Com a pandemia dando sinais de arrefecimento, muitos países começam a liberar suas fronteiras e os planos de viagem que estavam guardados na gaveta começam a tomar forma novamente.
Para quem viaja, a jornada pode ir muito além de um tempo para passear e relaxar. É uma maneira agradável de conhecer novas culturas, se atualizar, expandir os conhecimentos. Tudo o que absorvemos numa viagem é conteúdo precioso para nossa formação pessoal e intelectual. E, um dos elementos que mais define uma cidade ou país é justamente a sua gastronomia. Por isso mesmo, para muitos chefs o ato de viajar é tão importante e um forte aliado na busca por referências e aperfeiçoamento de técnicas. Além de arejar a mente, viajar pode trazer inspiração e boas ideias. Conversamos com alguns chefs para saber quais planos pensam em tirar do papel tão logo seja possível.
O chef Pier Paolo Picchi, à frente do restaurante Picchi, uma estrela MICHELIN em São Paulo, não esconde sua paixão pelo país da bota. “Sem dúvida iria para a Itália. Tenho muitas saudades de lá e, com certeza, será o primeiro lugar que vou visitar, assim que possível”, comenta o chef.
As viagens sempre marcaram a vida do chef Luiz Filipe Souza, do Evvai, uma estrela no Guia MICHELIN em São Paulo. Para ele, conhecer novas culturas e lugares é algo primordial para sua carreira. Entre os destinos que repetiria, o chef também destaca o Japão. “Apesar de longa e com muitos dias, foi uma viagem com certeza muito forte, muito importante para mim e foi só uma faceta do Japão e teria muito mais a conhecer do país” conta.
Luiz destaca outros polos gastronômicos os quais tem muita vontade de conhecer melhor: o Leste Europeu e os países mais ao Norte . Da parte Leste, o chef do Evvai destaca o lado histórico e cultural como principal objetivo para se aprofundar. Já quando fala do Norte europeu, Luiz se empolga ainda mais e comenta “dá até calafrio – no bom sentido - só de pensar, de tanta vontade que tenho de conhecer aquela região”, comenta. Ele relembra a experiência que teve no Bocuse D’or (campeonato mundial de chefs, que acontece a cada dois anos) com profissionais dessa parte do mundo, para explicar um pouco mais sua excitação. “A maneira singular como eles trabalhavam e a diversidade de técnicas que eles aplicavam, foram surpreendentes para mim. Esse episódio despertou uma grande curiosidade”, explica. “Quero ir para Noruega, Islândia, Dinamarca, países com temperaturas bem mais baixas do que estamos acostumados, e recheados de restaurantes que admiro à distância. Essa é a viagem que planejo, meu próximo destino com certeza” finaliza.
À frente do Cipriani, no Copacabana Palace, uma estrela no Guia MICHELIN no Rio de Janeiro, o chef Aniello Casesse revela seu desejo de visitar a Ásia. “Para experimentar novos sabores e aromas e, também, aprender novas técnicas, meu próximo destino é o continente asiático. Vemos cada vez mais uma mescla entre as culturas ocidental e oriental, com a utilização do produto mais fresco possível, com técnicas rápidas de manuseio e manipulação, sem muitas intervenções, para não alterar sabores e texturas da matéria prima", comenta sobre o motivo de sua escolha de próximo destino. Ele destaca ainda a enorme variedade de ingredientes à disposição nesta parte do mundo, tanto de proteínas no geral como também de frutas e legumes. "Acredito que valha muito a pena viver por um tempo mais longo no continente asiático, participar do dia a dia das pessoas, para realmente entender a cultura local e aprender tudo que eles podem nos ensinar, conclui o chef.
Chef Aniello Cassese - Crédito Tomas Rangel
Apesar da exaltação ao continente como um todo, o chef confessa que tem como principal destino Singapura, lembrando que esse país é um dos principais pólos gastronômicos da Ásia: “Singapura concentra um pout pourri de diferentes culinárias do mundo todo, numa excitante miscelânea de cores e sabores. Seguramente, seria o lugar para onde eu viajaria por um tempo mais longo, para aprender a cultura e muitas coisas novas”, finaliza