10/04/2014 14h46 - Atualizado em 10/04/2014 15h57

'Usar CPI combo contra investigação da Petrobras lembra AI-5', diz Aécio

'Todas as nossas fichas estão na mão do Supremo', declarou.
Pré-candidato à Presidência se reuniu com deputados em SP.

Roney DomingosDo G1 São Paulo

Aécio disse que até junho deve sair nome de vice (Foto: Roney Domingos/G1)Aécio disse que até junho deve sair nome de seu
vice (Foto: Roney Domingos/G1)

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, comparou nesta quinta-feira (10) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) combo ao AI-5. Em encontro com deputados estaduais paulistas em um restaurante nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, o senador disse que a manobra dos governistas tem como objetivo prejudicar investigação da Petrobras.

O governo insiste para que a comissão investigue também denúncias que em tese atingiriam a oposição. A disputa está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). “Queremos investigar a Petrobras e aceitamos que se investigue qualquer outra denúncia. Usar dessa CPI combo para impedir a investigação de Petrobras é um ato de desrespeito à sociedade brasileira e de um autoritarismo que me lembra o AI-5", afirmou Aécio. "Todas as nossas fichas estão na mão do Supremo", declarou.

A CPI ampla contempla denúncias de cartel no Metrô paulista e de irregularidades nas obras do Porto de Suape e da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela agrada ao governo porque as denúncias em São Paulo se referem à administração do PSDB no estado e as de Pernambuco estão ligadas à gestão do ex-governador (e provável candidato à Presidência pelo PSB) Eduardo Campos.

Aécio também comentou o indiciamento do ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Pré-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSDB, ele é suspeito de receber R$ 300 mil das agências de publicidade de Marcos Valério, condenado pelo mensalão.

"O Pimenta da Veiga era um advogado que trabalhava para inúmeras empresas, entre elas, a empresa de comunicação SMP&B, sobre a qual não recaía nenhuma suspeita", disse Aécio. Ouvido pelo G1, Pimenta da Veiga confirmou, nesta quinta-feira (10), ter recebido o valor da agência de publicidade SMP&B, mas que este se refere a pagamento de serviços prestados pelo do escrtiório de advocacia dele, em 2003. "Advogou para essa empresa, recebeu a remuneração e declarou no Imposto de Renda. O que é estranho é que, depois de dez anos, quando ele vira pré-candidato, esse assunto surge", acrescentou o senador.

Eleições
Aécio também disse que o partido deverá decidir entre o final de maio e o inicio de junho o nome do candidato a vice em sua chapa. Ele reconheceu que existe forte pressão para que o nome do vice seja paulista. "Tem muitos companheiros que advogam essa tese. Isso tem de ser avaliado."

Questionado se prefere enfrentar a presidente Dilma Rousseff ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio afirmou: "É uma questão do PT. Para mim, é indiferente. Seja Dilma, seja Lula, o que nós vamos derrotar é esse modelo que está infelicitando o Brasil."

O tucano comemorou o fortalecimento no palanque na Bahia, com a adesão de aliados da presidente Dilma. "Acabamos agora de manhã de fechar uma chapa extremamente forte na Bahia, o quarto colégio eleitoral do Brasil, que terá como candidato a governador o ex-governador Paulo Souto [DEM]", disse.

Ele anunciou o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) como candidato baiano para o senado e celebrou "uma aliança do PSDB, do Democratas  e do PMDB". "Uma demonstração que também teremos apoio de siglas dissidentes do governo que hoje apoiam a presidente Dilma."

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