Fídias: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m substituindo predefinição obsoleta; correções gerais ativado
 
(Há 35 revisões intermédias de 18 utilizadores que não estão a ser apresentadas)
Linha 3:
|imagem = The Sculptor Phidias-Ny Carlsberg Glyptotek.jpg
|imagem_tamanho = 250px
|legenda = Retrato de Fídias, cópia romana de um original do século {{-séc|III a.C.}}
|nome_completodata_nascimento = c. = {{AC|480}}
|data_nascimento local_nascimento = [[480 a.C.|480Atenas]]
|local_nascimentodata_morte = [[Olímpia]]c. {{AC|430}}
|data_morte local_morte = [[430 a.C.Olímpia]] ?
|local_morte =
|nacionalidade = [[Gregos|grego]]
|ocupação = [[Escultura|escultor]]
|magnum_opus = [[Estátua de Zeus em Olímpia|Zeus Olímpico]]
}}
 
'''Fídias''' (em [[Língua grega antiga|grego]] Φειδίας; [[Atenas]], c. [[480 a.C.{{AC|480]]}} — [[Olímpia]] ?, c. [[{{AC|430 a.C.]]}}<ref name="Simonyi2012">Károly Simonyi. ''[http://books.google.com/books?id=Bmcpsgp-Ml4C&pg=PA612 A Cultural History of Physics]''. CRC Press; 2012. ISBN 978-1-56881-329-5. p. 612.</ref>) foi um célebre [[Escultura|escultor]] da [[Grécia Antiga]]. Sua biografia é cheia de lacunas e incertezas, e o que se tem como certo é que ele foi o autor de duas das mais famosas estátuas da [[Antiguidade]], a [[Atena Partenos]] e o ''[[Estátua de Zeus em Olímpia|Zeus Olímpico]]'', e que sob a proteção de [[Péricles]] encarregou-se da supervisão de um vasto programa construtivo em Atenas, concentrado na reedificação da [[Acrópole de Atenas|Acrópole]], devastada pelos [[persas]] em 480 a.C.<ref name="Phidias">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/455782/Phidias ''Phidias'']. [[Encyclopædia Britannica]] Online. 19 de maio de 2009</ref>
 
As fontes primitivas sobre sua biografia são lacônicas e contraditórias, e sua memória foi carregada de mitos e folclore. O que se tem como certo é que ele foi o autor de duas das mais famosas estátuas da [[Antiguidade]], a ''[[Atena Partenos]]'' e o ''[[Estátua de Zeus em Olímpia|Zeus Olímpico]]'', e, segundo a tradição, sob a proteção de [[Péricles]] encarregou-se da supervisão de um vasto programa construtivo em Atenas, devastada pelos [[persas]] em {{AC|480|x}}, mas hoje se pensa que seu papel tenha sido bem mais limitado e concentrado na reedificação e decoração do [[Partenon]], localizado na [[Acrópole de Atenas|Acrópole]] da cidade.
Nenhuma de suas obras originais sobreviveu até o presente, salvo os grupos escultóricos do [[Partenon]], mas não se sabe em que medida ele participou pessoalmente na execução. Algumas partes em particular lhe têm sido atribuídas, sem qualquer garantia,<ref name="Phidias"/> e a considerar a quantidade de peças, a relativa rapidez com que foram esculpidas e seu envolvimento concomitante e direto com a gigantesca Atena Partenos, o mais provável é que sua própria mão pouco as tenha tocado, ainda que a homogeneidade dos conjuntos sugira fortemente uma única personalidade criadora na concepção geral da decoração.<ref name="visual-arts-cork.com">[http://www.visual-arts-cork.com/antiquity/greek-sculpture-high-classical-period.htm ''Greek Sculpture: High Classical Period'']. ''Encyclopedia of Irish and World Art''</ref>
 
Nenhuma das suas obras originais sobreviveu até o presente, salvo os grupos escultóricos do Partenon, mas parece pouco provável que ele tenha esculpido pessoalmente qualquer dos seus elementos. Algumas partes em particular lhe têm sido atribuídas, sem qualquer garantia, e a considerar a quantidade de peças, a relativa rapidez com que foram esculpidas e seu envolvimento concomitante e direto com a gigantesca ''Atena Partenos'', o mais plausível é que sua própria mão pouco as tenha tocado, ainda que a homogeneidade dos conjuntos sugira fortemente uma única personalidade criadora na concepção geral da decoração. Outras obras que lhe foram atribuídas sobrevivem através de cópias romanas, e fragmentos de originais a ele atribuídos modernamente, o são em bases também conjeturais.
Outras obras suas sobrevivem presumivelmente através de cópias romanas, e fragmentos originais a ele atribuídos modernamente, o são em bases também conjeturais. Igualmente sua morte é fonte de controvérsias e nada se sabe ao certo sobre suas circunstâncias. Apesar da quase total ausência de dados concretos sobre sua vida, Fídias é tido como um dos fundadores e um dos mais perfeitos expoentes do [[Escultura do Classicismo grego#Alto Classicismo|Alto Classicismo]] na escultura, sendo louvado desde quando vivo até os dias de hoje como um dos mais importantes escultores do ocidente.<ref name="Phidias"/>
 
Igualmente as circunstâncias da sua morte são obscuras e controversas. Apesar da quase total ausência de dados concretos seguros sobre sua vida, através de sua obra Fídias ganhou uma fama grande e duradoura, tido como um dos fundadores e um dos mais perfeitos expoentes do [[Escultura do Classicismo grego#Alto Classicismo|Alto Classicismo]] na escultura, e como um dos mais importantes escultores do ocidente.
 
== Seu contexto e estilo ==
{{AP|Século de Péricles|Acrópole de Atenas|Estilo Severo|Escultura do Classicismo grego|Policleto|Míron}}
 
Fídias viveu no chamado ''[[Século de Péricles]]'', uma fase de intensa atividade política, militar e cultural em Atenas. A [[democracia]] se consolidava como uma forma de governo para eles racional, liberal e equilibrada, essencialmente humanista e oposta ao odiado totalitarismo encarnado pelos [[persas]], que estavam engajados em uma longa série de atritos contra os gregos, as [[Guerras Médicas]], desde meados do século {{-séc|VI a.C.}}, só encerrados com a vitória final grega em {{AC|479 a.C.|x}} na [[Batalha de Plateias]]. Com a ascensão de [[Péricles]] ao poder a partir de c. {{AC|460 a.C.|x}} o foco de atenção mudou, e foi selada a paz definitiva com os persas no intuito de concentrar forças para combater a rivalidade de [[Esparta]], a expensas de seus aliados da [[Liga de Delos]].<ref>Castriota, David. [http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA134,M1 ''Myth, Ethos, and Actuality: Official Art in Fifth-Century B.C. Athens'']. University of Wisconsin Press, 1992. pp. 134-135</ref> Tais eventos foram seguidos de uma reorientação no programa de edificações civis e comemorativas desenvolvido na cidade. Os persas haviam saqueado Atenas em {{AC|480 a.C.|x}} e destruído muitos de seus templos e monumentos. De início os edifícios foram deixados deliberadamente em ruínas, como uma lembrança perene da barbárie estrangeira, mas a paz com o antigo inimigo possibilitou uma revisão política nessa atitude, e já parecia natural que a cidade fosse restaurada, especialmente seus santuários na Acrópole, como forma de expressão da sua posição política dominante e como um sinal de gratidão a [[Atena]], a deusa tutelar da [[Ática]]. Para administrar esse impulso construtivo Fídias foi contratado como o supervisor geral das obras.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA134,M1 Castriota, David. pp. 134-137]</ref>
 
[[Imagem:Kouros anavissos2.jpg|thumb|140px|esquerda|''Kouros Krosios'', c. {{AC|525 a.C.|x}} Exemplo do estilo arcaico]]
[[Imagem:Farnese Diadumenos BM 501.jpg|thumb|140px|esquerda|O ''Diadúmeno'' atribuído a Fídias, muito semelhante à composição de Policleto [[Diadúmeno|de mesmo nome]]. Cópia romana]]
 
Fídias encontrou a escultura grega atravessando um período de profunda e rápida transformação, e ele na verdade foi um dos principais motores desse processo. Os antecedentes dessa mudança estavam na escultura arcaica, que produzira um estilo formalista e rigoroso privilegiando convenções generalistas e abstratizantes. Essas convenções permaneceram quase inalteradas por quase duzentos anos, espelhavam a hierarquização estática da sociedade e permaneciam alheias à representação de particularismos anatômicos naturalistas. Com os arcaicos se iniciara a identificação da beleza física com a virtude moral, num conceito conhecido como ''[[kalokagathia]]'', e na tipologia do ''[[kouros]]'', a mais importante dessa fase, o orgulho e autoconfiança aristocratas, bem como a sua coragem guerreira e seu espírito de grupo, ficavam já bem expressos. Na virada do século {{séc|VI}} para o {{AC|V a.C.|x}} o rigor arcaico começou a se dissolver, nascendo o que se denominou [[estilo Severo]] ou pré-Classicismo, em vista do declínio da sociedade [[aristocracia|aristocrática]] e [[oligarquia|oligárquica]] que lhe servira de justificativa, e do florescimento do sistema [[democracia|democrático]], onde idealmente os propósitos coletivos coincidem com os individuais. Uma nova ênfase no individual, quando já se via o homem como o centro do universo, fez com que na representação do corpo humano se dissolvessem as abstrações formais arcaicas em direção a um estilo mais próximo da natureza. Em meados do século {{-séc|V a.C.}} [[Míron]], [[Policleto]] e Fídias entraram em cena reformulando definitivamente o [[cânone]] de proporções arcaico e fundando o Classicismo escultórico, retratando o corpo humano de forma muito mais naturalista, mas continuando a buscar nele o reflexo de valores morais coletivos.<ref>Pollitt, Jerome (1972). [http://books.google.com/books?id=CadI9xzUaZwC&pg=PA90&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA96,M1 ''Art and experience in classical Greece'']. Cambridge University Press, 1972. pp. 96-97</ref><ref>Hemingway, Colette & Hemingway, Seán. [http://www.metmuseum.org/toah/hd/tacg/hd_tacg.htm ''The Art of Classical Greece (ca. 480–323 B.C.)'']. In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, January 2008</ref>
 
Mesmo com o triunfo do naturalismo, não se deve imaginar que a escultura clássica tenha sido realista, no sentido de se fixar em detalhes individuais ou pretender a exatidão de um [[retrato]]. Enquanto que procurou elaborar as relações entre mundo espiritual e mundo material através de uma arte cujo caráter era mais [[mímese|mimético]] do que a arcaica, com uma [[anatomia]] mostrada com crescente correção e verossimilhança, se revelou tão generalizante quanto a outra, pois esse maior detalhamento anatômico ignorava as idiossincrasias individuais para construir um modelo ideal de forma. Permanecia desse modo altamente simbólica, pois uma boa escultura era vista como muito mais do que simples ornamento belo ou exibição de virtuosismo técnico, era principalmente instrumento de educação [[civismo|cívica]] e [[ética]], servindo para ilustração visual de princípios de moralidade, patriotismo, coragem, harmonia e espírito público. Essas qualidades eram eternizadas na escultura através de seu idealismo, e podiam ser apreendidas pela sua contemplação e emuladas pelos cidadãos que desejavam ascender a uma posição destacada na [[pólis]],<ref>Steiner, Deborah. [http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=Zah23ru6oCMC&oi=fnd&pg=PR7&dq=greek+sculpture+classicism+OR+classical+%22sculpture%22&ots=KqpB2C9HGx&sig=948KbBUzYvlJG5AmkfWpArvFe7Q#PPA26,M1 ''Images in mind: Statues in Archaic and Classical Greek Literature and Thought'']. Princeton University Press, 2001. pp. 26-49</ref> onde a crença nos valores de grupo, na sociedade, se carregou de tal significado que o civismo passou a ser venerado quase como uma deidade.<ref>[http://books.google.com/books?id=CadI9xzUaZwC&pg=PA90&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA97,M1 Pollitt, Jerome (1972). p. 97]</ref> Ficava fortemente enfatizado assim o papel [[pedagogia|pedagógico]] da arte, que foi uma das preocupações centrais do Classicismo e que foi defendido por [[Sócrates]] e em seguida por [[Platão]] e [[Aristóteles]], numa discussão que lançou as bases da [[Estética]] como ramo independente da [[Filosofia]].<ref>[http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=Zah23ru6oCMC&oi=fnd&pg=PR7&dq=greek+sculpture+classicism+OR+classical+%22sculpture%22&ots=KqpB2C9HGx&sig=948KbBUzYvlJG5AmkfWpArvFe7Q#PPA26,M1 Steiner, Deborah. pp. 26-49]</ref>
Linha 34 ⟶ 36:
 
== Primeiros anos ==
Acontece com muitos nomes célebres da Antiguidade que haja um marcante contraste entre o que se sabe de sua fama e obras e o que se conhece sobre sua vida, e Fídias pertence a esta categoria de artistas de renome universal mas quase sem quaisquer detalhes confiáveis sobre sua biografia, substituída que foi por uma coleção de lendas e narrativas apócrifas e não raro contraditórias, de valor histórico muito duvidoso.<ref>Smith, William. [http://books.google.com/books?id=UcwPAAAAYAAJ&pg=PA249&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA243,M1 ''Dictionary of Greek and Roman biography and mythology'']. Boston: Little, Brown & Co., 1850. pp. 243</ref> A sua situação se complica quando se sabe que as maiores fontes de dados para a reconstrução de sua existência, [[Plínio, o Velho|Plínio]], [[Pausânias (geógrafo)|Pausânias]] e [[Plutarco]], fizeram seus relatos vários séculos depois de sua morte. Plínio disse que ele era filho de um certo Cármides. De acordo com um comentarista de [[Aristófanes]], ele havia se formado como [[pintor]], mas depois teria sido instruído na escultura por [[Ageladas]], da [[Escola de Argos]], e, segundo [[Dio Crisóstomo]], também pelo ateniense [[Hegias de Atenas|Hegias]].<ref>The British Museum. [http://books.google.com/books?id=DmMDAAAAQAAJ&pg=PA116&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Elgin and Phigaleian Marbles'']. The British Museum. London: Charles Knight, 1833. p. 116</ref>
 
Acontece com muitos nomes célebres da Antiguidade que haja um marcante contraste entre o que se sabe de sua fama e obras e o que se conhece sobre sua vida, e Fídias pertence a esta categoria de artistas de renome universal mas quase sem quaisquer detalhes confiáveis sobre sua biografia, substituída que foi por uma coleção de lendas e narrativas apócrifas e não raro contraditórias, de valor histórico muito duvidoso.<ref>Smith, William. [http://books.google.com/books?id=UcwPAAAAYAAJ&pg=PA249&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA243,M1 ''Dictionary of Greek and Roman biography and mythology'']. Boston: Little, Brown & Co., 1850. pp. 243</ref> A sua situação se complica quando se sabe que as maiores fontes de dados para a reconstrução de sua existência, [[Plínio, o Velho|Plínio]], [[Pausânias (geógrafo)|Pausânias]] e [[Plutarco]], fizeram seus relatos vários séculos depois de sua morte. Plínio disse que ele era filho de um certo Cármides. De acordo com um comentarista de [[Aristófanes]], ele havia se formado como [[pintor]], mas depois teria sido instruído na escultura por [[Ageladas]], da [[Escola de Argos]], e, segundo [[Dião Crisóstomo]], também pelo ateniense [[Hegias de Atenas|Hegias]].<ref>The British Museum. [http://books.google.com/books?id=DmMDAAAAQAAJ&pg=PA116&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Elgin and Phigaleian Marbles'']. The British Museum. London: Charles Knight, 1833. p. 116</ref>
Iniciou sua carreira no tempo de [[Címon]], logo após o encerramento das [[Guerras Médicas]], e nesta época seu estilo devia evidenciar a influência dos escultores Severos com quem aprendera. Fontes antigas atribuem a ele em seus primeiros anos 13 figuras em bronze para o santuário de [[Apolo]] em [[Delfos]], incluindo o deus, [[Atena]] e heróis; uma estátua de Atena em ouro e marfim para [[Pellana]]; um grande [[acrólito]] da ''[[Atena Areia]]'' para [[Plateias]], com trajes de ouro, apenas um pouco menor do que a colossal ''[[Atena Promacos]]'', feita para Atenas.<ref>Waldstein, Charles. [http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA67,M1 ''Essays on the Art of Pheidias'']. Kessinger Publishing, 1885-2005. pp. 66-67</ref> Atualmente também se credita aos seus primeiros anos o original do ''[[Hermes Ludovisi]]'', mas sem grande certeza.<ref>Boardman, John. "Three Greek Gem Masters". In: ''The Burlington Magazine'', 1969; 111 (799).</ref>
 
Iniciou sua carreira no tempo de [[Címon]], logo após o encerramento das [[Guerras Médicas]], e nesta época seu estilo devia evidenciar a influência dos escultores Severos com quem aprendera. Fontes antigas atribuem a ele em seus primeiros anos 13 figuras em bronze para o santuário de [[Apolo]] em [[Delfos]], incluindo o deus, [[Atena]] e heróis; uma estátua de Atena em ouro e marfim para [[Pelene]]; um grande [[acrólito]] da ''[[Atena Areia]]'' para [[Plateias]], com trajes de ouro, apenas um pouco menor do que a colossal ''[[Atena Promacos]]'', feita para Atenas.<ref>Waldstein, Charles. [http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA67,M1 ''Essays on the Art of Pheidias'']. Kessinger Publishing, 1885-2005. pp. 66-67</ref> Atualmente também se credita aos seus primeiros anos o original do ''[[Hermes Ludovisi]]'', mas sem grande certeza.<ref>Boardman, John. "Three Greek Gem Masters". In: ''The Burlington Magazine'', 1969; 111 (799).</ref>
=== Atena Promacos ===
 
A [[Atena Promacos]] ("a que guerreia na vanguarda") foi possivelmente a primeira obra de vulto de Fídias. Elaborada em bronze com o espólio da [[Batalha de Maratona]] e dedicada a Atena em agradecimento pelo sucesso militar, tinha cerca de 10 m de altura e, instalada na [[Acrópole de Atenas]] em c. 456 a.C., podia ser vista desde o mar. Ali permaneceu até que [[Constantino I]] {{nwrap|r.|306|337}} a levou para [[Constantinopla]], onde foi destruída pela massa do povo em 1204, crendo que ela havia conjurado a aproximação da esquadra da [[Quarta Cruzada|IV Cruzada]].<ref>[http://books.google.com/books?id=BuS7Q0DKpI0C&pg=PA118&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA119,M1 Tritle, Lawrence A. p. 119]</ref> Só é possível reconstituir seu aspecto através de imagens toscas em moedas romanas. Nelas Atena estende seu braço direito, com que segura um objeto alado. Uma lança apoiada no chão repousa sobre seu ombro, tem um escudo junto ao chão e sua cabeça porta um elmo.<ref>Lundgreen, Birte. ''A Methodological Enquiry: The Great Bronze Athena by Pheidias''. The Journal of Hellenic Studies 117, 1997. pp. 190-197</ref> [[Zósimo]] escreveu dizendo que quando os [[godos]] penetraram da Acrópole, retrocederam espantados diante da estátua imensa <ref>Paris, Pedro. [http://books.google.com/books?id=p7NYqxihl7kC&pg=PA198&dq=fidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA200,M1 ''La escultura antigua'']. Madrid: La España Editorial, 1886. p. 200</ref>
=== Atena Promacos===
{{AP|Atena Promacos}}
[[Imagem:Atena Promacos.jpg|thumb|left|A ''Atena Promacos'' sobre a Acrópole mostrada em uma moeda]]
 
A ''Atena Promacos'' ("a que guerreia na vanguarda") foi possivelmente a primeira obra de vulto de Fídias. Elaborada em bronze com o espólio da [[Batalha de Maratona]] e dedicada a Atena em agradecimento pelo sucesso militar, tinha cerca de 10 m de altura e, instalada na [[Acrópole de Atenas]] em c. {{AC|456|x}}, podia ser vista desde o mar. Ali permaneceu até que [[Constantino I]] {{nwrap|r.|306|337}} a levou para [[Constantinopla]], onde foi destruída pela massa do povo em 1204, crendo que ela havia conjurado a aproximação da esquadra da [[Quarta Cruzada|IV Cruzada]].<ref>[http://books.google.com/books?id=BuS7Q0DKpI0C&pg=PA118&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA119,M1 Tritle, Lawrence A. p. 119]</ref>
 
Só é possível reconstituir seu aspecto através de imagens toscas em moedas e cópias miniaturizadas muito imperfeitas e desiguais. Moedas romanas dos séculos II e III cunhadas em Atenas, que a mostram entre edifícios da Acrópole, consistentes com uma descrição de Pausânias, são a fonte mais segura para reconstruir a imagem. Elas a mostram parcialmente, de pé, segurando na mão direita uma imagem de [[Nice (mitologia)|Nice]], a deusa da Vitória, com a ponta de uma lança sobressaindo ao seu ombro esquerdo. Outras moedas helenísticas e romanas a mostram completa, em atitude similar, mas não se tem certeza de que representavam a Promacos, podendo ser imagens também da ''Atena Partenos'', que alguns pensam ter-lhe sido muito semelhante.<ref name="Palagia">Palagia, Olga. "Not from the spoils of Marathon: Pheidias bronze Athena on the Acropolis". In: Buraselis, K. & Koulakiotis, E. (eds.). ''Marathon: The Day After''. Delphi: European Cultural Centre, 2013, pp. 117-137</ref><ref name="Lundgreen">Lundgreen, Birte. "A Methodological Enquiry: The Great Bronze Athena by Pheidias". In: ''The Journal of Hellenic Studies'', 1997; 117:190-197</ref><ref name="Day">Day, Joseph W. ''Archaic Greek Epigram and Dedication: Representation and Reperformance''. Cambridge University Press, 2010, pp. 151-184</ref><ref name="Robertson">Robertson, Noel. "Athena's Shrines and Festivals". In: Neils, Jenifer. ''Worshipping Athena: Panathenaia and Parthenon''. University of Wisconsin Press, 1996, pp. 47-48</ref><ref name="Pollitt">Pollitt, Jerome. ''Art and experience in classical Greece''. Cambridge University Press, 1972, pp. 96-100</ref> [[Zósimo]] escreveu dizendo que quando os [[godos]] penetraram da Acrópole, retrocederam espantados diante da estátua imensa.<ref>Paris, Pedro. [http://books.google.com/books?id=p7NYqxihl7kC&pg=PA198&dq=fidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA200,M1 ''La escultura antigua'']. Madrid: La España Editorial, 1886. p. 200</ref>
 
== Maturidade ==
Linha 48 ⟶ 56:
[[Imagem:Parthenon-frieze-bb.jpg|thumb|285px|Fragmento do friso da cela]]
 
Um pouco depois de Fídias completar a ''PromachosPromacos'', Péricles assumiu o governo. Segundo relatos antigos, desenvolveu-se uma forte amizade entre ambos, e Plutarco afirmou que o escultor tinha grande influência sobre o estadista. Embora não seja implausível, hoje não se tem tanta certeza sobre isso, e as atribuições exatas incluídas no cargo de Fídias são difíceis de determinar. Plutarco sugeriu que ele se tornou algo como um "ministro da cultura", o que é uma descrição vaga e parece exagerada no contexto administrativo da época. A crítica moderna tende a considerar sua situação como um supervisor artístico das edificações da Acrópole, e mais especificamente do Partenon, o que implicaria autoridade sobre todos os arquitetos e artesãos envolvidos nos projetos e responsabilidade pela execução das obras decorativas, representando de qualquer forma um enorme volume de trabalho. Com segurança, contudo, só se sabe, a partir de provas documentais, que ele havia sido contratado para criar outra estátua gigante de Atena, para ser instalada no Partenon.<ref>Podlecki, Anthony J. [http://books.google.com/books?id=lKcOAAAAQAAJ&pg=PA107&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA109,M1 ''Perikles and his circle'']. Routledge, 1998. p. 109</ref><ref>Harrison, Evelyn. "Pheidias". In: Palagia, Olga & Pollitt, Jerome Jordan. ''Personal Styles in Greek Sculpture''. Cambridge University Press, 1999, p. 40</ref><ref>Hurwit, Jeffrey. ''The Athenian Acropolis: History, Mythology, and Archaeology from the Neolithic Era to the Present''. CUP Archive, 1999, p. 169</ref>
 
O Partenon foi reformado entre 447 e {{AC|432 a.C.|x}}, sobre as fundações de um templo anterior inacabado, possivelmente à inspiração do Templo de [[Zeus]] em [[Olímpia]], então o maior dos santuários pan-helênicos. O Partenon representava o ápice do programa construtivo de Péricles, e parece claro que um dos objetivos das reformas foi levar Atenas para uma posição de predominância cultural e política entre os gregos. Ambos os templos compartilham de algumas características comuns na escolha dos temas e no arranjo geral dos grupos escultóricos, mas os de Atenas mostram uma evolução no estilo, já claramente Clássico, enquanto os de Olímpia ainda seguem os cânones do estilo Severo, do qual são o mais importante exemplo arquitetural.<ref>Hurwit, Jeffrey (2005). [http://books.google.es/books?id=sFEwwqkEbLEC&printsec=copyright&dq=Pheidias&lr=&hl=pt-BR#PPA135,M1 ''The Parthenon and the Temple of Zeus at Oplympia'']. In Barringer, Judith M. & Hurwit, Jeffrey M. ''Periklean Athens and its legacy: problems and perspectives''. University of Texas Press, 2005. pp. 135-136</ref> O conjunto decorativo do Partenon mostra uma apreciável unidade, com a exceção das [[métope]]s, que apresentam um estilo um tanto arcaizante e mostram uma qualidade desigual. Isso pode se explicar por terem sido provavelmente as primeiras peças a serem esculpidas, quando Fídias ainda não tivera tempo de organizar o trabalho, deixando aos artífices liberdade de criação, ou pelo possível uso de material reciclado mais antigo.<ref>Hurwit, Jeffrey (1999). [http://books.google.com/books?id=0pQ4AAAAIAAJ&pg=PA169&dq=%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA169,M1 ''The Athenian Acropolis: history, mythology, and archaeology from the Neolithic era to the present'']. CUP Archive, 1999. p. 174</ref> Fídias naturalmente devia ter um interesse particular pelo edifício, já que ele iria abrigar sua ''Athena'' colossal, e parece que ele interferiu diretamente no desenho da estrutura enquanto ela estava em plena construção, induzindo modificações importantes no plano original de [[Ictinos]], o arquiteto, particularmente quando decidiu inserir um friso em torno da [[cela (arquitetura)|cela]]. A única peça de escultura do Partenon em que é assegurada a elaboração pessoal de Fídias é a estátua de culto de Atena que foi instalada no interior. Todo o restante é de execução incerta, sendo supostamente posta a cargo de seus discípulos [[Alcamenes]] e [[Agorácrito]], dirigindo uma equipe selecionada por Fídias. Mas é geralmente aceito que ele concebeu o arranjo geral dos conjuntos e pode ter mesmo feito desenhos para as métopes e modelos em argila para os [[frontão|frontões]] e [[acrotério]]s.<ref>[http://books.google.com/books?id=0pQ4AAAAIAAJ&pg=PA169&dq=%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA169,M1 Hurwit, Jeffrey (1999). p. 169]</ref> É de assinalar ainda que boa parte da estrutura, incluindo as esculturas, era colorida, podendo ter ademais recebido adornos em metal e douramentos.<ref>[http://books.google.com/books?id=0pQ4AAAAIAAJ&pg=PA169&dq=%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA174,M1 Hurwit, Jeffrey (1999). p. 174]</ref>
 
TodoFídias programanaturalmente temáticodevia doster conjuntosum concordavainteresse comparticular ospelo ideaisedifício, de Périclesque deele exaltariria abrigar sua ''Atena'' colossal, ae deusaparece protetoraque deele Atenas,interferiu ediretamente glorificarno adesenho excelênciada deestrutura enquanto ela estava em seuplena povoconstrução, seusinduzindo deusesmodificações eimportantes suasno vitóriasplano contraoriginal ade barbárie[[Ictinos]], persa.o Asarquiteto, métopesparticularmente foramquando cavadasdecidiu inserir um friso em torno da [[alto-relevocela (arquitetura)|cela]]. eA sãoúnica opeça únicode grupoescultura ondedo sePartenon em que é assegurada a mostramelaboração cenaspessoal de batalhas.Fídias Infelizmenteé sea encontramestátua hojede emculto diade emAtena geralque muitofoi desfiguradasinstalada eno fragmentárias,interior. eTodo poucaso podemrestante seré identificadasde comexecução segurança.incerta, Algumassendo estãosupostamente emposta estadoa bastantecargo bom,de masseus diversasdiscípulos estão[[Alcâmenes totalmente irreconhecíveis(escultor)|Alcâmenes]] e várias[[Agorácrito]], dirigindo uma equipe de auxiliares foramselecionados inteiramentepor perdidasFídias. AsMas métopesé foramgeralmente provavelmenteaceito asque primeirasele peçasconcebeu ao seremarranjo esculpidas,geral precisandodos serconjuntos instaladase àpode medidater quemesmo sefeito finalizavadesenhos apara parteas superiormétopes doe modelos em argila para os prédio[[frontão|frontões]] e [[acrotério]]s.<ref>Schwab, Katherine. [http://books.google.com/books?id=5TADtR0uRhkC0pQ4AAAAIAAJ&pg=PA193PA169&dq=%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA169,M1 ''Celebrations of Victory: The Metopes of the Parthenon'']. In NeilsHurwit, Jenifer.Jeffrey ''The Parthenon: from antiquity to the present‎''(1999). Cambridge University Press, 2005p. pp. 159-160169]</ref> Cada lado do templo traz um grupoÉ de métopesassinalar comainda umque temaboa distinto.parte Sobre a entradada principalestrutura, ao leste, estãoincluindo as cenas da [[Gigantomaquia]]; ao sulesculturas, a [[Centauromaquia]]; aoera oestecolorida, apodendo [[Amazonomaquia]],ter eademais aorecebido norteadornos está representado o saque de [[Troia]], e elas são comumente interpretadas como ilustrações do sucesso da civilização ateniense sobre forçasem irracionaismetal e bárbarasdouramentos.<ref>[http://books.google.com/books?id=5TADtR0uRhkC0pQ4AAAAIAAJ&pg=PA193PA169&dq=%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA167PPA174,M1 SchwabHurwit, KatherineJeffrey (1999). ppp. 167-168174]</ref>
 
OTodo frisoprograma traztemático umados longaconjuntos cena processional,concordava com umaos profusãoideais de deidades,Péricles homensde eexaltar animaisAtena, quea sedeusa julgaprotetora umade representaçãoAtenas, doe grandeglorificar festivala pan-helênico,excelência ''Panathenaiade Megala''seu povo, umseus motivodeuses seme precedentessuas navitórias esculturacontra gregaa quebarbárie sepersa. interpretaAs comométopes umaforam metáforacavadas daem ordem[[alto-relevo]] e harmoniasão ideaiso doúnico impériogrupo atenienseonde atravésse demostram umacenas imagemde unificadorabatalhas. deInfelizmente umse ritualencontram públicohoje entreem adia metrópoleem egeral suasmuito colônias, aliadosdesfiguradas e cidades-satélite.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA184fragmentárias,M1 Castriota,e David.poucas pp.podem 184-202]</ref>ser Aoidentificadas mesmocom tempo,segurança. formalmenteAlgumas oestão frisoem representaestado umabastante síntesebom, renovadamas dodiversas estiloestão narrativototalmente empregadoirreconhecíveis nae decoraçãovárias esculturalforam dainteiramente regiãoperdidas. sobAs influênciamétopes ateniense,foram sendoprovavelmente maisas umprimeiras elementopeças naa propagandaserem oficialesculpidas, deprecisando liderançaser divulgadainstaladas porà Atenas,medida deque certa formase suavizandofinalizava a condiçãoparte desuperior real sujeição de seus aliados sob um manto politicamente útil de piedade e unidadedo culturalprédio.<ref>Schwab, Katherine. [http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC5TADtR0uRhkC&pg=PA175PA193&dq=pheidias%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA226,M1 Castriota,''Celebrations David.of pp.Victory: 226-229]</ref>The SegundoMetopes Davidof Castriota,the FídiasParthenon'']. foiIn oNeils, primeiroJenifer. a''The representarParthenon: afrom ideologiaantiquity atenienseto emthe present‎''. Cambridge esculturaUniversity arquiteturalPress, explorando2005. aspp. qualidades159-160</ref> sugestivasCada dalado escalado monumentaltemplo etraz daum posiçãogrupo elevadade dosmétopes grupos,com aumentandoum otema impactodistinto. daSobre mensagema comentrada hábilprincipal, soluçãoao plásticaleste, deestão justaposiçõesas ecenas oposiçõesda significantes,[[Gigantomaquia]]; eao conseguindosul, fundir osa [[mitoCentauromaquia]]s; comao oeste, a [[políticaAmazonomaquia]], parae explicarao anorte estruturaestá darepresentado sociedadeo ateniensesaque de [[Troia]], e aelas origemsão comumente interpretadas como ilustrações do patronatosucesso deda Atenacivilização ateniense sobre forças bárbaras e irracionais.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC5TADtR0uRhkC&pg=PA175PA193&dq=pheidias%22parthenon+metopes%22&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA151PPA167,M1 CastriotaSchwab, DavidKatherine. ppp. 151167-168]</ref>
 
O friso traz uma longa cena processional, com uma profusão de deidades, homens e animais, que se julga uma representação do importante festival pan-helênico da [[Panateneias|Grande Panateneia]], um motivo sem precedentes na escultura grega que se interpreta como uma metáfora da ordem e harmonia ideais do império ateniense através de uma imagem unificadora de um ritual público entre a metrópole e suas colônias, aliados e cidades-satélite.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA184,M1 Castriota, David. pp. 184-202]</ref> Ao mesmo tempo, formalmente o friso representa uma síntese renovada do estilo narrativo empregado na decoração escultural da região sob influência ateniense, sendo mais um elemento na propaganda oficial de liderança divulgada por Atenas, de certa forma suavizando a condição de real sujeição de seus aliados sob um manto politicamente útil de piedade e unidade cultural.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA226,M1 Castriota, David. pp. 226-229]</ref> Segundo David Castriota, Fídias foi o primeiro a representar a ideologia ateniense em escultura arquitetural, explorando as qualidades sugestivas da escala monumental e da posição elevada dos grupos, aumentando o impacto da mensagem com hábil solução plástica de justaposições e oposições significantes, e conseguindo fundir os [[mito]]s com a [[política]] para explicar a estrutura da sociedade ateniense e a origem do patronato de Atena.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA151,M1 Castriota, David. p. 151]</ref>
 
[[Imagem:Reconstruction of the west pediment of the Parthenon 1.jpg|thumb|center|750px|Reconstituição moderna do frontão oeste do Partenon a partir de uma proposta de K. Schwerzek. Museu da Acrópole de Atenas]]
 
O tema do frontão oeste é a disputa entre Atena e [[Posidão]] pela proteção da [[Ática]], que consta no [[mito fundador]] de Atenas. Os dois deuses aparecem em confronto, mostrados sobreà frente de carruagens conduzidas respectivamente por [[Nice (mitologia)|Nice]] e [[Anfitrite]], e com figuras secundárias de mortais e personificações de rios nas laterais. Por trás de Atena se coloca [[Hermes]] e junto a Posidão, [[Íris (mitologia)|Íris]], os mensageiros de Zeus, árbitro final da contenda.<ref>[http://books.google.com/books?id=tnMWWeZwt8EC&pg=PA175&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA147,M1 Castriota, David. pp. 147-148]</ref> Já o frontão leste trata do nascimento de Atena, outros tema inédito na escultura grega. A identificação temática ficaria para sempre uma incógnita se não fosse uma breve citação de Pausânias, dadaDada a perda do grupo central, possivelmente na adaptação do templo mais tarde como igreja [[cristianismo|cristã]], a identificação temática ficaria para sempre uma incógnita se não fosse uma breve citação de Pausânias. Restam os grupos laterais de [[Hélio (mitologia)|Hélio]] e [[Selene]] com os cavalos de suas carruagens, e alguns outros personagens secundários, identificados supostamente como [[Kore]], [[Leto]], [[Eros]], [[Ártemis|Ártemis Brauronia]] e [[Deméter]], entre outros, e alguns sem qualquer identidade sugerida. Fragmentos que se supõe terem pertencido ao grupo faltante foram encontrados nas escavações nas redondezas do edifício, e estudiosos desde o século {{séc|XIX}} têm tentado reconstruir a cena do centro, com resultados sempre hipotéticos e com variados graus de aceitabilidade. Olga Palagia sugeriu que o grupo principal era composto por Zeus ao centro, ladeado depor Atena e [[Hera]].<ref>Palagia, Olga. [http://books.google.com/books?id=GFNuxcVKLIkC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PRA1-PA18,M1 ''The pediments of the Parthenon''.] Brill, 1998. pp. 18-30</ref>
 
As esculturas do Partenon sofreram muitos danos ao longo de sua história. Quando o edifício foi convertido em igreja cristã no século {{+séc|VI d.C.}} diversas métopes e partes dos frontões foram mutilados e as faces das figuras destruídas, a fim de se apagar quaisquer traços da religião [[paganismo|pagã]]. Algumas sobreviveram porque puderam ser assimiladas à ideologia cristã no contexto da luta entre o bem e o mal. Em 1687, na época da dominação turca sobre a Grécia, o Partenon estava sendo usado como depósito de munição, quando houve um ataque de navios venezianos a Atenas. Uma bomba explodiu sobre a Acrópole, destruindo o interior da cela, várias colunas, o teto e parte da lateral do Partenon, e pulverizando várias esculturas. Em seguida os venezianos saquearam o local e na tentativa de remoção destruíram vários grupos escultóricos importantes. Afortunadamente trinta anos antes desses eventos um grupo de artistas e antiquários franceses havia visitado a Acrópole e realizado diversos desenhos detalhados de boa parte dos monumentos, desenhos que foram preservados e que fornecem informações essenciais para o seu estudo moderno.<ref>Neils, Jenifer (2005 A). [http://books.google.com/books?id=gA81kINAI9cC&pg=RA1-PA109&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PRA1-PR1-IA1,M1 ''Introduction: A Classical Icon'']. In Neils, Jenifer. ''Parthenon: from antiquity to the present''. Cambridge University Press, 2005. pp. 1-5</ref> No início do século XIX [[Lord Elgin]], diplomata inglês creditado junto ao governo grego, solicitou e obteve autorização para levar "algumas" esculturas para a [[Inglaterra]], mas o que aconteceu foi o despojamento quase completo do edifício da decoração esculpida que ainda existia. Esse grande grupo de obras é conhecido como os [[Mármores de Elgin]], que até hoje são reivindicados pela Grécia e são motivo de disputa entre as autoridades de ambos os países.<ref>Howland, Richard. [http://www.parthenonuk.com/articles/dest_marbles.pdf ''The Destiny of the Parthenon Marbles'']. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles / Society for the Preservation of Greek Heritage. Washingthon DC, 1999.</ref> No século XX esses Mármores foram submetidos a um processo de restauro inadequado que eliminou o remanescente de sua policromia e sua [[pátina]],<ref>Lorenzi, Rossella. [http://www.parthenonuk.com/DynaLink/ID/37/newsdetail.php ''Elgin Marbles Dispute takes New Twist'']. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles. 3 december 2004</ref> e hoje as peças que ainda permanecem ''in situ'' estão ameaçadas pela [[poluição]] atmosférica e a [[chuva ácida]], e há quem cogite de removê-las definitivamente para um museu e substituí-las por réplicas, a fim de poderem ser preservadas.<ref>Papakonstantinou, E. et alii. [http://cipa.icomos.org/fileadmin/papers/Athens2007/FP111.pdf ''The Surface Conservation Project of the Acropolis Monuments: Studies and Interventions'']. XXI International CIPA Symposium, 01-06 October 2007, Athens</ref>
 
No início do {{séc|XIX}} [[Thomas Bruce]], 7º Lorde Elgin, diplomata inglês creditado junto ao governo grego, solicitou e obteve autorização para levar "algumas" esculturas para a [[Inglaterra]], mas o que aconteceu foi o despojamento quase completo do edifício da decoração esculpida que ainda existia. Esse grande grupo de obras é conhecido como os [[Mármores de Elgin]], que até hoje são reivindicados pela Grécia e são motivo de disputa entre ambos os países.<ref>Howland, Richard. [http://www.parthenonuk.com/articles/dest_marbles.pdf ''The Destiny of the Parthenon Marbles''] {{Wayback|url=http://www.parthenonuk.com/articles/dest_marbles.pdf |date=20040807135357 }}. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles / Society for the Preservation of Greek Heritage. Washington DC, 1999.</ref> No {{séc|XX}} esses Mármores foram submetidos a um processo de restauro inadequado que eliminou o remanescente de sua policromia e sua [[pátina]],<ref>Lorenzi, Rossella. [http://www.parthenonuk.com/DynaLink/ID/37/newsdetail.php ''Elgin Marbles Dispute takes New Twist''] {{Wayback|url=http://www.parthenonuk.com/DynaLink/ID/37/newsdetail.php |date=20110726211628 }}. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles. 3 december 2004</ref> e hoje as peças que ainda permanecem ''in situ'' estão ameaçadas pela [[poluição]] atmosférica e a [[chuva ácida]]. Já foram feitas propostas de removê-las definitivamente para um museu e substituí-las por réplicas, a fim de poderem ser preservadas.<ref>Papakonstantinou, E. et alii. [http://cipa.icomos.org/fileadmin/papers/Athens2007/FP111.pdf ''The Surface Conservation Project of the Acropolis Monuments: Studies and Interventions''] {{Webarchive|url=https://wayback.archive-it.org/all/20081003065234/http://cipa.icomos.org/fileadmin/papers/Athens2007/FP111.pdf |date=2008-10-03 }}. XXI International CIPA Symposium, 01-06 October 2007, Athens</ref>
[[Imagem:Athena Varvakeion - MANA - Fidias.jpg|thumb|esquerda|150px|''Athena Varvakeion'', cópia da Atena Partenos]]
[[Imagem:Musei capitolini (Roma) - Amazzone 1.jpg|thumb|esquerda|150px|''Amazona ferida'', cópia romana bastante restaurada. A cabeça pode ser cópia de um original de Policleto]]
 
=== Atena Partenos ===
{{AP|Atena Partenos}}
A estátua de Atena instalada no Partenon, chamada [[Atena Partenos]] ("Atena virgem"), foi a segunda grande composição isolada de Fídias, iniciada em torno de 447 a.C. e completa cerca de 438 a.C. Segundo uma antiga tradição, cuja origem é incerta, os atenienses estabeleceram um concurso para a elaboração da imagem, participando [[Alcamenes]] e Fídias. Alcamenes fez seu esboço com grande beleza e arte, mas Fídias, considerando que a estátua final deveria ter grandes dimensões e ser vista de baixo para cima, empregou distorções na proporção. Quando os projetos foram apresentados ao público Fídias esteve a ponto de ser apedrejado pela multidão, indignada com o que lhe pareceu um sacrilégio, até que ambos os modelos foram colocados em um alto pedestal. Então as graças do esboço de Alcamenes se tornaram disformes e a deformidade da concepção de Fídias apareceu com um aspecto natural e harmonioso, demonstrando seu entendimento das leis da [[óptica]] e do [[escorço]].<ref>Van Fraassen, Bas. [http://books.google.com/books?id=ndVp_x74TZcC&pg=PA12&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA12,M1 ''Scientific Representation'']. Oxford University Press, 2008. pp. 12-13</ref> Pausânias relatou que ela fora realizada em marfim e ouro sobre um núcleo de madeira, e concebida estando em pé. Na mão direita segurava uma imagem de [[Nice (mitologia)|Nice]], a Vitória, e com a outra empunhava uma lança, ao lado da qual, junto ao chão, havia um escudo e uma serpente que representava [[Erictónio de Atenas|Erictônio]]. Tinha um elmo ricamente decorado, coroado por uma [[esfinge]] ladeada de [[grifo]]s. Sua túnica chegava-lhe aos pés e no peito estava um medalhão com a face da [[Medusa (mitologia)|Medusa]]. No pedestal, um relevo contando a história do nascimento de [[Pandora]]. Plínio a descreveu como tendo 26 cúbitos de altura, cerca de 12 m, e que no escudo haviam sido esculpidos relevos mostrando a Amazonomaquia, e sobre suas sandálias, a Centauromaquia.<ref>In Pollitt, Jerome (1990). [http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA56,M1 ''The art of ancient Greece'']. Cambridge University Press, 1990. p. 56</ref>
[[Imagem:Athena Varvakeion - MANA - Fidias.jpg|thumb|''Atena Varvakeion'', cópia da ''Atena Partenos''.]]
 
A estátua de Atena instalada no Partenon, chamada ''Atena Partenos'' ("Atena virgem"), foi a segunda grande composição isolada de Fídias, iniciada em torno de 447 e completa cerca de {{AC|438|x}} Segundo uma antiga tradição, cuja origem é incerta, os atenienses estabeleceram um concurso para a elaboração da imagem, participando [[Alcâmenes (escultor)|Alcâmenes]] e Fídias. Alcâmenes fez seu esboço com grande beleza e arte, mas Fídias, considerando que a estátua final deveria ter grandes dimensões e ser vista de baixo para cima, empregou distorções na proporção. Quando os projetos foram apresentados ao público Fídias esteve a ponto de ser apedrejado pela multidão, indignada com o que lhe pareceu um sacrilégio, até que ambos os modelos foram colocados em um alto pedestal. Então as graças do esboço de Alcâmenes se tornaram disformes e a deformidade da concepção de Fídias apareceu com um aspecto natural e harmonioso, demonstrando seu entendimento das leis da [[óptica]] e do [[escorço]].<ref>Van Fraassen, Bas. [http://books.google.com/books?id=ndVp_x74TZcC&pg=PA12&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA12,M1 ''Scientific Representation'']. Oxford University Press, 2008. pp. 12-13</ref> Pausânias relatou que ela fora realizada em marfim e ouro sobre um núcleo de madeira, e concebida estando em pé. Na mão direita segurava uma imagem de [[Nice (mitologia)|Nice]], a Vitória, e com a outra empunhava uma lança, ao lado da qual, junto ao chão, havia um escudo e uma serpente que representava [[Erictónio de Atenas|Erictônio]]. Tinha um elmo ricamente decorado, coroado por uma [[esfinge]] ladeada de [[grifo]]s. Sua túnica chegava-lhe aos pés e no peito estava um medalhão com a face da [[Medusa (mitologia)|Medusa]]. No pedestal, um relevo contando a história do nascimento de [[Pandora]]. Plínio a descreveu como tendo 26 cúbitos de altura, cerca de 12 m, e que no escudo haviam sido esculpidos relevos mostrando a Amazonomaquia, e sobre suas sandálias, a Centauromaquia.<ref>In Pollitt, Jerome (1990). [http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA56,M1 ''The art of ancient Greece'']. Cambridge University Press, 1990. p. 56</ref>
Danificada pelo fogo em 165 a.C., foi restaurada.<ref>Dinsmoor, W.B. ''The repair of the Athena Parthenos''. American Journal of Archaeology. vol 34., 1934. pp 93-106.</ref> Aparentemente no século V d.C. ainda permanecia em seu templo, mas um relato do século X d.C. diz que estava nesta época em Constantinopla.<ref>Richter, Gisela. ''Sculpture and Sculptors of the Greeks''. Yale University Press, 1950. p. 220</ref> A Atena Partenos foi copiada várias vezes, e é possível ter uma vaga ideia da original através da ''Athena Varvakeion'', do século II d.C., hoje no [[Museu Arqueológico Nacional de Atenas]], uma reprodução muito reduzida, mecânica e de escasso mérito artístico, mas considerada junto com a ''Athena Lenormant'', no mesmo museu, a mais fiel de quantas há.<ref>Robinson, Edward. [http://books.google.com/books?id=1nInphF4pk8C&pg=PA125&dq=Varvakeion&lr=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA72,M1 ''Catalogue of Works of Art Exhibited on the First Floor: Sculpture and Antiquities'']. Boston: Museum of Fine Arts, sd. pp. 72-73</ref> Uma imitação da Partenos em escala menor, mas ainda colossal, foi instalada na cidade de [[Priene]], para adornar o templo local da deusa.<ref>Jenkins, Ian & Morton, Kate. [http://books.google.com/books?id=dLego4eAgZUC&pg=PA79&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA25,M1 ''Greek architecture and its sculpture'']. Harvard University Press, 2006. p. 25</ref> Outras cópias foram executadas sob forma de relevos, moedas e oferendas votivas em miniatura (são conhecidas cerca de 70). Reproduções em escala humana estão no [[Museu do Louvre]],<ref>[http://cartelen.louvre.fr/cartelen/visite?srv=car_not_frame&idNotice=809 ''Athéna armée du type "Athéna Parthénos"'']. Louvre Website</ref> e outra no [[Museu Nacional Romano]] (muito restaurada e alterada). Seu escudo foi preservado em uma cópia romana fragmentária do século III d.C., que se encontra no [[Museu Britânico]],<ref>[http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/gr/f/fragment_of_a_marble_shield.aspx ''Fragment of a marble shield'']. The British Museum website</ref> e outro fragmento de cópia se preserva em [[Patras]].<ref>[http://books.google.com/books?id=gA81kINAI9cC&pg=RA1-PA109&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PRA1-PA264,M1 Neils, Jenifer. p. 264]</ref> Uma reconstrução moderna da ''Athena'' em seu tamanho original foi feita em [[Nashville (Tennessee)|Nashville]] pelo escultor Alan LeQuire, e inaugurada em 1990. O projeto foi orientado pelas respeitadas pesquisadoras de arte grega [[Brunilde Ridgway]] e Evelyn Harrison.<ref>[http://www.nashville.gov/Parthenon/Athena/index.asp Athena'']. Website do Metropolitan Government of Nashville and Davidson County, Tennessee</ref><ref>Tsakirgis, Barbara. [www.apaclassics.org/outreach/amphora/2003/amphora2.1.pdf ''The Nashville Athena: Rebirth of a Goddess'']. In ''Amphora''. American Philological Association. Vol. 2. nº II, primavera de 2003. p. 6</ref>
 
Danificada pelo fogo em {{AC|165|x}}, foi restaurada.<ref>Dinsmoor, W.B. ''The repair of the Athena Parthenos''. American Journal of Archaeology. vol 34., 1934. pp 93-106.</ref> Aparentemente no {{+séc|V}} ainda permanecia em seu templo, mas um relato do {{séc|X}} diz que estava nesta época em Constantinopla.<ref>Richter, Gisela. ''Sculpture and Sculptors of the Greeks''. Yale University Press, 1950. p. 220</ref> A ''Atena Partenos'' foi copiada várias vezes, e é possível ter uma vaga ideia da original através da ''Atena Varvakeion'', do {{+séc|II}}, hoje no [[Museu Arqueológico Nacional de Atenas]], uma reprodução muito reduzida, mecânica e de escasso mérito artístico, mas considerada junto com a ''Atena Lenormant'', no mesmo museu, a mais fiel de quantas há.<ref>Robinson, Edward. [http://books.google.com/books?id=1nInphF4pk8C&pg=PA125&dq=Varvakeion&lr=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA72,M1 ''Catalogue of Works of Art Exhibited on the First Floor: Sculpture and Antiquities'']. Boston: Museum of Fine Arts, sd. pp. 72-73</ref> Uma imitação da Partenos em escala menor, mas ainda colossal, foi instalada na cidade de [[Priene]], para adornar o templo local da deusa.<ref>Jenkins, Ian & Morton, Kate. [http://books.google.com/books?id=dLego4eAgZUC&pg=PA79&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA25,M1 ''Greek architecture and its sculpture'']. Harvard University Press, 2006. p. 25</ref> Outras cópias foram executadas sob forma de relevos, moedas e oferendas votivas em miniatura (são conhecidas cerca de 70). Reproduções em escala humana estão no [[Museu do Louvre]],<ref>[http://cartelen.louvre.fr/cartelen/visite?srv=car_not_frame&idNotice=809 ''Athéna armée du type "Athéna Parthénos"'']. Louvre Website</ref> e outra no [[Museu Nacional Romano]] (muito restaurada e alterada). Seu escudo foi preservado em uma cópia romana fragmentária do {{+séc|III}}, que se encontra no [[Museu Britânico]],<ref>[http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/gr/f/fragment_of_a_marble_shield.aspx ''Fragment of a marble shield'']. The British Museum website</ref> e outro fragmento de cópia se preserva em [[Patras]].<ref>[http://books.google.com/books?id=gA81kINAI9cC&pg=RA1-PA109&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PRA1-PA264,M1 Neils, Jenifer. p. 264]</ref> Uma reconstrução moderna da ''Atena'' em seu tamanho original foi feita em [[Nashville (Tennessee)|Nashville]] pelo escultor Alan LeQuire, e inaugurada em 1990. O projeto foi orientado pelas respeitadas pesquisadoras de arte grega [[Brunilde Ridgway]] e Evelyn Harrison.<ref>[http://www.nashville.gov/Parthenon/Athena/index.asp Athena'']. Website do Metropolitan Government of Nashville and Davidson County, Tennessee</ref><ref>Tsakirgis, Barbara. [www.apaclassics.org/outreach/amphora/2003/amphora2.1.pdf ''The Nashville Athena: Rebirth of a Goddess'']. In ''Amphora''. American Philological Association. Vol. 2. nº II, primavera de 2003. p. 6</ref>
Plutarco disse que a reputação de Fídias e sua ligação com Péricles lhe trouxeram inimigos, que o acusaram de ter sacrilegamente representado a si mesmo nos relevos do escudo da deusa, segurando um retrato de Péricles, e de subtrair parte do ouro reservado para o revestimento da obra; teria sido preso e morto por isso, o que contradiz a evidência de que ele logo depois trabalhou em Olímpia.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA54,M1 In Pollitt, Jerome (1990). p. 53-54]</ref> Desde o século XIX a crítica tem considerado sua culpa improvável; Péricles já o havia defendido em seu tempo, desafiando os acusadores a pesar o ouro, e parece difícil crer, como pensava Charles Waldstein, que o escultor, se tivesse sido realmente considerado um ladrão e um ímpio, fosse mais tarde recebido com honras em [[Olímpia]] para criar uma outra estátua colossal para o templo de [[Zeus]], um dos mais célebres da Grécia Antiga.<ref>[http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA62,M1 Waldstein, Charles. p. 62]</ref> Parece então provável que na impossibilidade de atacar Péricles diretamente, seus inimigos procurassem prejudicar seus associados.<ref>[http://books.google.com/books?id=lKcOAAAAQAAJ&pg=PA107&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA107,M1 Podlecki, Anthony J. p. 107]</ref>
 
Plutarco disse que a reputação de Fídias e sua ligação com Péricles lhe trouxeram inimigos, que o acusaram de ter sacrilegamente representado a si mesmo nos relevos do escudo da deusa, segurando um retrato de Péricles, e de subtrair parte do ouro reservado para o revestimento da obra; teria sido preso e morto por isso, o que contradiz a evidência de que ele logo depois trabalhou em Olímpia.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA54,M1 In Pollitt, Jerome (1990). p. 53-54]</ref> Desde o {{séc|XIX}} a crítica tem considerado sua culpa improvável; Péricles já o havia defendido em seu tempo, desafiando os acusadores a pesar o ouro, e parece difícil crer, como pensava Charles Waldstein, que o escultor, se tivesse sido realmente considerado um ladrão e um ímpio, fosse mais tarde recebido com honras em [[Olímpia]] para criar uma outra estátua colossal para o templo de [[Zeus]], um dos mais célebres da Grécia Antiga.<ref>[http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA62,M1 Waldstein, Charles. p. 62]</ref> Parece então provável que na impossibilidade de atacar Péricles diretamente, seus inimigos procurassem prejudicar seus associados.<ref>[http://books.google.com/books?id=lKcOAAAAQAAJ&pg=PA107&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA107,M1 Podlecki, Anthony J. p. 107]</ref>
 
===Atena Lêmnia===
{{AP|Atena Lêmnia}}
[[File:Lemnia torso05 pushkin.jpg|thumb|Cópia do [[Museu Pushkin]] da ''Atena Lêmnia'' recriada por Furtwängler.]]
 
O original foi criado pouco depois de 451 a.C. por encomenda de colonos gregos estabelecidos na ilha de [[Lemnos]], e foi ereto na Acrópole de Atenas como um ex-voto. Este original foi perdido, mas sobrevivem cabeças e estátuas incompletas romanas em mármore que se acredita serem cópias do original.<ref>Museum of Classical Archaeology Databases. [https://museum.classics.cam.ac.uk/collections/casts/lemnian-athena ''Lemnian Athena'']. University of Cambridge.</ref><ref>[https://webcache.googleusercontent.com/search "Phidias"]. In: ''Encyclopædia Britannica Online'', acesso em 30/09/2020</ref> É possível que Fídias tenha apenas criado um modelo em pequenas dimensões e encarregado a execução da obra final a [[Agorácrito de Paros]].<ref name="Harrison"/>
 
Foi muito louvada na Antiguidade. Pausânias disse que era a mais bela das obras de Fídias,<ref name="Harrison">Harrison, Evelyn B. "Pheidias". In: Palagia, Olga & Pollitt, Jerome J. (eds). ''Personal Styles in Greek Sculpture''. Cambridge University Press, 1996, pp. 16-65</ref> e [[Aristides de Atenas]] afirmou que ela e outras obras do escultor "eram a expressão material de uma maestria técnica insuperável e ofereciam um prazer estético sem igual para o observador".<ref>Bravi, Alessandra. "Ornamenta. monumenta, exempla. Greek images of Gods in the Public Spaces of Constantinople". In: Mylonopoulos, Joannis (ed.). ''Divine Images and Human Imaginations in Ancient Greece and Rome''. Brill, 2010, pp. 289-301</ref> [[Luciano de Samósata|Luciano]] apelidou-a de ''Morphé'' pela sua beleza.<ref>[http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=Zah23ru6oCMC&oi=fnd&pg=PR7&dq=greek+sculpture+classicism+OR+classical+%22sculpture%22&ots=KqpB2C9HGx&sig=948KbBUzYvlJG5AmkfWpArvFe7Q#PPA102,M1 Steiner, Deborah. p. 102]</ref>
 
A ''Lêmnia'' foi ressuscitada em tempos modernos por [[Adolf Furtwängler]] em 1891 a partir do estudo de uma cabeça e três estátuas incompletas de coleções de Dresden e Cassel, e uma cabeça do Museu Arqueológico de Bolonha, reconstruindo uma estátua quase completa.<ref name="Harrison"/><ref name="Walston">Walston, Charles. ''Alcamenes and the Establishment of the Classical Type in Greek Art''. Cambridge University Press, 2014, pp. 166-174</ref> Essa reconstrução tem sido geralmente aceita, mas permanece conjetural.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA63,M1 Pollitt, Jerome. p. 63]</ref>
 
=== Outras obras ===
[[Imagem:Atena Lemnia Bologna 01.jpg|thumb|Cópia romana da cabeça de uma estátua identificada supostamente como a ''Athena Lemnia'']]
 
Outros trabalhos atribuídos a Fídias em sua segunda fase - embora as datações nunca sejam absolutamentemuito seguras e as fontes antigas amiúde sejam enganosas - foram um ''ApolloApolo ParnopiosParnópio'' de bronze para a Acrópole; uma ''AphroditeAfrodite OuraniaUrânia'' para [[Cerâmico (cemitério)|Cerâmico]]; uma estátua da ''Mãe dos Deuses''<ref name="pausanias.1.3.5">[[Pausânias (geógrafo)|Pausânias]],. ''[[Descrição da Grécia]]'', 1.3.5</ref> para Metroo, perto de Cerâmico, representada num trono suportado por leões e com um címbalo na mão; uma ''[[Afrodite]]'' vista por Plínio em Roma; um ''[[Asclépio]]'' em ouro e marfim para [[Epidauro]];<ref>Smith, William. pp. 252-253 [http://books.google.com/books?id=UcwPAAAAYAAJ&pg=PA249&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA252,M1].</ref> uma ''[[Amazonas (mitologia)|Amazona ferida]]'', para o [[Templo de Ártemis|templo]] de [[Ártemis]] em [[Éfeso]], executada em um concurso de que participaram Policleto, [[Fradmon]] e [[Crésilas]]; uma ''Atena'' de bronze; uma ''[[Afrodite]]'' em mármore; um retrato de Péricles; um ''[[Hermes|Hermes Pronau]]'' para [[Tebas (Grécia)|Tebas]]; duas estátuas vestidas e uma nua não identificadas, citadas por Plínio como estando em [[Roma]], e a célebre ''Atena Lêmnia'',.<ref>[http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA68,M1 Waldstein, Charles. p. 68]</ref> que foi altamente apreciada pelos críticos helenistas e romanos como Pausânias e [[Luciano de Samósata|Luciano]], apelidando-a de ''morphé'' pela sua beleza.<ref>[http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=Zah23ru6oCMC&oi=fnd&pg=PR7&dq=greek+sculpture+classicism+OR+classical+%22sculpture%22&ots=KqpB2C9HGx&sig=948KbBUzYvlJG5AmkfWpArvFe7Q#PPA102,M1 Steiner, Deborah. p. 102]</ref> A ''Lêmnia'' foi reconstruída em tempos modernos por [[Adolf Furtwängler]] a partir de uma cabeça conservada em [[Bolonha]] e um torso exibido em [[Dresda]]. Essa reconstrução tem sido geralmente aceita, mas permanece conjetural.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA63,M1 Pollitt, Jerome. p. 63]</ref>
 
== Última fase ==
=== Zeus Olímpico ===
{{AP|[[Estátua de Zeus em Olímpia]]}}
[[Imagem:Le_Jupiter_Olympien_ou_l'art_de_la_sculpture_antique.jpg|thumb|Zeus Olímpico por [[Quatremère de Quincy]] (1815).]][[Imagem:Forngrekiska mynt från Elis med bilder efter Fidias staty av Zeus i Olympias Zeustempel.jpg|220px|thumb|Moeda da época da construção do Zeus, mostrando a imagem da estátua]]
[[Imagem:Zeus Hermitage St. Petersburg 20021009.jpg|thumb|220px|''Zeus do Hermitage'', interpretação livre romana do colosso criado por Fídias. A águia ao seu lado não fazia parte do original]]
[[Imagem:Workshop of Phidias.jpg|thumb|220px|O presumido [[estúdio]] de Fídias em Olímpia]]
Boa parte da fama universal de Fídias deriva da criação da estátua de ''[[Estátua de Zeus em Olímpia|Zeus Olímpico]]'' (''Zeus Olympeios''),<ref>Jenkins, Ian. [http://books.google.com/books?id=t02qLAT21AIC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA21,M1 ''The Parthenon sculptures'']. Harvard University Press, 2007. p. 21</ref> instalada no [[Olímpia#O Templo de Zeus|templo de Zeus]] em Olímpia, completada em torno de {{AC|430 a.C.|x}},<ref name="Phidias">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/455782/Phidias ''Phidias'']. [[Encyclopædia Britannica]] Online. 19 de maio de 2009</ref> e considerada uma das [[sete maravilhas do mundo antigo]]. As descrições antigas contam que a estátua foi concebida em posição sentada, mas suas dimensões exatas não foram transmitidas à posteridade. Diz a tradição que era tão grande que se se levantasse levaria consigo o teto do templo; estima-se hoje que possuísse cerca de 12 m. Era revestida de ouro e marfim e em parte colorida. Trazia uma coroa de louros na cabeça e mão direita carregava uma imagem de Nice coroada e com um ramo nas mãos. Com sua mão esquerda empunhava um cetro feito de vários metais, em cuja extremidade havia uma águia. Sobre seu manto de ouro haviam sido pintadas várias figuras de animais e flores, especialmente lírios. O trono era coberto de incrustações de ouro, marfim, ébano e pedras preciosas, com relevos esculpidos e imagens pintadas. Pausânias relatou que quando Fídias terminou a obra orou a [[Zeus]] pedindo um sinal se ela o havia agradado, e nesse instante um raio ou uma luz penetrou pela abertura do teto do templo e gravou uma marca no piso, que foi coberta com um vaso de bronze.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA61,M1 In Pollitt, Jerome (1990). p. 61]</ref>
 
Um [[epigrama]] antigo fala que um amigo do escultor perguntara a ele de onde havia retirado as proporções para tão majestosa composição, e ele teria dito que se inspirara na descrição de Zeus dada por [[Homero]] em sua ''[[Ilíada]]''. Seus contemporâneos ficaram tão impressionados com o trabalho que se perguntavam se Zeus em pessoa teria se revelado para o mestre, ou se este teria sido levado ao céu para contemplar a imagem da divindade. Figurado no mito em tantas situações onde manifesta um caráter colérico, aqui o deus aparecia benigno e pacífico. [[Arriano]] e Dio[[Dião Crisóstomo]] se admiravam do efeito que ela exercia sobre o espectador, afastando todas as angústias. Ecoando elogios semelhantes em diversas fontes históricas, Dio assim continuou:
 
:: "''Creio que mesmo o homem que se encontra acabrunhado em espírito, que em sua vida bebeu demais da taça da adversidade e da tristeza, e mesmo aqueles que nunca conhecem o doce consolo do sono, penso que mesmo esses, quando se apresentam diante desta estátua, esquecem todos os acidentes cruéis e alarmantes que tumultuam a vida de um homem. Oh, quão feliz foste tu, Fídias, inventando e materializando um espetáculo que é simplesmente livre de cuidados, o antídoto dos vexames, que faz esquecer todo dissabor, e que radiância e charme superabundantes tua arte lhe emprestou!"''.<ref>[http://books.google.com/books?id=M4I5rfFJXOIC&pg=PA317&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA70,M1 In Waldstein, Charles. p. 70]</ref>
 
O destino do ''Zeus'' é controverso. Alguns supõem que ele foi perdido no incêndio em seu templo original em 426 d.C., mas uma tradição bizantina diz que a obra foi carregada para Constantinopla e ali destruída pelo fogo cerca de 50 anos depois.<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/656808/Statue-of-Zeus ''Statue of Zeus'']. Encyclopædia Britannica Online. 20 May. 2009</ref> O estúdio onde havia sido produzida tal maravilha foi preservado pelos cidadãos locais durante muito tempo, e em sua honra foi instituído um cargo de conservador oficial da escultura, para que ela permanecesse limpa e em boas condições.<ref>[http://books.google.com/books?id=DmMDAAAAQAAJ&pg=PA116&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA124,M1 The British Museum. pp. 124-125]</ref> Em 1958 uma equipe de [[arqueólogo]]s alemães escavou as ruínas do que se concluiu ser este estúdio, e nelas foram encontradas ferramentas de escultor, fragmentos de marfim, moldes do que teriam sido partes dos trajes da estátua e uma taça com a inscrição "eu pertenço a Fídias". A datação dos estratos indicou c. {{AC|430 a.C.|x}}, perfeitamente consistente com os relatos sobre a época da criação da escultura monumental.<ref>Price. Martin J. [http://books.google.com/books?id=vGhbJzigPBwC&pg=PA63&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA67,M1 ''The Statue of Zeus at Olympia'']. In Clayton, Peter A. & Price, Martin. ''The seven wonders of the ancient world''. Routledge, 1989. p. 67.</ref>
 
O período que Fídias passou em Olímpia é cercado de outras narrações difamatórias, que alegam ter ele repetido a inscrição de um retrato profano na imagem sagrada - desta vez o de seu ''[[eromenos]]'' PantarkesPantarces entre os relevos do trono - e também o roubo de ouro, e caído em desgraça novamente, mas da mesma forma a crítica moderna não as toma em séria consideração. A duplicação do conteúdo da história, que imita quase literalmente o caso da ''Atena Partenos'', leva por si à desconfiança. Anthony Podlecki, cotejando as fontes, apontou várias inconsistências factuais e falhas na cronologia, se inclinando a ver todo o caso como pura maledicência que, repetida ''ad infinitum'', adquiriu o status de tradição. É de lembrar que nenhuma das elogiosas descrições sobre a estátua, preservadas na literatura antiga, aludem ao fato. Pausânias escreveu que os descendentes do escultor foram honrados com o cargo de conservadores oficiais da estátua, numa linhagem que perdurou até o século {{+séc|II d.C.}} Nada disso parece concordar com a imagem de uma personalidade criminosa e ainda por cima reincidente. Por fim, DioDião Crisóstomo citou que o artista recebera remuneração dos eleatas pelo trabalho - o que não teria acontecido se se tivesse verificado a subtração de ouro - mas de qualquer forma a questão continua em aberto.<ref>[http://books.google.com/books?id=lKcOAAAAQAAJ&pg=PA107&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA104,M1 Podlecki, Anthony J. pp. 104-108]</ref>
 
=== Obras finais e morte ===
Os escritores antigos referem finalmente mais algumas esculturas que Fídias teria feito nesse período derradeiro de sua vida, mas não fica claro se antes ou depois do ''Zeus'': uma ''Atena'' em marfim e ouro para a acrópole de Elis; uma imagem em marfim e ouro de ''Afrodite Urânia'' para Elis, representada com um pé sobre uma tartaruga; e uma estátua de um efebo atando seus cabelos com uma fita, de identidade ignorada, feito para Olímpia, do qual um ''Diadúmeno'' conservado no Museu Britânico pode ser uma cópia.<ref>[http://books.google.com/books?id=XoCNQwkNsLAC&pg=PA55&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA63,M1 Pollitt, Jerome (1990). pp. 63-64]</ref>
 
A forma como Fídias veio a morrer é obscura. Para uns ele foi envenenado, para outros morreu na prisão ou doente, outros ainda dizem que ele voltou a Atenas e foi assassinado pelos seus desafetos depois de ter feito a estátua de Zeus, ou que acabou seus dias tranquilamente em uma casa de campo perto de Olímpia. Nada se sabe com certeza.<ref name="visual-arts-cork.com">[http://www.visual-arts-cork.com/antiquity/greek-sculpture-high-classical-period.htm ''Greek Sculpture: High Classical Period'']. ''Encyclopedia of Irish and World Art''</ref><ref>Tritle, Lawrence A. [http://books.google.com/books?id=BuS7Q0DKpI0C&pg=PA118&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA119,M1 ''The Peloponnesian War'']. Greenwood Publishing Group, 2004. p. 119</ref> É possível que tenha casado e gerado descendência, mas a bibliografia não o menciona. Entretanto Pausânias, como se disse acima, relata que à "posteridade de Fídias" foi conferido o cargo de conservadores da estátua, mas o parentesco pode ter sido colateral.<ref>[http://books.google.com/books?id=lKcOAAAAQAAJ&pg=PA107&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA107,M1 Podlecki, Anthony J. pp. 107-108]</ref><ref>Pausânias. [http://books.google.com/books?id=p6oAAAAAYAAJ&printsec=frontcover&dq=pausanias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA36,M1 ''The Description of Greece'']. V: 14, 4. London: Richard Priestley, 1824. Vol. III, p. 36</ref> Plínio e [[Estrabão]] falaram de um certo pintor [[Paneno]], que teria sido seu sobrinho ou irmão, que o teria auxiliado na execução do ''Zeus'' pintando partes de suas vestes e provendo pinturas para o templo.<ref>[http://books.google.com/books?id=UcwPAAAAYAAJ&pg=PA249&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA107,M1 Smith, William. p. 107]</ref>
 
== Legado ==
[[Imagem:Hermes Logios Altemps Inv8624 n3bb.jpg|thumb|285px|''[[Hermes Ludovisi]]''. Sua atribuição a Fídias é tradicional mas não completamente assegurada. Cópia romana do século {{séc|I.}}]]
Fídias foi o fundador de uma escola de grande influência, e discípulos e artistas próximos de seu círculo como [[Briáxis]], [[AlcamenesAlcâmenes (escultor)|Alcâmenes]], [[Crésilas]] e [[Agorácrito]] levaram adiante seus ideais, que influenciaram também pintores de vasos como o [[Pintor de Aquiles]]. Sua ''Atena Partenos'' e seu ''Zeus Olímpico'' estabeleceram novos padrões para a representação da divindade, padrões que até para os helenistas e romanos foram o produto da intuição espiritual de um grande sábio.<ref name="Pollitt, Jerome 1972. p. 100">[http://books.google.com/books?id=CadI9xzUaZwC&pg=PA90&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA100,M1 Pollitt, Jerome (1972). p. 100]</ref> Ele vem sendo celebrado desde enquanto era vivo, e ao longo da história inúmeros escritores têm reiterado sua admiração pela sua obra. Platão o citou ao lado de Homero como uma figura exemplar,<ref>[http://books.google.com/books?id=DmMDAAAAQAAJ&pg=PA116&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA126,M1 The British Museum, p. 126]</ref> Plínio falou dele em altos termos,<ref>Plínio. [http://books.google.com/books?id=IEoMAAAAIAAJ&pg=PA310&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA171,M1 ''The Natural History'']. London: Henry Bohn, 1857. XIX, p. 179</ref> e [[Cícero]] disse que ele havia sido o autor das obras mais perfeitas que jamais se havia visto,<ref>Emison, Patricia A. [http://books.google.com/books?id=1EofecqX_vsC&pg=PA122&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Creating the "divine" artist'']. Brill, 2004. p. 122</ref> criando suas obras sem imitar a natureza e formulando sua própria concepção ideal de beleza, sobre a qual matinha fixa sua atenção e que se tornara seu modelo e sua regra, dirigindo seu desenho e sua mão.<ref>[http://books.google.com/books?id=DmMDAAAAQAAJ&pg=PA116&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA117,M1 The British Museum. p. 117]</ref> [[Quintiliano]] opinou que suas obras faziam justiça à majestade dos deuses, e que o seu ''Zeus'' havia acrescentando um dado adicional à religião recebida,<ref name="Pollitt, Jerome 1972. p. 100"/> e DioDião Crisóstomo no século {{+séc|I d.C.}} compôs um célebre diálogo imaginário onde Fídias defendia sua escolha da forma humana para a representação das divindades, particularmente tratando da imagem do ''Zeus Olímpico'', expondo ideias que ilustravam as concepções da época a respeito da [[mímese]] e possivelmente espelhando o pensamento do Fídias real, num período em que as criações originais do artista ainda estavam acessíveis ao público e continuavam a ser apreciadas. No diálogo o escultor dizia que uma forma humana idealizada, exaltada, era útil para elevar os espíritos daqueles que não podiam por si mesmos imaginar o verdadeiro objeto de sua veneração.<ref>[http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=Zah23ru6oCMC&oi=fnd&pg=PR7&dq=greek+sculpture+classicism+OR+classical+%22sculpture%22&ots=KqpB2C9HGx&sig=948KbBUzYvlJG5AmkfWpArvFe7Q#PPA124,M1 Steiner, Deborah. p. 124]</ref> Curiosamente, esse seu prestígio entre os antigos derivava antes de suas obras colossais, com rara menção aos mármores do Partenon, um templo que, a dar conta das referências disponíveis, parece nunca ter sido especialmente prezado na Antiguidade salvo pelos próprios atenienses.<ref>[http://books.google.com/books?id=t02qLAT21AIC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA19,M1 Jenkins, Ian. pp. 19-20]</ref>
 
Durante o [[Renascimento]] os textos clássicos voltaram a circular e uma apreciação entusiasmada por tudo o que se referia à Antiguidade deu o tom a todo o período. Em 1426 o insigne [[antiquário]] e [[humanista]] italiano [[Ciríaco de Ancona]] visitou o Partenon e descreveu suas esculturas como ''"imagens nobilíssimas"'',<ref>Neils, Jenifer (2005 B). [http://books.google.com/books?id=gA81kINAI9cC&pg=RA1-PA109&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PRA1-PA199,M1 ''"With noblest images on all sides": The Ionic Frieze on the Parthenon'']. In Neils, Jenifer. ''Parthenon: from antiquity to the present''. Cambridge University Press, 2005. pp. 1-5</ref> e [[Vasari]] o elogiou demonstrando possuir bastante informação de fontes antigas.<ref>Vasari, Giorgio. [http://books.google.com/books?id=MuVPsV5XsRoC&pg=PR271&dq=fidia&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPR271,M1 ''Opere'']. CCLXXI. BiblioBazaar, LLC. Reedição de 2008</ref> Seu prestígio aparentemente continuava intocado, a julgar pela apreciação de [[Torquato Tasso]], dizendo que nem o tempo nem a mudança dos costumes puderam empanar sua dignidade, que ele permanecia como um exemplo a ser seguido e que suas obras superavam a natureza e pareciam ainda tão belas como eram na época em que foram criadas.<ref>Ferrazzi, Jacopo. [http://books.google.com/books?id=sGDa2xW3iKMC&pg=PA436&dq=fidia&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Torquato Tasso: studi biografici-critici-bibliografici'']. Ayer Publishing, 1880. p. 436</ref><ref>Behler, Ernst. ''The Force of Classical Greece in the Formation of Romantic Age in Germany''. In Thomas, Carol G. (ed). ''Paths from Ancient Greece.'' Brill, 1988. pp. 118-119</ref> No [[Barroco]] ele continuou sendo uma referência importante, [[Bernini]] foi comparado a ele,<ref>Correa, Antonio Bonet. [http://books.google.com/books?id=3dwmjznNFgkC&pg=PA244&dq=fidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA244,M1 ''Bernini y el arte barroco en España'']. In Grell, Chantal & Stanić, Milovan. ''Le Bernin et l'Europe: du baroque triomphant à l'âge romantique''. Presses Paris Sorbonne, 2002. p. 224</ref> e o [[poeta]] espanhol [[Fernando de Herrera]] aconselhou aos seus confrades seguirem o exemplo do escultor, concebendo primeiro uma ideia ''"maravilhosíssima de formosura"'', a qual deveriam tentar depois transcrever da forma mais bela e excelente.<ref>Cuevas, Cristóbal. [http://books.google.com/books?id=kzwlSSz-otgC&pg=PA159&dq=fidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Teoría del lenguaje poético em las "Anotaciones" de Herrera'']. In Grupo de Investigación P.A.S.O (org). ''Las "anotaciones" de Fernando de Herrera: doce estudios''. Universidad de Sevilla, 1997. p. 159</ref>
 
No século {{séc|XIX}}, quando os [[Mármores de Elgin]], peças originais que faziam parte da decoração do Partenon, chegaram a [[Londres]], em 1806, foram saudados como uma revelação artística, obrigando a uma revisão na metodologia de ensino da escultura mantida pela [[Royal Academy]], que ensinava desenho a partir da cópia de cópias de obras romanas, e estabelecendo um aceso debate sobre as funções sociais da arte. Também inspiraram uma renovação no [[Neoclassicismo]] inglês, além de serem usados como fulcro de uma propaganda estatal que associava a [[Grã Bretanha]] à democracia ateniense, em oposição ao imperialismo da [[França]] napoleônica, que havia saqueado a Itália e levado muitas obras de escultura para [[Paris]], tornando-a, como se disse, uma nova [[Roma]]. Quando [[Napoleão Bonaparte|Napoleão]] foi derrotado em [[Batalha de Waterloo|Waterloo]] em 1815, o evento foi comparado pelos ingleses à derrota persa em Plateias, e logo em seguida os patriotas britânicos fizeram uma moção para que se adquirisse os mármores para o Estado, o que acabou acontecendo, estando eles hoje no [[Museu Britânico]].<ref>[http://books.google.com/books?id=t02qLAT21AIC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA15,M1 Jenkins, Ian. pp. 15-16]</ref> [[Canova]], o maior mestre do Neoclassicismo, os viu na capital inglesa, e declarou que eram superiores a todas as outras relíquias de arte antiga preservadas na [[Itália]].<ref>Cleghorn, George. [http://books.google.com/books?id=XocVAAAAYAAJ&pg=PA237&dq=fidia&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''Ancient and Modern Art, Historical and Critical'']. Edinburgh and London: William Blackwood and Sons, 1848. p. 237</ref> Desde então estas obras foram objeto de efusivo elogio, tão grande que chegou perto do culto, como se tornou manifesto no discurso de 1849 de Charles Newton, do Departamento de Antiguidades do Museu Britânico, diante da Oxford Art Society: ''"Fazei das esculturas de Fídias os vossos amigos íntimos, vivei com elas, comungai com elas, familiarizai-vos com cada dobra nas vestes, com cada mudança na curva dos músculos…"''.<ref name="Jenkins, Ian. p. 17">[http://books.google.com/books?id=t02qLAT21AIC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA17,M1 Jenkins, Ian. p. 17]</ref> Um entusiasmo semelhante animou
[[Oswald Spengler]], em sua obra ''O Declínio do Ocidente'' (1918-1923), a comparar Fídias a outros mestres supremos da arte universal como [[Bach]], [[Mozart]] e [[Haendel]], dizendo, romanticamente, que para ele ''"o mármore é o material cósmico que implora por ganhar forma"'',<ref>Spengler, Oswald. [http://books.google.com/books?id=jYjYLoGSsQgC&pg=PA144&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA145,M1 ''The decline of the West'']. Oxford University Press US, 1918/1923 - 1991. pp. 145-146</ref> e que ele representa um dos ápices do Classicismo maduro,<ref>[http://books.google.com/books?id=jYjYLoGSsQgC&pg=PA144&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA34,M1 Spengler, p. 34]</ref> encerrado com o seu desaparecimento.<ref>[http://books.google.com/books?id=jYjYLoGSsQgC&pg=PA144&dq=phidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA58,M1 Spengler, p. 58]</ref> Entretanto, com a hegemonia do [[Modernismo]] na primeira metade do século {{séc|XX}}, e com o impacto das Guerras Mundiais, a cultura inspirada no Classicismo idealista entrou em relativo declínio, e os críticos já não se sentiam inclinados a subscrever critérios absolutos de valor, nem a privilegiar uma cultura sobre as outras, em favor de uma visão mais cosmopolita e democrática. Destarte, a escultura clássica deixou de ser considerada ''A'' maior realização da escultura de todos os tempos, mas ainda continuava a ser vista como uma conquista altamente admirável.<ref name="Jenkins, Ian. p. 17"/>
 
Mais recentemente a crítica têm reafirmado sua importância vendo nele um talento superior e uma figura central, junto com [[Policleto]], para a consolidação da [[escultura do Classicismo grego]], a qual em vários momentos da história da escultura do ocidente foi considerada um padrão insuperável para o julgamento estético.<ref>Agard, Walter Raymond. [http://books.google.com/books?id=HdUbSggOeoQC&pg=PA35&dq=sculpture+classicism&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR ''The Greek Tradition in Sculpture'']. Ayer Publishing, 1979. p. 35</ref><ref>Whitley, James. [http://books.google.es/books?hl=pt-BR&lr=&id=njOKqvpRrh4C&oi=fnd&pg=PR16&dq=greece+%22classical+sculpture%22&ots=OwSOFW_xQp&sig=wNRx-uohxPqkLCuSMSbojPDq-Xk#PPA269,M1 ''The archaeology of ancient Greece'']. Cambridge University Press, 2001. p. 269</ref> Fídias tem continuado a atrair apreciadores. Ian Jenkins diz que as esculturas do Partenon, mais do que uma grande conquista da arte e um retrato da vida da Atenas do século {{-séc|V a.C.}}, são uma imagem da própria cultura do ocidente e uma visão transcendente de uma sociedade humanista ideal;<ref>[http://books.google.com/books?id=t02qLAT21AIC&printsec=frontcover&dq=parthenon&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA11,M1 Jenkins, Ian. pp. 11-12]</ref> Carlos Acevedo atribui às peças do Partenon uma beleza imponderável;<ref>Acevedo, Carlos Alvear. [http://books.google.com/books?id=XxRqfkPJO-cC&pg=PA87&dq=fidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA87,M1 ''Introduccion a la historia del arte'']. Editorial Limusa, 2004. p. 87</ref> [[Jerome Pollitt]] o chama de grande e considera sua arte imbuída de um ''ethos'' nobre;<ref>[http://books.google.com/books?id=CadI9xzUaZwC&pg=PA83&dq=pheidias&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA63,M1 Pollitt, Jerome (1972). p. 63]</ref> e Monica de Cesare vê em sua realização um resgate do sentido do maravilhoso e do mágico que estava ameaçado pelo crescente racionalismo do século {{-séc|V a.C..}}<ref>De Cesare, Monica. [http://books.google.com/books?id=KFC1qXsoSZkC&pg=PA89&dq=fidia&lr=&as_drrb_is=q&as_minm_is=0&as_miny_is=&as_maxm_is=0&as_maxy_is=&as_brr=3&as_pt=ALLTYPES&hl=pt-BR#PPA91,M1 ''Le statue in immagine: studi sulle raffigurazioni di statue nella pittura vascolare greca'']. L'Erma di Bretschneider, 1997. pp. 91-92</ref>
 
== Outras imagens ==
<gallery class="center">
Imagem:South metope 27 Parthenon BM.jpg|Métope 27 sul: cena da ''Centauromaquia''.
<gallery>
Imagem:Lemnia torso01 pushkin.jpg|Cópia moderna da ''Atena Lemnia'' na reconstrução de Furtwängler.
Imagem:South metope 27 Parthenon BM.jpg|Métope 27 sul: cena da ''Centauromaquia''
Imagem:Musei capitolini (Roma) - Amazzone 1.jpg|''Amazona ferida'', cópia romana bastante restaurada. A cabeça pode ser cópia de um original de Policleto.
Imagem:Lemnia torso01 pushkin.jpg|Cópia moderna da ''Athena Lemnia'' na reconstrução de Furtwängler
Imagem:Athena Parthenos Louvre Ma91.jpg|Cópia romana da ''Atena Partenos''.
Imagem:Tibro apollo pushkin.jpg|''Apolo do Tibre'', cópia moderna .
</gallery>
</center>
 
== {{Ver também}} ==
{{commonscat|Phidias}}
* [[Aretê]]
Linha 129 ⟶ 149:
* [[Ética]]
 
== {{Referências ==}}
<div class="reflist4" style="height: 220px; overflow: auto; padding: 3px" >
{{reflist|2}}
</div>
 
== {{Bibliografia}}Ligações externas ==
{{refbegin}}
* Acevedo, Carlos Alvear. ''Introduccion a la historia del arte''. Editorial Limusa, 2004
* Agard, Walter Raymond. ''The Greek Tradition in Sculpture''. Ayer Publishing, 1979
* Argullol, Rafael. ''Tres miradas sobre el arte''. Icaria Editorial, 1985
* British Museum, The. ''Elgin and Phigaleian Marbles''. The British Museum. London: Charles Knight, 1833
* Castriota, David. ''Myth, Ethos, and Actuality: Official Art in Fifth-Century B.C. Athens''. University of Wisconsin Press, 1992
* Cleghorn, George. ''Ancient and Modern Art, Historical and Critical''. Edinburgh and London: William Blackwood and Sons, 1848
* Correa, Antonio Bonet. ''Bernini y el arte barroco en España''. In Grell, Chantal & Stanić, Milovan. ''Le Bernin et l'Europe: du baroque triomphant à l'âge romantique''. Presses Paris Sorbonne, 2002
* Cuevas, Cristóbal. ''Teoría del lenguaje poético em las "Anotaciones" de Herrera''. In Grupo de Investigación P.A.S.O (org). ''Las "anotaciones" de Fernando de Herrera: doce estudios''. Universidad de Sevilla, 1997
* De Cesare, Monica. ''Le statue in immagine: studi sulle raffigurazioni di statue nella pittura vascolare greca''. L'Erma di Bretschneider, 1997
* Emison, Patricia A. ''Creating the "divine" artist''. Brill, 2004
* Ferrazzi, Jacopo. ''Torquato Tasso: studi biografici-critici-bibliografici''. Ayer Publishing, 1880
* Hemingway, Colette & Hemingway, Seán. ''The Art of Classical Greece (ca. 480–323 B.C.).'' In Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, January 2008
* Howland, Richard. ''The Destiny of the Parthenon Marbles''. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles / Society for the Preservation of Greek Heritage. Washingthon DC, 1999
* Hurwit, Jeffrey (2005). ''The Parthenon and the Temple of Zeus at Oplympia''. In Barringer, Judith M. & Hurwit, Jeffrey M. ''Periklean Athens and its legacy: problems and perspectives''. University of Texas Press, 2005
* Hurwit, Jeffrey (1999). ''The Athenian Acropolis: history, mythology, and archaeology from the Neolithic era to the present''. CUP Archive, 1999
* Jenkins, Ian. ''The Parthenon sculptures''. Harvard University Press, 2007
* Lorenzi, Rossella. ''Elgin Marbles Dispute takes New Twist''. British Committee for the Restitution of the Parthenon Marbles. 3 december 2004
* Lundgreen, Birte. ''A Methodological Enquiry: The Great Bronze Athena by Pheidias''. The Journal of Hellenic Studies 117, 1997.
* Neils, Jenifer (2005 A). ''Introduction: A Classical Icon''. In Neils, Jenifer. ''Parthenon: from antiquity to the present''. Cambridge University Press, 2005
* Neils, Jenifer (2005 B).'' "With noblest images on all sides": The Ionic Frieze on the Parthenon''. In Neils, Jenifer. ''Parthenon: from antiquity to the present''. Cambridge University Press, 2005
* Palagia, Olga. ''The pediments of the Parthenon''. Brill, 1998
* Papakonstantinou, E. et alii. ''The Surface Conservation Project of the Acropolis Monuments: Studies and Interventions''. XXI International CIPA Symposium, 01-06 October 2007, Athens
* Paris, Pedro. ''La escultura antigua''. Madrid: La España Editorial, 1886
* Pausânias. ''The Description of Greece''. London: Richard Priestley, 1824. Vol. III
* Plínio. ''The Natural History''. London: Henry Bohn, 1857
* Podlecki, Anthony J. Perikles and his circle. Routledge, 1998
* Pollitt, Jerome (1990). ''The art of ancient Greece''. Cambridge University Press, 1990
* Pollitt, Jerome (1972). ''Art and experience in classical Greece''. Cambridge University Press, 1972
* Price. Martin J. ''The Statue of Zeus at Olympia''. In Clayton, Peter A. & Price, Martin. ''The seven wonders of the ancient world''. Routledge, 1989
* Robinson, Edward. ''Catalogue of Works of Art Exhibited on the First Floor: Sculpture and Antiquities''. Boston: Museum of Fine Arts, sd.
* Schwab, Katherine. ''Celebrations of Victory: The Metopes of the Parthenon''. In Neils, Jenifer. ''The Parthenon: from antiquity to the present‎''. Cambridge University Press, 2005
* Smith, William. ''Dictionary of Greek and Roman biography and mythology''. Boston: Little, Brown & Co., 1850
* Spengler, Oswald. ''The decline of the West''. Oxford University Press US, 1918/1923 - 1991
* Steiner, Deborah. ''Images in mind: Statues in Archaic and Classical Greek Literature and Thought'''. Princeton University Press, 2001
* Tritle, Lawrence A. ''The Peloponnesian War''. Greenwood Publishing Group, 2004
* Van Fraassen, Bas. ''Scientific Representation''. Oxford University Press, 2008
* Vasari, Giorgio. ''Opere''. CCLXXI. BiblioBazaar, LLC. Reedição de 2008
* Waldstein, Charles. ''Essays on the Art of Pheidias''. Kessinger Publishing, 1885-2005
* Whitley, James. ''The archaeology of ancient Greece''. Cambridge University Press, 2001
{{refend}}
 
== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.enotes.com/oxford-art-encyclopedia/phidias ''Phidias'']. The Oxford Dictionary of Art.
* [http://www.britannica.com/EBchecked/topic/455782/Phidias ''Phidias'']. Encyclopædia Britannica Online.
{{biografias}}
 
{{artigo destacado}}
 
{{Controle de autoridade}}
{{Portal3|Biografias}}
 
{{DEFAULTSORT:Fidias}}