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Ator Orlando Bloom diz que impacto do conflito “é de partir o coração” na RD Congo

Orlando Bloom se reúne com repórteres infantis e membros de comitês infantis em Bulengo, local para pessoas deslocadas internamente em Goma, no leste da RD Congo.
© UNICEF/Vincent Tremeau
Orlando Bloom se reúne com repórteres infantis e membros de comitês infantis em Bulengo, local para pessoas deslocadas internamente em Goma, no leste da RD Congo.

Ator Orlando Bloom diz que impacto do conflito “é de partir o coração” na RD Congo

Ajuda humanitária

Britânico visitou cidades de Goma e Bukavu; embaixador da Boa Vontade do Unicef conversou com congoleses vítimas de sequestro, estupro e outras formas de violência e abuso sexual; cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo 2,8 milhões de crianças, precisam urgentemente de assistência humanitária na região.

O ator britânico Orlando Bloom visitou esta semana o leste da República Democrática do Congo, RD Congo, representando o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

A presença do embaixador da Boa Vontade da agência foi a primeira na área do país africano que é marcada pela escalada da violência, por deslocamentos em massa e pelo aumento de violações graves contra crianças.

O embaixador da Boa Vontade Orlando Bloom ouve a história de uma mãe e seu filho durante uma visita ao Hospital Panzi em Bukavu, na República Democrática do Congo
© UNICEF/Vincent Tremeau
O embaixador da Boa Vontade Orlando Bloom ouve a história de uma mãe e seu filho durante uma visita ao Hospital Panzi em Bukavu, na República Democrática do Congo

Nível de violência

Bloom disse que é de partir o coração “a escala impressionante do conflito” na área oriental congolesa onde observou vítimas do “enorme nível de violência e seu impacto arrasador em crianças e mulheres”.

Para ele, “nenhuma criança deveria viver nas condições terríveis” em acampamentos de deslocados separada de suas famílias, faminta, incapaz de ir à escola e constantemente em risco de sofrer abuso sexual, violência e exploração.

Cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo 2,8 milhões de crianças, precisam urgentemente de assistência humanitária na região congolesa como resultado da escalada da violência e do deslocamento.

O Unicef fornece apoio em áreas como educação, saúde, incluindo cuidados em questões mentais. A agência entrega meios de apoio psicossocial, nutrição, água e saneamento e ajuda a proteção de crianças, mulheres e famílias afetadas pelo conflito.

Orlando Bloom serve mingau em um centro de nutrição apoiado pelo Unicef no local de Bushagara para pessoas deslocadas internamente no leste da RD Congo
© UNICEF/Vincent Tremeau
Orlando Bloom serve mingau em um centro de nutrição apoiado pelo Unicef no local de Bushagara para pessoas deslocadas internamente no leste da RD Congo

Episódios de violência e deslocamento

Durante cinco dias, Bloom visitou as cidades de Goma, em Kivu do Norte, e Bukavu, em Kivu do Sul. Ambas registram episódios de violência e deslocamento em massa de uma forma contínua desde março de 2022. 

O contato com estes grupos expôs os riscos ​​que eles enfrentam diariamente, incluindo sequestro, estupro e outras formas de violência e abuso sexual, além do recrutamento e uso por grupos armados ou mesmo a morte.

No primeiro trimestre deste ano, as Nações Unidas dizem ter verificado mais de mil violações graves contra crianças nas províncias orientais de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul.

A alta foi de cerca de 30% em comparação com o último trimestre de 2023 em relação à prevalência do recrutamento e uso de crianças.  Em abril deste ano, foram confirmadas mais de 450 violações graves contra crianças no leste.

Orlando Bloom cumprimenta uma criança durante uma visita ao local para deslocados internos em Bushagara, no leste da República Democrática do Congo
© UNICEF/Vincent Tremeau
Orlando Bloom cumprimenta uma criança durante uma visita ao local para deslocados internos em Bushagara, no leste da República Democrática do Congo

Crianças vulneráveis e separadas de suas famílias

O Unicef reitera o apelo às partes do conflito para que ajam em favor da “negociação e solução pela paz e o fim das graves violações contra crianças, e para que sejam responsabilizados os autores da violência contra crianças e mulheres.”

Em acampamentos e abrigos de deslocados, Bloom conversou com assistentes sociais que falaram de crianças vulneráveis e separadas de suas famílias que precisam de acesso a cuidados e proteção.

A agência apoiou a reunificação de 9 mil crianças com seus parentes ou as integrou em famílias de acolhimento temporário. Mais 400 mil crianças, adolescentes e cuidadores receberam apoio psicossocial e de saúde mental através da agência.