SEEP/2009;
* ''Agenda 2009-2015: Desafios Estratégicos Setoriais, Infraestrutura de Políticas Públicas'', SEEP/2009;
* ''Agenda 2009-2015: Desafios Estratégicos Setoriais, Marco Regulatório do [[Pré-Sal|Pré-sal]]'', SEEP/2010;
* ''Agenda 2009-2015: Desafios Estratégicos Setoriais, Recursos Humanos para Inovação e Competitividade'', SEEP/2010;
* ''Agenda 2009-2015: Desafios Estratégicos Setoriais, Recursos Humanos para Inovação e Competitividade Formação e Capacitação Profissional para a
* ''Seminário Pré-sal: Marco Regulatório e reflexos da descoberta no desenvolvimento do Nordeste'', SEEP/2010;
* ''Diplomacia e Defesa: uma missão constitucional ativa do Parlamento'', SEEP/2011;
Linha 436 ⟶ 522:
==Ver também==
*[[Lindolfo Collor]]
*[[Arnon de Mello]]
Linha 449 ⟶ 532:
*[[Thereza Collor]]
*[[Caras-pintadas]]
{{Referências
{{notas}}
==
{{Div col|2}}
* _______, ''Plano Collor'', Editora Auriverde, 1990.
* BRESSER PEREIRA, Luís Carlos, ''Os Tempos Heróicos de Collor e Zélia'', Editora Nobel, 1991.
* {{citar livro |sobrenome
* CONTI, Mário Sérgio. ''Notícias do Planalto: A imprensa e Fernando Collor''. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1999.
* COSTA, Gleiner Vinicius Vieira. ''Brasil, Nova República e Imprensa. A ascensão e queda de Fernando Collor''. Monografia de Conclusão de Licenciatura e Bacharelado em História, Rio de Janeiro, Universidade Gama Filho, 2005.
Linha 473 ⟶ 553:
* REALE, Miguel, ''De Tancredo a Collor'', Editora Siciliano, São Paulo, 1992.
* SILVA, Cláudio Humberto Rosa, ''Mil dias de solidão: Collor bateu e levou''. Geração Editorial, 1993.
* {{Citar livro |url=https://www.google.com.br/books/edition/Collor_presidente/-F1dDAAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=0 |título=Collor presidente: trinta meses de turbulências, reformas, intrigas e corrupção |ultimo=Villa |primeiro=Marco Antonio |data=13 de junho de 2016 |editora=[[Grupo Editorial Record|Record]] |total-páginas=364 |autorlink=Marco Antonio Villa}}
* {{Link|pt|2=http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/eleicoes_2006/graficos/historico_eleicoes_presidenciais.swf |3=Histórico das eleições presidenciais do Brasil}}
{{Div col fim}}
== Ligações externas ==
{{Correlatos
|commons =
|commonscat = Fernando Collor
|wikiquote = Fernando Collor de Mello
|wikinoticiascat =
|wikidata = Q236503
}}
* {{Link|pt|2=http://www.presidencia.gov.br/info_historicas/galeria_pres/galcollor/galcollor/integrapresidente_view/ |3=O governo Fernando Collor de Mello no sítio oficial da Presidência da República do Brasil}}
* {{Link||2=http://www.fernandocollor.com.br|3=Página oficial de Fernando Collor de Mello}}
Linha 486 ⟶ 572:
* Globo News Dossiê - [http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1175290-7823-COLLOR+FALA+DOS+BASTIDORES+DO+IMPEACHMENT+PARTE,00.html Parte 1] e [http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1175291-7823-COLLOR+FALA+DOS+BASTIDORES+DO+IMPEACHMENT+PARTE,00.html Parte 2] na [[Globo.com]]
{{-}}
{{Começa caixa}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Ficheiro:Brasão de Maceió.svg|18px|Brasil]]<br>[[Lista de prefeitos de Maceió|57.º Prefeito de Maceió]]
|anos=1979 — 1982
|antes=Dilton Simões
Linha 494 ⟶ 581:
}}
{{Caixa de sucessão
|título=[[Ficheiro:Brasão do Estado de Alagoas.svg|20px|Brasil]]<br>[[Lista de governadores de Alagoas|55.º Governador de Alagoas]]
|anos=1987 — 1989
|antes=[[José de Medeiros Tavares]]
Linha 500 ⟶ 587:
}}
{{Caixa de sucessão
|título={{nowrap|[[Ficheiro:Coat of arms of Brazil (1971–1992).svg|
|anos=1990 — 1992
|antes=[[José Sarney]]
Linha 517 ⟶ 604:
{{Controle de autoridade}}
{{Portal3|Biografias|Rio de Janeiro|Alagoas|Brasil|Política
{{DEFAULTSORT:Fernando Collor Mello}}
Linha 540 ⟶ 627:
[[Categoria:Grã-Cruzes da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito]]
[[Categoria:Comendadores da Ordem do Ipiranga]]
[[Categoria:Embaixadores da Boa Vontade da UNICEF]]
[[Categoria:Ordem de Isabel a Católica]]
Linha 554 ⟶ 640:
[[Categoria:Membros do Partido Republicano da Ordem Social]]
[[Categoria:Membros da Academia Alagoana de Letras]]
[[Categoria:Políticos do Brasil condenados]]
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