Campo Grande está sem o serviço de fumacê há quase um mês por causa do envio de um lote vencido. Desde então, o número de notificações aumentou 286%, passando de 44 casos por dia para 170, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
A Secretaria Estadual de Saúde (SES), que é responsável pela distribuição do produto, informou que o problema não é exclusivo da capital de Mato Grosso do Sul. Há falta de inseticida em outras cidades do estado e em todo país.
“O Ministério tem solicitado que a gente distribua entre os municípios da forma mais racional possível. Nós temos feito isso e tem ido para Campo Grande o que é possível. O vencimento do rótulo não tem importância nenhuma. Quem determina é o Ministério da Saúde, sempre foi assim”, afirmou o secretário estadual Nelson Tavares.
Segundo o secretário Municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, o município pediu 11 mil litros de inseticida, entre janeiro e fevereiro, mas recebeu 5,3 mil litros. A quantidade pedida com o óleo de soja seria suficiente para aplicar o inseticida em ciclo ciclos de borrifação nos 15 mil quarteirões.
“Não determinei que fosse descartado qualquer tipo de produto. Determinei que fosse devolvido para a origem. Esse produto não foi utilizado não somente porque estava vencido, mas porque era insuficiente para borrifar 15 mil quarteirões”, explicou Fonseca.
O barril com 200 litros de inseticida vencido permanece no Centro de Controle de Vetores da SES. “Nós não podemos usar ele só para dar uma sensação de segurança e tranquilidade para a população porque prestamos um desserviço para a epidemia, inclusive, devemos usar de forma racional para não criar resistência ao malation”, explicou Tavares.
Em 2016, já foram registrados 18 mil casos notificados de dengue no município. O número é maior do que o registrado em 2015. Nesses primeiros meses do ano, também foram registradas 766 notificações do vírus da zika e 173 de febre chikungunya.