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O futuro do audiovisual brasileiro em pauta
21 jun 2024 | Por Globo
Festivais de Conhecimento
O #Rio2C 2024 encerrou a sua 5ª edição superando os números do ano passado e atraindo mais de 50 mil pessoas à Cidade das Artes. O evento consolida-se como referência da criatividade e inovação no mercado audiovisual brasileiro, reunindo os principais players do setor, fomentando o diálogo, a colaboração e o desenvolvimento de projetos inovadores.
Números do #Rio2C2024
- 1.663 palestrantes, 511 painéis;
- 200 empresas presentes;
- 14 palcos, 7 espaços de conteúdo;
- 1.533 projetos inscritos em pitchings;
- 1.216 projetos inscritos em rodadas de negócios;
- Palestrantes de seis países.
“O Rio2C continua a evoluir e a desempenhar um papel crucial na promoção da indústria criativa no Brasil, demonstrando a importância de repensar e fortalecer o financiamento e apoio ao setor.” - Rafael Lazarini, Idealizador e CEO do Rio2C
Tendências do mercado audiovisual
1. Brasilidade e criatividade em foco
A valorização da criatividade brasileira e a busca por narrativas originais foram temas centrais no Rio2C 2024. A brasilidade é um elemento fundamental para o sucesso do audiovisual nacional, conferindo autenticidade, relevância e impacto às produções. O público brasileiro demonstra um crescente interesse por histórias que refletem sua própria realidade, cultura e identidade.
“A indústria audiovisual do Brasil é parâmetro para o mundo, temos que nos orgulhar dessa potência criativa dos criadores, autores e de todos que trabalham nesse mercado.” - Alice Braga, atriz e produtora
“Tudo o que criamos e produzimos é pensado para o Brasil e para os brasileiros. É um compromisso que envolve inovação e evolução, impacto social, parcerias e a realização de grandes projetos. Criamos conteúdo para entreter, emocionar e informar, mas também para fomentar conversas conectadas com os nossos tempos.” - Luciano Huck, apresentador da Globo
“Sempre queremos novas perspectivas. Queremos ser olhados do avesso. O audiovisual brasileiro me levou para o país inteiro por meio de minhas personagens. Meu perfil como atriz pertence ao Brasil, mas essa brasilidade tem que ser colhida na fonte – é o regionalismo, aquilo que só tem naquele lugar.” - Dira Paes, atriz
2. Comunicação, sustentabilidade e impacto social
A comunicação e o entretenimento têm um papel crucial na promoção da sustentabilidade e do impacto social. A escolha de pautas socialmente relevantes em conteúdos audiovisuais, como filmes, séries e programas de TV, é fundamental para conscientizar e mobilizar a sociedade em torno dessas questões. Iniciativas como a Plataforma Negritudes, da Globo, que fomenta a participação de pessoas negras na construção de narrativas, demonstram o poder da comunicação em amplificar vozes, dar visibilidade a realidades diversas e promover um futuro mais inclusivo e plural.
Além disso, a adoção de práticas mais sustentáveis na produção de conteúdo é outra tendência que ganha força no mercado. Essa preocupação com a sustentabilidade se reflete não apenas nas temáticas abordadas, mas também na forma como o conteúdo é produzido, com iniciativas para reduzir o impacto ambiental e promover práticas mais responsáveis em toda a cadeia produtiva.
“A Globo tem uma relação histórica com a agenda de sustentabilidade no país e o meio ambiente ocupa lugar de destaque entre os compromissos da empresa. Hoje, todas as produções seguem o Guia de Produções Verdes, que reúne orientações de práticas sustentáveis. Entendemos que é um tema que exige cooperação e compartilhamento e por isso pensamos nossas ações para serem exemplares.” - Mauricio Gonzalez, Diretor do Centro de Serviços Compartilhados da Globo
“O Negritudes trabalhava inicialmente com os produtores de conteúdo da Globo, em busca de formas de trazer representatividade negra para nossas histórias e mostrar como estamos conectados com os Brasis. A demanda da sociedade só aumenta, e hoje nos tornamos multiplataforma.” - Ronald Pessanha, Líder do Negritudes da Globo
“Eu gosto de ver o lado bom das pessoas. Os estudos mostram que a diversidade dos personagens torna o seu produto mais interessante.” - Sandra Buffington, presidente da Storyaction
3. Força feminina e representatividade no audiovisual
Dados recentes da Ancine revelam um aumento significativo na participação feminina no cinema brasileiro, com 19% dos filmes dirigidos por mulheres e 17% com roteiros exclusivamente femininos entre 2018 e 2021. O sucesso de bilheteria também reflete a força feminina no audiovisual, com 44,6% da receita dos filmes brasileiros no mesmo período vindo de produções dirigidas por mulheres.
Apesar dos avanços, a indústria cinematográfica ainda enfrenta desafios para alcançar a equidade de gênero e representatividade em todos os níveis. É fundamental continuar investindo na diversidade e na inclusão, para que o cinema brasileiro possa refletir a pluralidade da sociedade e contar histórias que representam todas as vozes.
“É muito poderoso trabalhar num set com mulheres. É uma troca de olhares que você não precisa falar, você sente. É difícil descrever, é mútuo.” - Bruna Linzmeyer, atriz e produtora da Globo
“Não quero trabalhar com pessoas iguais a mim. Para ter um time inovador, é essencial ter pessoas de diferentes segmentos, com diferentes histórias e desejo de aprender.” - Gabriela Comazzetto, Gerente Geral Global Business Solutions America Latina do TikTok
“É chato ouvir uma voz única, é pobre para o filme, para a emissora de TV, para a cultura. Queremos a multiplicidade. Não dá mais para ouvir a mesma voz com figurinos diferentes. É sobre cada um poder vivenciar suas humanidades em todas as suas esferas.” - Elísio Lopes Jr., roteirista e diretor
4. Não ficção e humor: ferramentas de conexão e reflexão
A não ficção e o humor compartilham o poder de conectar o público e promover reflexões sobre a sociedade. A não ficção, ao abordar temas relevantes e urgentes, como questões sociais, ambientais e políticas, vai além do entretenimento e assume um compromisso com a transformação social.
Documentários, reality shows e outros formatos do gênero amplificam vozes e dão visibilidade a realidades diversas, fomentando o debate e a busca por soluções.
O humor, por sua vez, proporciona um escape em tempos difíceis, conectando pessoas por meio do riso e de narrativas compartilhadas. Seja na TV aberta, no streaming ou nas redes sociais, o humor tem o poder de unir diferentes gerações e grupos sociais, abordando temas complexos de forma leve e acessível, e abrindo espaço para novos talentos e perspectivas.
“Estou muito otimista. O humor é um lugar de construção, onde se faz crítica, se fala de assuntos absolutamente relevantes e de forma leve. Há uma responsabilidade, principalmente na TV aberta, de nos comunicarmos da melhor maneira com o nosso público.” - Patrícia Pedrosa, Diretora do Gênero de Humor da Globo
“A comédia é fruto do seu próprio tempo, é preciso estar atento aos novos talentos, ter uma sala de roteiro diversa, com olhares diferentes e ao mesmo tempo que sejam próximos.” - Caito Mainier, Diretor artístico do Porta dos Fundos
“Todo produto de não-ficção reflete as transformações da sociedade e nós, como criadores, produtores e plataformas, temos que acompanhar essas transformações.” - Allan Lico, VP de conteúdo e criação da Endemol Shine Brasil
5. Conteúdo: originalidade e internacionalização
Em um cenário audiovisual cada vez mais competitivo, a criatividade e a originalidade se destacam como fatores cruciais para o sucesso. A busca por narrativas que despertem emoções genuínas no público, com foco no sentimento humano e em temas relevantes, é essencial para a criação de obras audiovisuais que motivam e permanecem na memória do público.
A capacidade de internacionalização do conteúdo também é uma oportunidade importante para a indústria audiovisual brasileira. A criação de histórias universais, que possam ser compreendidas e apreciadas por diferentes culturas, é fundamental para ampliar o alcance das produções nacionais e atrair maiores investimentos. As coproduções internacionais também se mostram como um modelo de negócio promissor, permitindo a troca de experiências e o enriquecimento das narrativas com diferentes perspectivas culturais.
“Na indústria do streaming, um dos indicadores de sucesso de um conteúdo é o índice de travelability, que é a capacidade daquele conteúdo de viajar para países fora do local de origem, onde foi produzido.” - Mônica Albuquerque, Head de Talentos Artísticos e Desenvolvimento de Conteúdos Scripted da Warner Bros. Discovery America Latina
“Nosso modelo de negócio acabou indo para quase 100% de coproduções internacionais(...) É um modelo que funciona financeiramente e também pensando na qualidade das obras. Dentro das narrativas, conseguimos construir histórias que viajam. Quando tem mais de um país envolvido, os artistas e os técnicos agregam e enriquecem o produto.”” - Sabrina Bogado, produtora e Diretora Executiva da Levante Filmes
“A Globo é uma empresa brasileira e que faz conteúdo brasileiro. E assumimos nossa brasilidade com muito orgulho. Ao mesmo tempo, avaliamos estratégias para internacionalizar nossos conteúdos. Num momento de mercado desafiador como estamos vendo, em que o mundo se abre para parcerias, isso tem muito valor.” - Angela Colla, Head de Negócios Internacionais da Globo
“A inovação não está apenas nas novas tecnologias, mas na maneira como contamos nossas histórias. Cada narrativa tem o poder de transformar o mundo.” - Carlos Saldanha, diretor de cinema
6. Creator Economy: a era da autenticidade e da conexão genuína
A democratização da produção e distribuição de conteúdo impulsionou o surgimento de novos talentos e a criação de oportunidades de negócio no mercado audiovisual. Os criadores de conteúdo, ou "creators", estão conquistando espaço e se tornando protagonistas na construção de experiências de marca autênticas e relevantes, com potencial de gerar impacto social positivo.
A colaboração com influenciadores digitais é uma estratégia eficaz para gerar engajamento e conexão genuína com o público, impulsionando conversas relevantes em torno dos produtos e serviços.
“A Creator Economy vem mostrar a importância da indústria de produção de conteúdo, não só para o mercado audiovisual, mas para todas as carreiras e profissões. Os profissionais e empreendedores que souberem falar a linguagem creator vão impulsionar suas próprias carreiras, como um personal trainer, por exemplo.” - Christian Rôças, CEO da Flint
“Eu não vendo uma fantasia, sou verdadeira e por isso cheguei tão longe. As marcas não querem máscaras, o público não quer acompanhar alguém falso. Ainda estou crescendo mais!” - Jojo Toddynho, influenciadora digital
“As marcas hoje precisam entender novamente a importância de pesquisar sobre o criador de conteúdo que está contatando para não entrar em uma crise, já que o comportamento do influenciador pode respingar na marca.” - Gabi Oliveira, relações públicas, escritora e influenciadora digital
“Quando a gente pensa em um plano de marketing, abraçamos todos os pontos de contato que o artista tem com os fãs, porque ele não é só música, ele tem outros interesses, assuntos que domina e é importante trazer para as redes também.” - Nina Amorim, Gerente de marketing da Sony Music Brasil
7. Branding e marketing em um mercado em constante transformação
O Rio2C 2024 trouxe à tona a importância do branding e do marketing, com ênfase na autenticidade e a conexão genuína com o público. Um dos principais desafios da atualidade é encontrar o equilíbrio entre a automação e o toque humano, para garantir que a tecnologia seja uma ferramenta a serviço da criatividade e do relacionamento autêntico com o público.
O evento também abordou os desafios e oportunidades do marketing de influência, com destaque para a importância da autenticidade dos criadores de conteúdo e da colaboração entre marcas e influenciadores. A busca por formatos inovadores, como conteúdo personalizado ou gamificado, e o uso estratégico de dados também foram mencionados como elementos-chave para o sucesso das campanhas de marketing no cenário atual.
“A IA não é neutra. Ela é feita por homens brancos, a partir dos Estados Unidos. Quando a uso em inglês, ela é muito mais inteligente do que em português. O futuro não será dominado pela IA, mas pelas pessoas que a dominam.” - Leandro Karnal, palestrante
“O papel do marketing é liderar o crescimento sustentável das empresas, no curto e no longo prazo. Para isso, precisamos sermos profundos conhecedores dos nossos consumidores e clientes.” - Alvaro Garcia, CMO da Mondelez
“Somos uma empresa com a cultura de inteligência coletiva. Obcecados por dados, monitoramento e ao mesmo tempo construímos em conjunto, de forma colaborativa.” - Alan Spector, CMDO da L’Oréal Brasil
“Desejamos criar experiências inesquecíveis, gerar emoções e conexões.. Para alcançar isso, é essencial compreender claramente a mensagem que desejamos transmitir e a maneira mais eficaz de fazê-lo.” - Cláudio Rawicz, Head de Imprensa, Comunicação Digital e Clássicos da Volkswagen do Brasil
“A ativação de marca passou do modo contemplativo para imersivo. É importante entender com quem queremos nos comunicar e entregar a melhor experiência” - Duda Pereira, Head de Relações Públicas e Eventos da Globo
8. Games e o futuro do entretenimento
A indústria de games marcou presença no evento, evidenciando sua crescente importância no cenário do entretenimento: a convergência entre games e audiovisual, com a produção de filmes e séries baseados em jogos, e a criação de experiências interativas que unem os dois mundos.
Além disso, a democratização da produção de conteúdo e o surgimento de novas plataformas de distribuição têm impulsionado o crescimento do mercado de games, que já são tendência na educação, como ferramenta de aprendizado.
“Não é proibir um celular ou o uso da tecnologia, mas torná-la significativa e aproveitar que o estudante é encantado com as tecnologias e fazer disso uma ferramenta educacional, um processo participativo. Isso tem um potencial enorme.” - Maria Rehder, Oficial de projetos da UNESCO Brasil
“Essa junção é um encontro explosivo de duas potências gigantes, a música e o game” - Blackwill - William Prazeres, apresentador de Games e Esports
9. Música e o audiovisual
A música é um componente essencial na criação de narrativas audiovisuais, capaz de evocar emoções, intensificar momentos e criar identificação com o público. A escolha cuidadosa de melodias, ritmos e letras pode transportar o público para diferentes épocas e lugares, além de amplificar a mensagem do filme ou série.
Além da sua importância na construção da narrativa, a música original, composta especificamente para uma produção audiovisual, pode se tornar um elemento icônico e reconhecível, contribuindo para a construção da identidade da obra e fortalecendo a conexão com o público.
“O que mais me encanta é que Jão e sua equipe usaram a criatividade de forma genuína e inédita pra conseguir se inserir no mercado musical. Foi um meteoro no cenário.” - Sarah Oliveira, apresentadora
“A tecnologia está transformando a indústria da música, abrindo novas possibilidades para a criação, produção e distribuição de conteúdo. É preciso estar atento a essas mudanças e adaptar-se às novas ferramentas e plataformas.” - Zé Ricardo, curador e produtor musical
“A música é a linguagem universal da humanidade. Ela tem o poder de conectar pessoas, transcender barreiras culturais e inspirar mudanças” - Jody Gerson, CEO do Universal Music Publishing Group
A Globo no #Rio2C2024
A Globo, parceira do evento, reafirmou seu compromisso com a inovação, a diversidade e o impacto social, contribuindo para a construção de um futuro mais promissor para o audiovisual brasileiro. Durante os seis dias, diversos executivos e talentos da emissora participaram de 41 painéis, enriquecendo as conversas e provocando reflexões.
“Queremos ser esse grande ponto de encontro dos brasileiros, a grande praça pública onde todos têm lugar e voz. E para isso precisam caber todos os brasis, com toda a sua diversidade, na Globo.” - Manuel Belmar, Diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo
“Quando a publicidade encontra a criatividade de nossos autores e roteiristas o resultado é poderoso. As marcas se integram em nossos conteúdos de forma muito orgânica e passam a fazer parte de uma única conversa” - Manzar Feres, Diretora de Negócios Integrados em Publicidade da Globo
Globoplay: 10 anos de sucesso e investimento no audiovisual brasileiro
Com 25 milhões de usuários mensais e 1 bilhão de horas consumidas no primeiro trimestre de 2024, o Globoplay se aproxima de seu décimo aniversário como principal player nacional de streaming.
A plataforma se destaca pelo investimento em conteúdo nacional, com 75% das horas consumidas sendo de produção brasileira, e pela aposta em um ecossistema de produção independente, com mais de 170 parceiros e 200 produções anuais.
O sucesso de produções como "Pés de Peixe", criado, produzido e gravado em Manaus com elenco local, demonstra o crescente interesse do público brasileiro por narrativas autênticas e regionais. Nesse contexto, as 123 afiliadas da Globo se tornam um importante pilar para viabilizar projetos criativos locais, fortalecendo a produção audiovisual em todo o país.
Para se aprofundar mais nos assuntos:
Curadoria e texto: Globo
Diagramação: Daniel Frias, Izabella Donafe e Lucas Gomes
Redação e edição:Tiago Lontra e Pamela Machado
Imagem de capa: Freepik
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