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|nome = Robert Bresson
|ocupação = [[Director]], [[roteirista]], [[artista plástico]], [[filósofo]]
|imagem =Article00 largeFile:Robert Bresson.jpgpng
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|descrição = Bresson {{circa}} 1960
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|nascimento_data = {{dni|25|09|1901|si}}<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2212199906.htm|data=Quarta-feira, [[22 de dezembro]] de [[1999 no cinema|1999]]|obra=Agências internacionais|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|título=Morre Robert Bresson, o moralista do cinema|acessodata=[[7 de Fevereiro]] de [[2015]]}}</ref>
|nascimento_local = [[Bromont-Lamothe]], [[França]]
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|atividade = [[1934]] {{--}} [[1983]]
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|veneza ='''[[Leão de Ouro|Prémio de Honra - Leão de Ouro]]'''<br />1989
}}
'''Robert Bresson''' ([[Bromont-Lamothe]], [[25 de setembro]] de [[1901]] [[Paris]], [[18 de dezembro]] de [[1999]])<ref>{{citar web|url=http://www.lesgensducinema.com/affiche_acteur.php?mots=bresson&nom_acteur=BRESSON%20Robert&ident=7216&debut=0&record=0&from=ok|título=Robert Bresson|data= 28 de julho de 2004|website=Les Gens du Cinéma|acessodata=19 de fevereiro de 2014|língua=fr}}</ref> foi um [[diretor de cinema]] [[FrançaFranceses|francês]]. BressonConhecido épor consideradosua umabordagem dosascética, Bresson contribuiu notavelmente maiorespara cineastasa francesesarte do [[séculocinema; XX]]seus atores não profissionais, as elipses e umo dosuso grandesescasso mestrede dopontuação movimentolevaram seus trabalhos a serem considerados como exemplos proeminentes de filmes [[Minimalismo|minimalistaminimalistas]].
 
Bresson está entre os cineastas franceses mais conceituados de todos os tempos.<ref name="bfi.org.uk">{{citar web|url=http://old.bfi.org.uk/sightandsound/feature/49407|título=BFI - Sight & Sound - Robert Bresson: Alias Grace|primeiro =The British Film|último =Institute|website=old.bfi.org.uk|acessodata=9 de agosto de 2018}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.theyshootpictures.com/gf1000_top250directors.htm |título=The 1,000 Greatest Films (Top 250 Directors) |publicado=They Shoot Pictures, Don't They |acessodata=25 de junho de 2016}}</ref> Seus trabalhos ''[[Un condamné à mort s'est échappé]]'' (1956),<ref>{{citar web|url=http://www.bfi.org.uk/films-tv-people/4ce2b6a7da289/sightandsoundpoll2012 |título=Votes for A Man Escaped (1956) |publicado=British Film Institute |acessodata=27 de janeiro de 2017}}</ref> ''[[Pickpocket]]'' (1959)<ref>{{citar web|url=http://www.bfi.org.uk/films-tv-people/sightandsoundpoll2012/critics |título=Critics' Top 100 |publicado=British Film Institute |acessodata=23 de janeiro de 2018}}</ref> e ''[[Au hasard Balthazar]]'' (1966)<ref>{{citar web|url=http://www.bfi.org.uk/films-tv-people/4ce2b6a44b82c/sightandsoundpoll2012 |título=Votes for Au hasard Balthazar (1966) |publicado=British Film Institute |acessodata=27 de janeiro de 2017}}</ref> foram classificados entre os 100 maiores filmes já feitos na pesquisa de opinião de 2012 da ''[[Sight & Sound]]''. Outros filmes dele, como ''[[Mouchette]]'' (1967) e ''[[L'Argent]]'' (1983), também receberam muitos votos.<ref>{{citar web|url=http://www.bfi.org.uk/films-tv-people/4ce2ba12d2612 |título=Robert Bresson |publicado=British Film Institute |acessodata=27 de janeiro de 2017}}</ref> [[Jean-Luc Godard]] escreveu uma vez: "Ele é o [[cinema francês]], pois [[Dostoiévski]] é o romance russo e [[Mozart]] é a música alemã [sic]".<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com.tw/books?id=CWgcAQAAIAAJ&source=gbs_book_other_versions|título=Godard on Godard; critical writings|último =Godard|primeiro =Jean-Luc|data=1972-06-27|publicado=Viking Press|ano=|isbn=|local=|páginas=47|língua=en|títulotrad=This comment on Bresson was taken from a special issue of Cahiers du Cinéma}}</ref>
==Biografia==
Graduado em [[artes plásticas]] e [[filosofia]], Robert Bresson tentou a carreira como [[pintor]] antes de se tornar [[roteirista]]. Mas foi o cinema que Bresson resolveu seguir. Seu primeiro trabalho foi o média metragem ''[[Les affaires publiques]]'', de [[1934]]. No início da [[Segunda Guerra Mundial]], Bresson foi enviado como [[prisioneiro de guerra]] a um [[campo de concentração]] [[na Alemanha|alemão]], onde ficou preso por mais de um ano. O cineasta definia o cinema como "um movimento interior". "A incomunicação está por trás de tudo o que faço".
 
== Biografia ==
Em 1943, ele produziu o seu primeiro [[longa-metragem]], ''[[Les anges du péché]]''. Em seguida, adaptou a obra ''[[Jacques le fataliste et son maître|Jacques le fataliste]]'', de [[Denis Diderot]], que serviu de inspiração para seu filme ''[[Les dames du Bois de Boulogne]]'', em 1945, com roteiro de [[Jean Cocteau]].
Graduado em [[artes plásticas]] e [[filosofia]], Robert Bresson tentou a carreira como [[pintor]] antes de se tornar [[roteirista]]. Mas foi o cinema que Bresson resolveu seguir. Seu primeiro trabalho foi oa média metragem ''[[Les affaires publiques]]'', de [[1934]]. No início da [[Segunda Guerra Mundial]], Bresson foi enviado como [[prisioneiro de guerra]] a um [[campo de concentração]] [[na Alemanha|alemão]], onde ficou preso por mais de um ano. O cineasta definia o cinema como "um movimento interior". "A incomunicação está por trás de tudo o que faço".
 
Em 1943, ele produziu o seu primeiro [[longa-metragem]], ''[[Les anges du péché]]''. Em seguida, adaptou a obra ''[[Jacques le fataliste et son maître|Jacques le fataliste]]'', de [[Denis Diderot]], que serviu de inspiração para seu filme ''[[Les dames du Bois de Boulogne]]'', em 1945, com roteiro de [[Jean Cocteau]].
 
A partir de ''[[Le journal d'un curé de campagne|O diário de um padre]]'', de 1950, surge o estilo minimalista no cinema bressoniano, que passou a caracterizar as obras seguintes do diretor. Bresson passou a ser conhecido como o "[[Jansênio|jansenista]]" do cinema francês.
 
Em 1975, Bresson publicou o clássico ''Notes sur le cinématographe'' (''Notas sobre o Cinematógrafo'', na edição portuguesa, trad. [[Pedro Mexia]]), uma coletânea de anotações e aforismos próprios, aos quais o diretor defende seus pontos de vista sobre a "sétima arte". Para se ter uma idéiaideia da importância desta obra para o cinema, o livro de Bresson inspirou o movimento [[Dogma 95]], dos [[Dinamarca|dinamarqueses]] [[Lars Von Trier]] e [[Thomas Vinterberg]].
 
Em 1995, o cineasta recebeu o prêmio ''René Clair'', da [[Académie française|Academia Francesa]], pelo conjunto de sua obra cinematográfica. Robert Bresson faleceu aos 98 anos, de causas naturais.
 
== Temática de suas obras ==
O foco artístico de Bresson, sempre foi o de não separar a linguagem do cinema da linguagem do teatro, o que constantemente pesava sobre a performance dos atores durante as gravações. Com sua técnica do "ator-modelo", seus atores eram submetidos a múltiplas repetições das mesmas cenas, até que todos os sentimentos para a performance viessem à tona, deixando um registro de efeito tanto súbito quando natural. Isso, assim como todo o restante da obra de Robert Bresson, teria uma grande influência no Cinema [[Minimalismo|Minimalista]]. Shmuel Bem-gad, na revista acadêmica [[wikipedia:CrossCurrents|CrossCurrents]], disse o seguinte:<blockquote>Há uma credibilidade nos atores de Bresson: Ele são como as pessoas normais que encontramos em nossas vidas, criaturas mais ou menos opacas, que falam, se movem, gesticula. Atuar, por outro lado, não importa o quão natural seja, sempre deforma – ou inventa – colocando uma espécie de barreia ou filtro sobre a pessoa, apresentando somente uma simplificação do ser humano e não permitindo que a câmera capture as profundezas do ator. Dessa forma, o que Bresson vê como a essência da arte da filmagem, o arquivamento da transformação criativa envolvida em todas as formas de arte, através da interação de imagens reais, é destruída pela ato de atuação. Para Bresson, portanto, atuar, assim como as músicas animadas e um expressivo trabalho de câmera, é apenas mais uma maneira de deformar a realidade ou reinventar algo que deveria ser evitado.<ref>{{citar web|url=http://www.crosscurrents.org/bresson.htm|titulo=TO SEE THE WORLD PROFOUNDLY: THE FILMS OF ROBERT BRESSON|data=1997|acessodata=19/10/2017|publicado=CrossCurrents|ultimo=BEN-GAD|primeiro=Shmuel}}</ref></blockquote>O crítico de cinema, [[Roger Ebert]], escreveu que o estilo de direção de Bresson resulta em filmes "de grande paixão: porque os atores não atuam com emoção, o que possibilita à audiência internaliza-la".<ref>{{Citar web|url=http://www.rogerebert.com/interviews/robert-bresson-was-master-of-understatement|titulo=Robert Bresson was master of understatement {{!}} Interviews {{!}} Roger Ebert|acessodata=2017-10-19|obra=www.rogerebert.com|ultimo=Ebert|primeiro=Roger|lingua=en}}</ref> Alguns dizem que o catolicismo de Bresson, perpassa toda a temática estrutural de seus filmes.<ref>{{citar livro|título=Robert Bresson|ultimo=QUANDT|primeiro=James|editora=Indiana University Press|ano=1998|local=Bloomington, IN|páginas= 9|acessodata=}}</ref>
 
{{quote|Há uma credibilidade nos atores de Bresson: Ele são como as pessoas normais que encontramos em nossas vidas, criaturas mais ou menos opacas, que falam, se movem, gesticula. Atuar, por outro lado, não importa o quão natural seja, sempre deforma – ou inventa – colocando uma espécie de barreia ou filtro sobre a pessoa, apresentando somente uma simplificação do ser humano e não permitindo que a câmera capture as profundezas do ator. Dessa forma, o que Bresson vê como a essência da arte da filmagem, o arquivamento da transformação criativa envolvida em todas as formas de arte, através da interação de imagens reais, é destruída pela ato de atuação. Para Bresson, portanto, atuar, assim como as músicas animadas e um expressivo trabalho de câmera, é apenas mais uma maneira de deformar a realidade ou reinventar algo que deveria ser evitado.<ref>{{citar web|url=http://www.crosscurrents.org/bresson.htm|titulo=TO SEE THE WORLD PROFOUNDLY: THE FILMS OF ROBERT BRESSON|data=1997|acessodata=19/10/2017|publicado=CrossCurrents|ultimo=BEN-GAD|primeiro=Shmuel}}</ref></blockquote>O crítico de cinema, [[Roger Ebert]], escreveu que o estilo de direção de Bresson resulta em filmes "de grande paixão: porque os atores não atuam com emoção, o que possibilita à audiência internaliza-la".<ref>{{Citar web|url=http://www.rogerebert.com/interviews/robert-bresson-was-master-of-understatement|titulo=Robert Bresson was master of understatement {{!}} Interviews {{!}} Roger Ebert|acessodata=2017-10-19|obra=www.rogerebert.com|ultimo=Ebert|primeiro=Roger|lingua=en}}</ref> Alguns dizem que o catolicismo de Bresson, perpassa toda a temática estrutural de seus filmes.<ref>{{citar livro|título=Robert Bresson|ultimo=QUANDT|primeiro=James|editora=Indiana University Press|ano=1998|local=Bloomington, IN|página= 9|acessodata=}}</ref>}}
==Filmografia==
 
== Filmografia ==
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* [[1934]] : ''[[Les affaires publiques]]'' (média metragem)
* [[1943]] : ''[[Les anges du péché|Anjos do Pecado]]''
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* [[1977]] : ''[[Le diable probablement]]''
* [[1983]] : ''[[L'argent]]''
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{{Referências}}
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* [http://www.videotexto.tv/robert_bresson_1.html Texto sobre o livro ''Notas Sobre o Cinematógrafo'']
* [http://www.bravonline.com.br/noticias.php?id=1866 Revista Bravo - setembro de 2005]
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II Ciclo Cultural Georges Bernanos , da Literatura ao Cinema : Homenagem aos 110 anos de Robert Bresson. Lançamento dos livros "Bresson", de Jean Sémolué e "O Processo de Joana D'Arc", de Robert Bresson.
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*[http://www.erealizacoes.com.br/espaco/janelaVideo.php?video=Palestra_Ciclo_Bernanos&posicao=2 Debate Georges Bernanos e Robert Bresson,com João Cezar de Castro Rocha, José Carlos Zamboni,Antonio Gonçalves Filho e Felipe Cherubin].
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[[Categoria:Nascidos em 1901]]