Ator Orlando Bloom diz que impacto do conflito “é de partir o coração” na RD Congo
Britânico visitou cidades de Goma e Bukavu; embaixador da Boa Vontade do Unicef conversou com congoleses vítimas de sequestro, estupro e outras formas de violência e abuso sexual; cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo 2,8 milhões de crianças, precisam urgentemente de assistência humanitária na região.
O ator britânico Orlando Bloom visitou esta semana o leste da República Democrática do Congo, RD Congo, representando o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
A presença do embaixador da Boa Vontade da agência foi a primeira na área do país africano que é marcada pela escalada da violência, por deslocamentos em massa e pelo aumento de violações graves contra crianças.
Nível de violência
Bloom disse que é de partir o coração “a escala impressionante do conflito” na área oriental congolesa onde observou vítimas do “enorme nível de violência e seu impacto arrasador em crianças e mulheres”.
Para ele, “nenhuma criança deveria viver nas condições terríveis” em acampamentos de deslocados separada de suas famílias, faminta, incapaz de ir à escola e constantemente em risco de sofrer abuso sexual, violência e exploração.
Cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo 2,8 milhões de crianças, precisam urgentemente de assistência humanitária na região congolesa como resultado da escalada da violência e do deslocamento.
O Unicef fornece apoio em áreas como educação, saúde, incluindo cuidados em questões mentais. A agência entrega meios de apoio psicossocial, nutrição, água e saneamento e ajuda a proteção de crianças, mulheres e famílias afetadas pelo conflito.
Episódios de violência e deslocamento
Durante cinco dias, Bloom visitou as cidades de Goma, em Kivu do Norte, e Bukavu, em Kivu do Sul. Ambas registram episódios de violência e deslocamento em massa de uma forma contínua desde março de 2022.
O contato com estes grupos expôs os riscos que eles enfrentam diariamente, incluindo sequestro, estupro e outras formas de violência e abuso sexual, além do recrutamento e uso por grupos armados ou mesmo a morte.
No primeiro trimestre deste ano, as Nações Unidas dizem ter verificado mais de mil violações graves contra crianças nas províncias orientais de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul.
A alta foi de cerca de 30% em comparação com o último trimestre de 2023 em relação à prevalência do recrutamento e uso de crianças. Em abril deste ano, foram confirmadas mais de 450 violações graves contra crianças no leste.
Crianças vulneráveis e separadas de suas famílias
O Unicef reitera o apelo às partes do conflito para que ajam em favor da “negociação e solução pela paz e o fim das graves violações contra crianças, e para que sejam responsabilizados os autores da violência contra crianças e mulheres.”
Em acampamentos e abrigos de deslocados, Bloom conversou com assistentes sociais que falaram de crianças vulneráveis e separadas de suas famílias que precisam de acesso a cuidados e proteção.
A agência apoiou a reunificação de 9 mil crianças com seus parentes ou as integrou em famílias de acolhimento temporário. Mais 400 mil crianças, adolescentes e cuidadores receberam apoio psicossocial e de saúde mental através da agência.